Capítulo 38

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|Pov. Lissa| 

(Sem revisão)

No dia seguinte...

—Você?!  —vocifero indignada ao mesmo tempo que tento fechar a porta, mas Fernando me impede pondo o pé na frente.

—Ai, porra! Você está esmagando o meu pé! — Fernando geme, fazendo uma careta de dor que me deixa internamente satisfeita.

—Então é melhor tirá-lo daí, antes que quebre. —Falo secamente, forçando a porta e ignorando seu protesto de dor.

—P-por favor! —Pede com esforço. —Preciso da sua ajuda para reconquistar a Mila. Eu amo aquela mulher! —Essa declaração sincera e cheia de sentimento, amolece o meu coração na mesma hora.

Lanço-lhe um olhar furtivo, antes de abrir a porta e fazer um sinal para que ele entre. Fernando me segue até a sala,  mancando com o pé que prensei contra a porta e suspira de alívio quando senta no sofá da sala.

Agora que tenho uma visão completa dele, não posso deixar de sentir um pouco de pena:  logo abaixo dos olhos verde-esmeralda, noto duas olheiras profundas e arroxeadas que denunciam que ele passou a noite em claro, assim como eu, além da visível expressão de abatimento, os cabelos despenteados e do rosto mais pálido que o normal.

—O que veio fazer aqui? —Pergunto direta, cruzando os braços sob o peito. —Por sua causa, Mila agora me odeia e se recusa a responder as minhas mensagens! Ela nem ao menos apareceu no colégio hoje! —Falo exasperada.

Fernando passa a mão pelos cabelos em sinal de frustração, deixando-os ainda mais bagunçados.

—Achei que fosse só comigo. —Comenta, depois de um longo suspiro. —Hoje fui até a casa dela, mas dona Elisa me expulsou de lá à vassouradas. Não sei mais o que fazer, por isso vim pedir sua ajuda. —Responde, cobrindo o rosto com as mãos.

—Como você pode ver, estou em uma situação tão ruim quando a sua. —suspiro, sentando-me no sofá de frente para ele. —Por sua culpa. —Acrescento chateada.

—Talvez ela aceite falar com você. —Fernando sugere. —Pelo menos a mãe dela não vai te dar vassouradas...
—faz uma careta engraçada ao falar isso.

—Você tem razão. —concordo. —Vou esperar até que Mila esteja mais calma e irei falar com ela. —olho impaciente para o relógio na parede.
—Vou tentar convencê-la a falar com você, caso ela me perdoe, mas não posso garantir nada. —aviso.

Fernando assente com um gesto, sabendo que não pode exigir mais que isso. Estou fazendo mais do que ele merece.

—Agora você precisa ir embora. —Apresso-o, ficando de pé. —Mamãe e tia Cecília já devem estar voltando das compras e não quero que elas vejam você aqui. —Explico, enquanto o acompanho até a porta sentindo-me culpada ao perceber que ele caminha com dificuldade, despois de eu ter prensado seu pé contra a porta.

—Obrigado. —Fernando murmura, incerto e fecho a porta atrás dele, praticamente o expulsando.

Espero alguns minutos antes de sair também, certificando-me de que há movimento na rua. Não me sinto confortável para andar pela vizinhança deserta quando um dos meus vizinhos é um psicopata.

Sinto-me relativamente segura caminhando logo atrás de dona Marta, uma senhora séria e miúda que parece estar sempre de mau humor. Nem mesmo o Beto seria idiota o suficiente para se aproximar de mim com ela por perto. Por toda vizinhança, corriam boatos de que ela ela estava envolvida com magia negra  ou algo assim.

Suspiro de alívio quando chego na casa da Bethy sã e salva e sou recebida calorosamente com latidos felizes e lambidas do Brutos, que está particularmente eufórico hoje.

Um Bad Boy em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora