Capítulo 32

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"Viver é um risco que risca a vida
que você não arrisca
minha vó dizia
coloque o medo de baixo do braço e siga"  

Risco - Marcela Taís


[Fernanda] 

-Meu Deus, eu achei que aquele segurança iria nos colocar para fora. -eu disse rindo

-Você quer dizer a Cristina, né? Porque era ela que estava quase avançando para cima do cara e criando a maior confusão. -Rafael contestou.

-Eu? E a Mariana que ficou rindo feito uma hiena enlouquecida atraindo vários olhares tortos para nós. -Cristina rebateu se sentindo injustiçada por levar a maior parte da culpa.

-Pior foi a sujeira que Jhonatan fez. -Mariana comentou divertida.

Através do espelho do retrovisor percebi que o mesmo ruborizou com a menção do ocorrido. Eu estava dirigindo o carro na volta, já que esse era o combinado pois Mariana havia conduzido na ida e agora era a minha vez. 

-A culpa não foi minha. -ele protestou envergonhado. 

-Ata, e foi de quem então? Das batatas voadoras ou do refri rebelde que cismou de saltar da lata? -Rafael provocou.

-Foi... foi sua, Rafael! Você me fez ir comprar o seu lanche como se eu fosse uma garçonete e eu não consegui carregar tudo. Era muita coisa. -ele disse exasperado.

-Calma gente, não precisa se irritar. No final das contas foi bem engraçado e divertido. -comentei entre um bocejo. 

Era madrugada quando saímos da convenção e fomos a uma das dezenas de restaurantes abertos aquela hora da noite e comemos um lanche nada saudável. Éramos péssimos exemplos de alimentação, ainda mais todos nós sendo médicos. 

Pegamos a estrada logo em seguida e eu nos guiava de volta para Balneário morta de cansaço e sono. Então a conversa era muito bem vinda para me manter acordada e alerta a estrada evitando assim que eu causasse um possível acidente de trânsito.

***

 -Estou me sentindo em um episódio de The Walking dead. -Lucas comentou de forma despretensiosa depois do almoço quando nos reunimos na sala dos residentes.

Graças a Deus estava vazia e só havia nós dois por ali. Eu só precisava de um pouquinho de paz e uns minutinhos de cochilo para recuperar meu funcionamento cerebral corretamente. 

-Por que? -eu perguntei de forma arrastada com minha testa colada ao vidro da mesa a minha frente. 

-Por causa do fato de que você, Mariana e Rafael tem andado feito zumbis pelo hospital assustando os funcionários e os pacientes com essas caras.  -ele disse como se fosse óbvio.

-Que? Do que você está falando? -perguntei sem entender e levantei a cabeça para fita-lo com o cenho franzido.

-Caramba, vocês estão péssimos com essas caras de mortos-vivos. Meu Deus, é aterrorizante, Fernanda. Se não os conhecesse até eu fugiria de perto de vocês. -comentou sarcástico. 

-Ai, não enche. -eu resmunguei.  -A gente não tem culpa de ter caído de plantão justo hoje. 

Eu estava choramingando internamente por tamanho azar. Tudo que eu queria nesse momento era a minha cama, muito silêncio e nada mais do que disso. 

-Toma, você precisa disso mais do que eu. -ele arrastou pela mesa o copo de isopor branco com o logo verde estampado na frente em minha direção. 

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now