Capítulo 33

4.9K 286 25
                                    

|Pov Lissa|

(Sem revisão)

A semana que fiquei de castigo foi tão chata que, em alguns momentos, pensei que pudesse morrer de tédio.

Renan veio me buscar e me trazer em casa todos os dias da semana. Esse foi o contato mais próximo que tivemos, além das mensagens de texto que trocamos e do amasso na sala do faxineiro, na escola. Essa parte foi uma loucura. Se tivéssemos sido pegos, os dois seriam expulsos.

Felizmente não foi o caso.

-Está entregue. -Renan diz, parando a moto em frente à minha casa.

-Obrigada. -Desço da moto, tirando o capacete.

-Hoje é o último dia do seu castigo. -Ele lembra, fazendo-me rir.

-Sim. Eu já eu não aguentava mais ficar trancada em casa o dia inteiro.
-Bufo.

-Tem algo programado para fazer amanhã? -Pergunta fingindo desinteresse, mas sei que está só se fazendo de difícil.

Sorrio abertamente.

-Não! -Minto rapidamente, controlando-me para não parecer empolgada demais. Na verdade, Mila e eu marcamos de estudar juntas amanhã, mas tenho certeza que ela não vai se importar se eu desmarcar. Afinal de contas, nenhuma de nós estava animada para passar o sábado estudando e o teste é só na quarta. Teremos tempo para estudar, até lá.

-Uhm... -murmura. -O que você acha de ir até o meu ap. amanhã à tarde? Prometo te deixar em casa antes de anoitecer. -Sugere, analisando-me.

-Pode ser... -Respondo normalmente, quando na verdade quero gritar "sim, claro! Você ainda pergunta?!"

Contenho-me porque não quero deixar muito óbvio como sou perdidamente apaixonada por ele.

Fico feliz que ele não possa ouvir as batidas do meu coração nesse momento. Seria vergonhoso.

-Ótimo. Nos vemos amanhã, então.
-Ele diz e eu balanço a cabeça, em concordância. -Você não vai me convidar para entrar hoje também, não é mesmo? -Provoca, sorrindo de lado.

Sorrio também.

-Não. É muito arriscado, você sabe disso melhor que ninguém. Minha vizinha está insuportável essa semana. -Rolo os olhos. -Ontem tenho certeza que ela quebrou algum record sobre bater na porta do vizinho para pedir açúcar ou algo do tipo. Ela não nos deixaria sossegados, de qualquer forma, então é melhor você ir embora. Ainda podemos nos falar por telefone. -Pisco para ele, que não parece nada satisfeito com a minha resposta.

-Parece que terei mesmo que esperar até amanhã. -Resmunga para si mesmo.

-Ser paciente é uma virtude. -Digo divertida, dando uma piscadela.

-Uma virtude que eu claramente não tenho. -Renan completa, fazendo-me rir.

-Até amanha. - aproximo-me para beija-lo na bochecha, já que estamos na frente da minha casa, onde qualquer vizinho pode nos ver. No entanto, quando Renan vira o rosto, o que era para ser um beijo inocente, acaba se transformando em um selinho e, logo depois, em um beijo intenso, com mão boba e tudo que tem direito. O tipo de beijo que me fez esquecer todo aquele papo de que estávamos na rua, onde algum vizinho podia nos ver e ir fofocar para o meu pai.

Se uma noite e metade do outro dia fora me renderam uma semana de castigo, um amasso com um rapaz tatuado, na frente de casa, condenaria-me a castigo perpétuo.

-Ram, ram... -O pigarrear nada discreto atrás de mim, faz com que eu recobre o juízo e tome partido da loucura que estamos fazendo.

Afasto-me do Renan, tomada pelo pânico ao me dar conta que podemos ter sido vistos por alguém conhecido.
Olho em volta e me deparo com um senhor de uns setenta anos, o responsável pelo pigarreio, que caminha lentamente, apoiando-se em sua bengala, enquanto murmura para si mesmo algo nostálgico sobre o tempo que era jovem.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now