"As três coisas mais difíceis do mundo são: guardar um segredo, perdoar uma ofensa e aproveitar o tempo." -Benjamin Franklin
[Fernanda]
Você sabe quando voltar atrás? Sabe qual é o seu limite? Eu não faço ideia de até aonde vai o meu....
Depois de uma noite bem dormida eu estava menos nervosa, um pouco dolorida, porém menos nervosa, isso é fato.
Acordei cedo, fiz minha higiene pessoal e saí para correr como fazia em todas as manhãs livres. É claro que eu não fui vestindo a roupa que usei no encontro de ontem a noite, seria idiotice além de muito desconfortável.
Eu havia pego um casaco moletom de Nic que ficara bem grande e largo em mim, mas que cobria até o meio das minhas coxas, o que era o suficiente para eu não pagar calcinha durante o trajeto pelo condomínio em que meu primo residia
Durante o percurso cumprimentei alguns vizinhos simpáticos e outras pessoas que também faziam suas caminhadas ou passeavam com seus animais de estimação.
Ao retornar para casa de Nic, enxuguei o suor que corria pela testa com as costas das mão e abri a porta dando de cara com Nic descendo as escadas apressadamente.
-Ei, calma aí cara. -eu disse parando em sua frente.
-Não posso, Fernanda. Sabe que eu vou me atrasar. -respondeu tentando se desviar mas eu bloqueei sua passagem.
-Você não é um funcionário qualquer naquela bagaça, Nic. Você é o dono, não precisa cumprir o horário a risca como todo mundo.
Ficamos nesse joguinho de passa ou não passa, até que ele já irritado, desistiu de continuar com aquilo e se jogou no sofá atrás de si.
-Ótimo. Agora fique quietinho aí, que eu vou preparar um café para a gente. -avisei me dirigindo para a cozinha.
-Ah, Nic. Você pode acordar aquele idiota lá em cima, por favor? Porque se depender dele... -eu parei o que dizia ao ouvir a resposta vinda de meu primo.
-Ele já foi embora há uns bons minutos. Eu disse para te esperar, mas ele agradeceu por deixa-lo passar a noite aqui e meteu o pé. Parecia estar com pressa e bem disposto, diferente de ontem. -Nicolas comentou se sentando em uma das banquetas ao redor do balcão.
-Ok, então. Agora me conta como está indo lá na clínica. -pedi enquanto depositava o pó de café no coador.
*
Depois de passar em minha casa e dar um beijo nos meus pais e Isa, tomo um banho quente e me visto para o meu próximo turno que começaria dentro de algumas horas. Graças a Deus, ninguém havia reparado em qualquer coisa de anormal em meu rosto.
Ao passar pelas portas automáticas do Hospital da Graça, suspirei tensa pensando no dia agitado que teria ao observar a emergência lotada e paramédicos que não paravam de chegar com mais pacientes.
Mas logo em seguida um sorriso despontou em meus lábios, aquele era o trabalho da minha vida, e eu o adorava.
Passei praticamente o dia inteiro dentro de uma sala de cirurgia em um incrível transplante múltiplo de órgãos, rins e fígado, em um garoto de dezenove anos. O procedimento foi um sucesso!
Ao final da noite meu corpo já estava exausto, mas eu me sentia completa. Eu amava o que fazia. Então para descansar um pouco, decidi ir me deitar em um dos quartinhos de descanso dos médicos.
Eu mal havia fechado os olhos e algum embuste entrou no local fazendo barulho ao fechar a porta. Grunhi insatisfeita por ter companhia, mas não me designei a abrir os olhos para ver quem era o intruso ou intrusa.
-Fernanda. -aquela voz grave soou pelo quarto.
Gemi irritada, só me faltava mais essa!
Girei o corpo no colchão duro da cama ficando de costas para a pessoa, e parei de frente para a parede a qual a beliche estava pareada.
-Posso falar com você, por favor? Eu quero me explicar. -ele pediu.
Contudo eu continuei na mesma posição.
-Droga, Fernanda. Eu sinto muito. Eu não queria... eu não pretendia....
-Não pretendia o que, Vicente? -me sentei furiosa.
-Esmurrar seu irmão como um animal? Me machucar fisicamente? Ou pensar a merda que tenha passado pela sua cabeça naquele momento? Ham? Quem você pensa que eu sou, afinal? Quem você pensa que é, para sair julgando e agindo da forma que agiu?
Vicente fez menção de se aproximar, mas eu o detive com a mão estendida em sua direção.
-Olha, eu me desculpei com Itan hoje mais cedo. -me surpreendi com o que ele disse, mas tentei não transparecer.
-Nós conversamos e finalmente nos acertamos. E ele me perdoou, assim como eu também o perdoei. Eu não espero que faça o mesmo, mas você quer fazer o favor de me ouvir, pelo menos uma vez na vida?
Assenti a contra gosto, porém intrigada de mais para saber o que ele diria a seguir.
-Sei que agi como um imbecil ontem a noite. -ele começou.
-Isso é verdade. -resmunguei.
-Me deixe terminar, mulher. -ele rebateu sério se aproximando.
Rolei os olhos com impaciência.
-Não vou pedir que esqueça ou ignore o que viu aquele dia. Aquele homem de ontem faz parte da pessoa que eu estou tentando deixar para trás, e por mais difícil e ruim que seja, ela ainda é parte de quem eu sou. -ele desviou o olhar por alguns segundos antes de volta-lo para meu rosto novamente.
-Isso não quer dizer que você tenha que suportar esse tipo de pessoa em sua vida. Por Deus, é óbvio que não. Você merece coisa melhor. Tenho ciência da bosta de namorado que sou, mas... eu estou tentando. Tentando ser o melhor para você, por você.
Engoli em seco ao enxergar a sinceridade em seus olhos oceânicos. Vicente percorreu a distância entre nós e parou se ajoelhando entre minhas pernas de frente para mim.
Seu rosto agora estava a poucos centímetros do meu e suas mãos envolveram as minhas em um aperto firme e caloroso.
-Me dê a oportunidade, a chance de provar que eu posso, que eu consigo ser melhor do que aquele cara de ontem, para você, com você. -ele fitava meus olhos com intensidade.
-E então, o que você me diz? Ainda posso continuar te chamando de minha Bertotti?
•••
Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem por aí? O que estão achando? Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário, tá bem? É muiiito importante. Então é isso. Que a força esteja com você ;)
Beijos borrocados de batom 😘😘
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Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]
Literatura Feminina[livro 2] Série Os Bertottis, o primeiro chama-se Concorrentes. Fernanda é uma jovem bonita, alegre e uma brilhante médica. Ela adora o seu trabalho no hospital, porém odeia Vicente, seu chefe, que insiste em pegar no seu pé desde que começou a trab...