Um Bad Boy em minha vida

Capítulo 20

|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Eu olhava para o Rafa, sem acreditar que aquilo estava de fato acontecendo. Estávamos parados em frente a um dos motéis mais luxuosos da cidade, e ele acabara de dizer as palavras que eu tanto quis ouvir, desde que o nosso namoro demonstrou ser sólido e não uma coisa de momento. Porém, enquanto o Rafa esperava pacientemente que eu fizesse ou dissesse alguma coisa, só consegui abrir e fechar a boca várias vezes como um peixe fora d'água, pensando em como a vida é repleta de ironias.

É incrível como as coisas podem mudar de uma hora para outra. O mundo muda, nós mudamos, convicções caem por terra e foi exatamente o que aconteceu comigo.

Eu mudei.

O Rafa acabara de dizer que concederia aquele que, até então, eu pensava ser o meu maior desejo e há um mês, isso me deixaria radiante de felicidade. Eu sentiria um frio na barriga pela ansiedade e a antecipação, coisa que é normal e completamente aceitável, mas teria a certeza de que estava pronta para me entregar a ele.

Hoje, porém, eu já não tinha essa certeza e o frio na barriga que eu sentia não era um frio comum, muito menos uma sensação agradável. Era quase como se eu fosse vomitar à qualquer momento.

Percebendo o meu nervosismo, o Rafa começou a fazer círculos nas costas da mão que ele segurava, na tentativa de me acalmar.

—Amor, estou começando a ficar preocupado. Não vai dizer nada? Você não quer, é isso? —Perguntou frustrado e confuso.

Fiquei sem saber o que dizer.

Não era isso que eu queria?! —Perguntei-me em pensamento

Em parte, sim, era isso que eu queria.

Afinal de contas, fui eu quem o pressionou até faze-lo ceder com a minha persistência. E em algum lugar escondido dentro de mim, ainda existia aquela Lissa apaixonada que escrevia o nome do Rafa na última folha do caderno, a mesma garota que tinha fantasiado viver a tão esperada  "primeira vez" com ele.

Mas não vou negar que a ideia de fazer sexo parecia bem mais atraente quando era apenas uma possibilidade distante. No momento, eu não tinha certeza se estava pronta para perder a minha virgindade, ainda mais agora que estou tão confusa em relação ao Renan.

Senti-me encurralada em um beco sem saída.

—Não. Não é isso. Eu só estou...

—Surpresa? —Completou por mim.

—É, surpresa. —Eu cogitando a possibilidade de fugir para as montanhas, completei mentalmente.
Minha palma começou a suar, evidenciando meu nervosismo.

—Não precisa ficar assim, linda. Não vamos fazer nada que você não queira. —Tranquilizou-me com a voz suave, que fez com que um nó se formasse na minha garganta.

O Rafa era perfeito. Sempre compreensivo, sempre carinhoso e me amava de verdade. Eu podia ver isso nos olhos dele, por isso me senti tão mal comigo mesma.

Ele merece alguém melhor, que não tenha dúvidas do seu sentimento, nem o tenha traído com o seu próprio irmão. —Era a voz da minha consciência falando.

Ela tinha razão, como sempre.

Naquele momento, desejei ter coragem para confessar tudo e assim acabar com a culpa que sentia, mas  um pensamento egoísta fez com que eu me calasse, enquanto me endireitava no banco de couro do carro: se eu confessasse a verdade, o Rafa me odiaria e além de perder meu namorado, perderia também o meu melhor amigo.