Capítulo 60

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[Fernanda]

Acordei no dia seguinte como se tivesse adormecido por uma semana inteira. Meu corpo estava extremamente relaxado e os travesseiros macios sob os quais estava deitada, melhoravam meu humor em quase cem por cento.

Abri os olhos e estranhei o que vi a minha volta. Eu estava no meu quarto, mas como havia ido parar ali? A última coisa de que me lembrava era de fechar os olhos dentro de uma banheira incrível. Será que tinha sido apenas um sonho? Muito provavelmente não.

Mas havia uma pergunta que não queria calar: por que ele tinha me deixado? Onde Vicente estava nesse momento?

Pulando para fora da cama esbanjando de grande disposição, me vesti em tempo recorde e desci apressada os degraus do primeiro andar de casa seguindo em direção a porta.

-Bom dia, vovó, amo você. -beijei sua bochecha rapidamente ao passar por ela no caminho, porém sua mão em meu braço me deteve.

-Aonde a senhorita pensa que vai com tanta pressa? -indagou com suspeita.

-Em busca de algumas respostas. Não esperem por mim para o almoço, voltarei tarde.

-Tudo bem, querida. -disse retribuindo o beijo. -É muito bom ter você de volta. -ela sorriu. -Vá tranquila e que Deus te abençoe.

-Amém, vovó.

Desci do uber como quem estava em trabalho de parto e adentrei a recepção com tanta pressa que só percebi o eminente desastre quando já era tarde demais.

-Opa, gatinha, onde é o incêndio? -um par de mãos masculinas me seguraram com firmeza​ junto ao corpo, evitando assim que ambos fossem de encontro ao chão.

-Que susto de merda, Rafa! -me desvencilhei dele aos tapas. -O que está fazendo aqui?

-Te deu a louca hoje, mulher? Eu estou...

-Não importa. Depois a gente se fala. -o cortei antes que se iniciasse a ladainha, porque se tinha uma coisa que Rafael adorava fazer, era com certeza falar, e muito.

-Mas o que?! Vai mesmo me deixar falando sozinho? Que deselegante da sua parte, mocréia!

Virei as costas para seguir meu caminho, mas parei ao me lembrar de uma coisa.

-Você viu o Vicente por aí? -eu perguntei.

-Hum... deixa eu ver. Não, ele não está no meu bolso. -ele fingiu verificar os bolsos da própria calça.

-Deixa de ser idiota, Rafa. Você sabe dele ou não? -questionei exasperada.

-Ouvi dizer que ele pediu afastamento por uns dias do hospital a partir de hoje.

-Sério? Que... estranho. Mesmo assim, obrigada, Rafa.

-Você e toda essa sua grosseria não mereciam uma palavra sequer vindo de mim, mas já deu para perceber que sou um idiota por fazê-lo da mesma forma.

-Foi mal, me desculpa, cara. Não foi de propósito.

-Ah, tá. Vai embora logo, Fernanda. Some daqui. -ele fingiu estar bravo, mas eu sabia que era brincadeira.

-Adoro você, seu cara de pau sem vergonha e muito sensível. -beijei seu rosto antes de seguir para o lado de fora de hospital.

Liguei para um táxi e em pouco tempo eu já estava parada em frente a porta da residência da família Salazar. Estava na hora, eu precisava falar com ele. Bati na porta tantas vezes seguidas que os nós dos meus dedos ficaram doloridos.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now