Capítulo 10

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Ao me deparar com o Renan parado na porta da minha casa, totalmente encharcado e tremendo de frio, não consegui esconder o susto que tomei.

O que ele estava fazendo na porta da minha casa, à noite e em meio a um temporal?! Essa foi a primeira pergunta que me veio à mente, embora não tenha encontrado minha voz para verbaliza-la. Isso acontecia, em primeiro lugar porque parte de mim estava chocada demais para falar alguma coisa e, em segundo, porque a outra parte, cada vez mais preocupada, entrara em pânico ao perceber que era o Babaca do meu cunhado e não o meu pai a chegar em casa.

Por um momento, Renan e eu apenas nos encaramos sem dizer nada. Enquanto isso, eu procurava a minha voz ao perceber que o Babaca usava uma camisa de algodão branca que, após molhada, havia ficado completamente transparente e grudada no abdômen sarado que, por tudo que era mais sagrado, tinha os famosos seis gominhos! Eu podia conta-los um a um, se quisesse.

Puta merda!

Eu não podia negar. Ele ficava ainda mais quente daquela forma.

Minha garganta ficou seca e a minha boca se abriu de forma involuntária. Só faltou a baba cair, por que com cara de idiota eu já estava.

Só então me dei conta de que estava encarando fixamente o abdômen dele e me obriguei a desviar o olhar, sentindo o sangue se acumulando nas maçãs do meu rosto, deixando a região quente e corada. Eu estava corando ao ver meu cunhado com a camisa grudada no corpo. Tinha como ser mais constrangedor?!

Segurei a porta e contei até dez mentalmente. Esperei até ter certeza que não iria gaguejar e olhei para ele novamente, tomando cuidado para não olhar para a região abaixo do seu maxilar.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntei sem delongas, com o tom de voz firme.

—Eu posso entrar? —Ele respondeu com outra pergunta. A voz dele vacilando pelos tremores que o frio causava em seu corpo.

Depois de ouvi-lo, fiquei sem saber o que fazer. Se o meu pai chegasse em casa e me envontrasse sozinha com o Renan, não queria nem pensar no que ele podia fazer. Por outro lado, eu não podia deixar o Babaca na rua, completamente encharcado e em meio a um temporal. Não que eu me preocupasse com ele nem nada. Apenas não conseguiria viver bem comigo mesma se algo de ruim acontessesse com ele, tendo eu negado ajuda.

Depois de refletir um pouco, cheguei à conclusão de que não poderia deixa-lo ali fora. Quando o meu pai chegasse eu daria um jeito, nem que precisasse esconde-lo debaixo da cama ou dentro do guarda-roupa, como nos filmes, pensei e abri mais a porta, me afastando e fazendo um sinal para que ele entrasse.

Renan entrou em casa um pouco acanhado e eu fechei a porta atrás de mim, rezando mentalmente para não me arrepender depois.

Dei meia volta e quase esbarrei nele, que estava parado muito próximo de mim, olhando para o chão sob seus pés, onde uma poça d'água havia se formado.

—Desculpa por isso. —Falou ele envergonhado, apontando para o chão.

Eu contive o riso.

Renan Castilho envergonhado. Essa era nova.

—Tudo bem. Eu limpo isso depois. Mas você não respondeu a minha pergunta: o que veio fazer aqui, Renan? Caso não tenha notado, é noite e tem um temporal caindo lá fora! Você poderia ter sofrido uma hipotermia, sabia?

—Hipo...  O quê?

Revirei os olhos.

—Deixa pra lá. Você ainda não respondeu a minha pergunta. —Cobrei novamente e dessa vez ele passou as mãos pelo cabelo molhado, demonstrando nevorsismo.

Um Bad Boy em minha vidaWhere stories live. Discover now