Capítulo 43 (parte 2)

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Sentada no chão do meu quarto, ainda segurando firmemente a cartela com a pílula, vasculhei minha mente em busca do motivo que seria tão importante a ponto de me fazer esquecer completamente de algo tão sério e que poderia mudar a minha vida para sempre.

Foi quando lembrei que, um dia depois de fazermos sexo sem proteção, quando eu devia ter tomado a pílula do dia seguinte,
descobri que Renan tinha sofrido um grave acidente e estava no hospital. 

Com certeza esse tinha sido um excelente motivo para me fazer esquecer de algo tão importante.

— Isso não pode estar acontecendo...
— murmurei para mim mesma, desesperada, enquanto fazia algumas contas mentalmente. A matemática nunca foi o meu forte, mas o nervosismo colaborou para que eu me perdesse várias vezes em um cálculo simples. Depois do que pareceu uma eternidade, senti o meu estômago embrulhar novamente,   quando cheguei à conclusão de que a minha menstruação estava pelo menos cinco semanas atrasada.

Notei o atraso na primeira semana, mas não dei muita importância, uma vez que sempre tive o ciclo irregular e atribuí o atraso ao estresse causado pela proximidade da semana de provas. Contudo, depois do que  acontecera, fiquei tão obcecada em intensificar os estudos, para me manter ocupada, que acabei esquecendo completamente dos "dias vermelhos".

Instintivamente, encarei minha barriga nua, temendo que ela estivesse maior, mas ela continuava plana, para o meu alívio. Eu não tinha   engordado nas últimas semanas; pelo contrário, poderia jurar que tinha perdido alguns quilos.

Entrementes, se por um lado não havia nenhum sinal visível de uma possível gravidez, por outro, isso explicaria os enjoos constantes e o atraso da menstruação que, mesmo irregular, nunca atrasara mais que uma semana.

Comecei a tremer enquanto recolhia os pertences que haviam se espalhado pelo chão e os guardava de volta na  bolsa manchada de brilho labial.

Eu queria ter filhos, naturalmente, mas não nessas condições. Não tão cedo!  Nos meus planos, eu teria o meu primeiro filho aos 28 anos, quando já  estaria casada e formada em psicologia.

Eu não queria estar grávida; não podia estar!

Isso acabaria com todos os meus planos. Eu não me sentia preparada para ser mãe, muito menos mãe solteira.

Tinha que haver uma coisa errada!

Minha menstruação podia estar atrasada por outro motivo e os enjoos deviam estar sendo provocados pelo estresse ou, simplesmente, por alguma virose.

— É isso. — Disse para mim mesma, respirando fundo. — É uma virose. Eu  não estou grávida. — Falei séria, quase como se tentasse me convencer de que aquela era a verdade absoluta.
Decidi que passaria na farmácia, depois de visitar a Bethy e compraria um teste de gravidez, só para tirar  as dúvidas. O exame decididamente daria negativo e eu poderia voltar a mergulhar no meu poço de amargura, sem maiores preocupações.

Depois de vestir a blusa larga que estava prucurando, prendi o cabelo em um coque mal feito, calcei meu tênis velho, para caminhada, e saí de casa um pouco mais calma, mas ainda com uma sensação desagradável na boca do estômago.

Estranhei quando vi um carro preto parado na frente da minha casa, no entanto, não dei muita importância até sentir uma mão enorme no meu braço, enquanto fechava o portão.

Esperei, paralisada, o ladrão anunciar voz de assalto, mas quando ele falou, reconheci a voz e relaxei imediatamente.

— Perdão, eu não queria assustá-la. — Era o Henrique, o amor platônico da tia Cecília.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now