Capítulo 27

3.1K 302 196
                                    

"Eu assumo cada pedaço de culpa se você quiser que eu assuma
Mas você sabe que não tem inocentes nesse jogo de dois
Eu vou, eu vou e depois você vai, você vai e cospe a verdade
Podemos, os dois, dizer as palavras e esquecer isso?"

-Sorry (traduzido) -Justin Bieber


[Vicente]

E agora, Vicente?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, Vicente?
e agora, Você?

Eu claramente me sentia parte integrante dos pensamentos e versos um dia escritos por Drummond.

Tudo estava dando errado. Desde o momento em que algo pelo qual lutei minha vida inteira deu certo, as coisas começaram a desmoronar.

Uma sensação de estar sempre um passo atrás, de estar constantemente falhando me deixa frustrado, me deixa doente.

-Droga! -grito ao socar com força o punho fechado contra o volante a minha frente.

Perco o controle do carro por alguns segundos devido meu estúpido e inapropriado momento de acesso de raiva e, quase acabo atingindo o para-choque do veículo da frente. Brequei o carro a tempo de evitar a colisão, porém como estava em uma velocidade relativamente alta, meu corpo foi impelido para frente fazendo com que minha cabeça atingisse o vidro do para-brisas.

-Que... -seguro um palavrão ao tocar o sangue que escorre pelo pequeno corte que havia se aberto em minha testa.

Saí com tanta pressa de casa que tinha me esquecido de colocar o raio do cinto de segurança e, para melhorar ainda mais o meu dia, minha cabeça estava dolorida mais pela pancada do que pelo corte.

Uma buzina soa alta vinda do veículo atrás do meu, saio do meu momento de devaneio e irritação percebendo o trânsito livre a minha frente. Ignoro o motorista mal humorado e sigo o meu caminho.

 Ignoro o motorista mal humorado e sigo o meu caminho

Hoppla! Dieses Bild entspricht nicht unseren inhaltlichen Richtlinien. Um mit dem Veröffentlichen fortfahren zu können, entferne es bitte oder lade ein anderes Bild hoch.

***

Bato a porta com violência ao descer do carro travando o alarme e sigo meu rumo passando pela recepção e me dirigindo ao elevador, que por uma sorte abre as portas no mesmo instante em que aciono o botão para chama-lo.  

Quando as portas estão quase fechando alguém grita para segura-las, mas não tenho a mínima vontade de faze-lo, então continuo sem me mover. Entretanto uma pequena mão se coloca entra as portas de metal fazendo com que retrocedessem para que assim permitisse a entrada da pessoa.

Após entrar as portas se fecharam automaticamente e em um primeiro instante a pessoa pareceu surpresa ao se deparar comigo ali, depois posicionou-se ao meu lado mantendo uma distância segura entre nós. Um silêncio quase palpável se instalou no ambiente enquanto a caixa metálica subia lentamente os andares restantes.

Nenhum de nós fez questão de dizer algo para puxar conversa, até porque, creio que essa era a última coisa que os dois iria querer fazer tendo em vista os últimos acontecimentos que se sucederam dias atrás. Mas eu podia sentir seu olhar sobre mim, mesmo que de esguelha, Fernanda me fitava de maneira curiosa, mas sem parecer muito interessada. Provavelmente o corte em minha testa era a verdadeira fonte de seu real interesse.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt