Capítulo 44

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"E eu quero muito, muito amar você
E eu sou só seu, de verdade
Mesmo que não dure para sempre, eu quero que você saiba
Nós realmente tivemos algo especial, é difícil esquecer
Eu só estou sendo honesto, eu ainda estou no momento"

Crash (Traduzida)- Usher


[Vicente]

Para o bem ou para o mal, o fatídico dia do casamento de minha prima e o irmão de Fernanda havia chegado. Todos os homens de ambas as famílias Bertotti, Salazar e amigos mais próximos  vindos de outras partes do país para o casamento estavam reunidos, mais especificamente "hospedados", na  residência da família do noivo. Tudo isso simplesmente por exigência da maior parte das mulheres que organizavam o evento com mãos de ferro e, que por acaso estavam acampadas em minha casa há exatos dois dias.

Sei que pode até parecer errado da minha parte, mas confesso que fiquei muito tentado a invadir o quarto de Fernanda e talvez com um pouco de sorte, conhecer um pouco melhor sobre sua forte personalidade e estilo de vida através de seus pertences.

Entretanto, creio que isso não seria de grande serventia para mim no final das costas, não é um quarto ou objetos pessoais que me ajudariam a desvendar mais sobre o ser humano naturalmente incrível e lindo que a Bertotti é em sua essência e atitudes.

Contudo o bichinho da curiosidade ainda me cutucava para ir adiante, mas eu sabia no que isso implicaria, lá no fundo da minha mente eu tinha a consciência de que era errado. Então simplesmente dei o fora dali o mais rápido possível, antes que acabasse caindo em tentação e cedesse aos desejos da curiosidade.

***

-Você se parece​ com um homem extremamente galante nessa roupa, padrinho​. -Fernanda disse sarcástica dando uma​ volta ao meu redor para observar melhor o conjunto completo.  

Ou seja, um corpo incrivelmente atlético mais um terno escuro de três peças, mais sapatos italianos lustrosos, mais meu charme e carisma, era igual ao pacote-gostosura-completo. Não que ela fosse admitir isso em voz alta algum dia. Nem sobre tortura Fernanda diria tais palavras, por mais verdadeiras que fossem.

-Obrigada. Você também não está de se jogar fora. -eu brinquei. 

-Imbecil. -ela resmungou desferindo um forte tapa em meu braço.

Suas mãos podiam até serem pequenas e delicadas olhando a primeira vista, mas se faziam pesadas e impiedosas quando queriam. 

-Calma aí, Bertotti. Você sabe que eu não falo sério. 

-Três minutos para a entrada, pessoal! Quero todos em suas posições imediatamente. -uma das organizadoras disse esbaforida ao conferir o horário em seu relógio de pulso.  

-Agora melhora esse rostinho bonito porque já está na nossa hora. -eu coloquei minhas mãos em seus ombros atraindo sua atenção para mim.

Fernanda esboçou uma careta apertando os dentes como se rosnasse em minha direção, antes de olhar para o próprio vestido e arruma-lo pela centésima vez, mesmo que não houvesse nada para ser arrumado e ela estivesse incrivelmente perfeita. Uma visão de tirar o fôlego de qualquer ser humano em plena suas faculdades​ mentais.

-Você está pronto? -ela questionou de repente ao se virar para mim. 

-Eu nasci pronto, querida. -eu respondi antes de enlaçar seu braço ao meu, em seguida as portas se abriram e nós entramos como o primeiro casal de padrinhos aos som da música Love is not a fight.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now