Capítulo 45

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|Pov Renan|

(Sem revisão)

Mais tarde, naquele dia...

Eu estava exausto quando o avião pousou no aeroporto de Congonhas às 15h:37min, depois de mais de uma hora e meia de atraso. O voo tinha sido tranquilo; sem turbulências, mas ainda assim não consegui dormir. Ao invés disso, passei a viagem inteira pensando no que diria para a Lissa, assim que a encontrasse.

Ela com certeza devia estar me odiando naquele momento. E com razão, completei mentalmente.

Decidi que primeiro contaria sobre a minha avó, Magnólia, que sofrera um enfarte no mesmo dia que o canalha do meu irmão apareceu no meu apartamento para colocá-la contra mim, falando várias mentiras e calúnias. Como uma desgraça nunca acontece sozinha, pouco depois de Lissa sair do apartamento, dizendo que nunca mais queria me ver, recebi um telefonema de um Hospital do Rio de Janeiro, avisando que a minha avó tinha sofrido um ataque cardíaco e estava internada em estado grave.

Essa notícia me deixou sem chão. Minha vó era a única pessoa da minha família capaz de me compreender. A única que sempre me apoiava e ficava do meu lado, mesmo quando eu não estava fazendo a coisa certa. Eu não podia perdê-la.

Não pensei duas vezes antes de jogar algumas roupas dentro da mala e pegar o primeiro voo com destino ao Rio de Janeiro.

Quando eu voltar, vou explicar tudo à Lissa e ela vai entender. Tem que entender... - Foi o que eu pensei.

Foi uma escolha difícil, sem dúvidas. Tive que escolher entre as duas mulheres que eu mais amava no mundo, quando uma delas me odiava e a outra estava entre a vida e a morte. No entanto, não tive dúvidas na hora de escolher: Lissa podia esperar até que eu voltasse; Minha vó, não.

Viajei naquela mesma tarde, temendo encontrá-la sem vida, mas, como por um milagre, recebi a notícia de que  vovó reagira bem ao tratamento e que estava consciente. Dona Magnólia demonstrou ser uma verdadeira guerreira, aos 76 anos, revertendo um quadro clínico nenhum pouco favorável, de uma maneira tão rápida que até os médicos ficaram surpresos. Em pouco mais de uma semana ela estava em casa, teimosa como sempre, ignorando as recomendações médicas de ficar em repouso absoluto;  a enfermeira enviada pelo hospital, Vivian, e eu tínhamos que vigiá-la o tempo todo.

Nas três semanas que se passaram, não mantive nenhum contato com a Lissa. Eu queria esclarecer tudo o mais rápido possível, mas o que eu tinha para falar com ela não poderia ser dito por telefone. Até porque era muito provável que ela desligaria o telefone na minha cara tão logo ouvisse a minha voz.

Eu sabia como a minha Estressadinha era marrenta.

Porra, eu sentia falta dela; da voz, do cheiro, do sorriso... até mesmo do adorável tom de vermelho que tingia suas bochechas quando ela ficava envergonhada.

E sim, eu estou fodidamente apaixonado por aquela garota.

Não havia como negar algo que estava tão claro para mim. Eu, Renan Castilho, estava apaixonado.

Se me dissessem há alguns meses que eu me apaixonaria algum dia, eu teria rido e depois questionaria a sanidade mental da pessoa. Não nego que tive um relacionamento com a Elena, mas nunca fui apaixonado por ela. Nosso 'lance' era meramente sexual, com a condição de que, enquanto estivéssemos juntos, nenhum dos dois foderia com outras pessoas. Por isso fiquei tão puto quando a encontrei na cama com a porra do meu irmão. Se fosse qualquer outro cara, talvez eu até tivesse proposto um ménage, nós dois com ela, é claro. Mas era justo o meu fucking irmão.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now