Capítulo 45

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"É, eu quis jogar duro
Considerei que poderia fazer tudo eu mesma
Mas mesmo uma Super-Mulher
Às vezes precisa da alma do Super-Homem"

Helium (Traduzida) -Sia


[Fernanda]

-Afinal, vocês estão juntos ou não? -a pergunta foi feita em um tom extremamente irritado.

-Enrolados seria uma definição mais adequada.

-Ah, pelo amor de Deus, Fernanda Müller Bertotti! Isso é coisa de adolescente, caramba. Por que não podem se resolver de maneira adulta? Eu esperaria isso vindo até dos seus irmãos mais novos, Kaile e Isadora, mas não de uma mulher madura como você. -vovó Eliza resmungou irritada comigo. -Está pior que o Miguel com a lerdeza dele.

-A senhora não compreende, vovó. É complicado. Nós já... Meio que namoramos uma vez e...

-E blá, blá, blá. Um monte de baboseira, menina. -ela revirou os olhos com impaciência.

-Eu sei que vocês já se pegaram uma vez. Quem não sabe disso? Até Cabral sabe. Vocês são muito inocentes ou idiotas demais se pensaram que pelo menos a vovó aqui não saberia.

-Vovó! A gente não se "pegou". Que palavreado mais rude. -protestei surpresa.

-Não se faça de sonsa, minha netinha querida. Porque nós duas sabemos que de santa você não tem nada. Não quando se é uma garota bonita como você e vive cercada por outras beldades a sua volta. Como é sortuda, menina! Veja por exemplo aquele garoto Maurício, que você chama de amigo e anda com ele para cima e para baixo desde novinhos. Vai me dizer que nunca rolou nada além de amizade entre vocês? -ela questionou com um sorriso presunçoso surgindo nos lábios.

Eu no entanto fiquei tão surpresa e sem acreditar em suas palavras, que por um momento permanecemos em um silêncio estranho, eu com o queixo esticado até o pescoço e os olhos arregalados mediante tal afirmação.

Eu ainda pensava em algo para dizer quando o barulho de um chaveiro caindo no chão, desviou minha atenção fazendo com que eu fechasse a boca imediatamente e virasse o pescoço para trás.

-Ah, olá vovó e Nanda. -Isadora nos cumprimentou ao vir em nossa direção ajeitando a alça da mochila sobre os ombros.

-Senta aqui, Isa. Você está bem? -a chamei puxando-a pelo pulso para que se sentasse no meio do sofá entre mim e vovó.

-Eu não pretendia atrapalha-las. -ela disse de maneira desconfortável.

Seu rosto tinha uma expressão que eu não conseguia identificar e isso me deixava preocupada. Minha irmãzinha sempre sorridente parecia estar chateada com algo.

-Aconteceu alguma coisa, Isa? Você parece meio triste. -eu indaguei ao entrelaçar nossas mãos sobre sua perna.

-É só cansaço. A faculdade está acabando comigo. -ela deu uma risadinha sem graça que não chegou aos olhos.  -Vocês estavam conversando quando cheguei, eu não​ quero atrapalhar. Acho que vou tomar um banho quente e capotar na cama. Estou um caco de ser humano.

-Ah, mas você chegou na parte mais interessante, querida! Eu estava justamente questionando sua irmã sobre qual é o verdadeiro lance dela com aquele pedaço de mau caminho do Maurício. Você tem que ficar. Aposto que também quer ouvir a resposta, não é mesmo? -vovó bateu palmas com o entusiasmo de quem está prestes descobrir a maior fofoca do ano.

Não tive como me conter ao ser contagiada por sua animosidade e acabei gargalhando. Vovó era uma figura incrível. Munida de um senso de humor que faria até o ser mais sisudo dar ao menos uma risada em sua presença.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now