Capítulo 12 (Parte 1)

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|Pov Lissa|

(Sem revisão)

Na manhã seguinte acordei cedo, me antecipando ao despertador, o que era algo raro de acontecer. Prova disso era que o meu despertador foi programado para me acordar cinco minutos antes do tempo necessário para que eu me arrumasse, tomasse o café da manhã e chegasse à escola no tempo certo, tudo para que eu pudesse dormir mais cinco minutinhos. Não era muito, mas era melhor que nada. No entanto, mesmo dormindo cinco minutos a mais, eu sempre levantava à contra gosto, com um mal humor típico e uma vontade quase insana de voltar para a minha cama quente, macia e aconchegante. Assim sendo, o fato de eu ter acordado mais de uma hora antes do meu despertador tocar era, no mínimo, estranho; no máximo, preocupante.

Espreguicei-me, afastei o lençol que cobria o meu corpo e levantei da cama. Saí do meu quarto e fui direto para o banheiro onde faria minha higiene pessoal e também minhas necessidades fisiológicas, que não vem ao caso. Mas foi só entrar no banheiro, para que os acontecimentos da noite anterior viessm à tona, revelando o motivo da minha inquietação: as roupas do Renan estavam ali, em um entulho sobre a tampa da privada, onde ele havia as deixado após o banho.

Homens...

Recolhi a roupa e coloquei-o entre as outras no cesto de roupas sujas, onde sabia que o meu pai não iria mexer. Lembrei que o Renan tinha saído usando as roupas do meu pai e comecei a rezar em silêncio para que o meu pai não desse falta das roupas que ele havia levado.  Caso ele reparasse, eu teria que estar pronta para falar uma mentira bem convincente.

Depois de esconder as roupas do Renan, voltei para o banheiro onde esvaziei a bexiga, escovei os dentes e tomei um banho frio e rápido.

Depois disso, vesti o uniforme da escola, guardei meu material na mochila e fui até a cozinha. Tomei meu café da manhã, sentindo a ausência da minha mãe onde quer que olhasse. Sentia falta principalmente do sorriso dela. Dona Clarice é uma das poucas pessoas que consegue manter o bom humor, mesmo acordando às seis da manhã. Eu sempre a admirei por isso, dentre outras coisas, é claro.

Depois de comer, levei e sequei a louça, incluindo a que o Renan e eu havíamos sujado na noite anterior e guardei tudo no armário em seguida. Com isso, eu eliminava o último vestígio da presença do meu cunhado aqui em casa.

Assim que terminei tudo, fui até a sala sentei no sofá para esperar o meu pai. Eu tinha vinte e cinco minutos para ir até a escola, isso significava que podia esperar mais alguns minutos e ainda chegar na escola com alguns minutos de antecedência. Além disso, o meu pai já devia estar chegando. Ele prometeu que passaria em casa cedo e eu contava com isso.

Cerca de cinco minutos depois, a porta da frente foi aberta e o meu pai entrou em casa com a roupa toda amarrotada e tendo no rosto a expressão de quem não dormiu bem à noite. Ele parecia um zumbi, pensei, embora não tivesse coragem de falar.

—Pai?

—Não me olhe assim! Quase não consegui dormir na cama dura e desconfortável do hotel e tive que levantar muito cedo. Sei que estou um trapo, mas é justificável. —Se defendeu ele, já caminhando até as escadas.

Giovanni Ferrasi, assim como eu, estava na lista de pessoas que acordam sempre de mal humor...

Fui atrás dele, com a mochila nas costas.

—Preciso falar com o senhor.

—Outra hora. Estou atrasado. Inclusive, peça para a Clarice se apressar ao preparar o meu café da manhã. Tenho uma reunião em uma hora e não tenho tempo a perder. —Me interrompeu, sem ao menos me olhar e deixando-me além da irritação.

Um Bad Boy em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora