Capítulo 8

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Último ano de residência (1 ano atrás)


[Fernanda]

Acordo em minha confortável cama às seis da manhã e me preparo para a corrida matinal pelo condomínio.

Vou até a cozinha, como uma maçã, pego uma garrafa de água e saio de casa.

Só o som de meus tênis batendo contra o asfalto me acompanha por um período de tempo, depois de uns trinta minutos encontro alguns vizinhos em seus respectivos quintais com seus afazeres e os cumprimento com um bom dia.

-Bom dia, Fernanda. Como vai? -não preciso nem me virar para saber quem agora corre ao meu lado.

-Bom dia, Eduardo. Eu vou bem e você? -perguntei por educação.

-Muito bem, você sabe. O que acha de sairmos qualquer dia desses? Abriu um novo restaurante italiano no centro da cidade, a gente pode ir lá...para saber se lugar é bom. -disse como quem não quer nada.

A questão é que ele quer alguma coisa. Eduardo sempre foi doido comigo desde que nos conhecemos. E o problema nem é aparência ou personalidade do cara. Ele é até que é muito bonito, simpático e às vezes, esporadicamente falando, charmoso.

Só que... eu simplesmente não gosto dele. Pronto, é isso, falei. E é meio chato quando a pessoa não se toca e continua insistindo como se um dia viesse existir a remota possibilidade de que nós tornemos algo mais. Vai sonhando, é o que eu sempre penso quando o vejo.

-Então... -comecei.

Não vai rolar, eu pensei.

-É que está uma loucura lá no hospital, e eu tô bem sem tempo ultimamente. Mas quem sabe num outro dia? -perguntei evasiva com um sorriso meio amarelo.

-Tudo bem. A gente se vê por aí. -despediu-se quando chegamos em frente minha casa.

-Até mais. -respondi já na varanda.

Abri a porta​ da sala bebendo a água da garrafinha que eu havia levado e fechei a porta com a mão livre.

-Pelo visto Eduardo ainda não desistiu de você, hein? -ouvi aquela voz logo atrás de mim.

Virei-me com um enorme sorriso.

-Seu cachorro, porque não me avisou que estava vindo? -perguntei agarrada ao seu pescoço em um abraço de urso.

-Quis fazer uma surpresa e pelo visto consegui. -riu ao tirar meus pés do chão.

-Devia ter me ligado ou mandado uma mensagem. -bati em ombro ao nos separamos.

-Estava com ​saudades de casa. -ele disse.

-Também sentimos sua falta, Miguel. -subimos as escadas ao lado um do outro.

-Kaile também chegou há poucos minutos, acho que está no banho agora. -Miguel anunciou.

-Parece que hoje todo mundo resolveu fazer uma surpresa nessa casa. -eu disse contente ao olhar para meu irmão.

-Parece mesmo. Agora vai tomar um banho logo para podermos tomar o café da manhã com todos. -deu um tapa em minha cabeça e eu rosnei em protesto.

De banho tomado e um vestido soltinho desci para o primeiro andar.

-Bom dia vovó. Veio tomar café conosco hoje? -perguntei curiosa.

-Bom dia, querida. Vim sim, não é todo dia que consigo ver todos os meus netos juntos em um mesmo lugar. Então aproveitei e passei por aqui assim que saí de casa, mas não poderei demorar muito, tenho algumas coisas para resolver na rua. -disse e beijou a bochecha de cada neto, de meu pai e de minha mãe.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now