Capítulo 59

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"Se você precisar lutar
Lute com você mesma e seus pensamentos à noite
E se você precisar trabalhar
Trabalhe para deixar alguma parte de você nesta terra
E se você precisar viver, querida
Apenas viva, Apenas viva, Apenas viva
Você é, você é, tudo
Você é, você é, tudo"

You (traduzida) -Keaton Henson


[Vicente]

Estacionei em frente ao gramado baixo que ficava na parte frontal da casa e desci do veículo seguindo para o lado oposto indo abrir a porta de Fernanda.

-Você confia em mim? -perguntei estendendo minha mão em sua direção.
-Claro. -ela concordou com a cabeça baixa e depositou sua mão sobre a minha.

Caminhamos de mãos dadas pelo caminho de pedras que levava até a porta da casa, onde paramos de andar e eu retirei um molho de chaves do bolso da calça, escolhi uma e girei a chave na fechadura destrancando-a logo em seguida.

O primeiro cômodo que colocamos os pés foi a sala de estar totalmente vazia, desprovida de móveis ou de objetos decorativos, o lugar aparentava ser muito mais amplo do que realmente era, e nossos passos ecoavam com certa altura pelo local.

Ainda permanecendo em silêncio, continuei o trajeto guiando Fernanda pela mão e subimos as escadas deixando uma trilha de pegadas e água pelos degraus de piso branco. Chegando ao fim do corredor do segundo andar, empurrei as portas duplas de madeira branca com detalhes em dourado e prata, abrindo o espaço para que ela pudesse entrar primeiro.

O local também estava vazio como os demais da casa, exceto por esse conter um pequeno armário escuro de três gavetas, um colchão no canto da parede e um mini frigobar portátil ligado a tomada.

-Venha. -chamei Fernanda que olhava tudo a sua volta sem realmente​ prestar atenção em nada em específico.

-Para onde? -indagou com os olhos ligeiramente inchados pelo choro anterior.

-Você vai ver. -a conduzi com uma mão em suas costas até a outra porta que havia ali.

Ao entramos no banheiro, Fernanda me olhou com semblante confuso sem entender o que estávamos fazendo ali, mas não disse nada a respeito. Fiquei olhando para seu rosto admirado de como eu a achava linda mesmo depois de ter enfrentado uma batida de carro, seguido de uma crise de choro, e ainda assim, para mim ela continuava sendo a mulher mais bela que eu já havia visto. Fui interrompido de meus devaneios quando a ouvi espirrar e como se tivesse levado um tapa, voltei a realidade no presente.

-Você confia em mim? -perguntei novamente. -Só para garantir. -disse me certificando de que essa era uma decisão somente dela e que tinha plena liberdade para optar entre retroceder e ir embora ou confiar em mim e ficar ali.

No final a escolha sempre seria dela. Jamais a obrigaria a algo que não quisesse ou iria lhe impor uma posição a qual não desejasse.

-Você sabe que sim.

Sua resposta foi o suficiente para que eu diminuísse o restante da distância entre nós e pedisse com a voz branda, porém firme.

-Levante os braços, por favor.

Sem questionar, ela fez o que lhe fora pedido, sempre me observando com um olhar ansioso no rosto. Lentamente, puxei a barra de sua blusa de frio que se grudava as suas formas femininas devido o excesso de água, a retirei de seu corpo ao passa-la por sua cabeça e joguei-a em um canto qualquer do banheiro.

-Posso? -perguntei ao indicar com o polegar sua calça.

Com um aceno afirmativo de cabeça, me abaixei ficando de joelhos para facilitar na remoção da peça. Quando por fim me livrei de sua calça, a fiz se sentar na borda da banheira e me desfiz de seus tênis enlameados pelo barro da estrada.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now