Capítulo 49

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[Fernanda]

Acertei​ com tudo o para-choques de um volvo prata e minha cabeça voou direto para o volante, acertando-o com força e rapidez. Minha cabeça repicou para trás atingindo o banco do motorista em seguida.

Uma série de buzinas e um jorro palavrões deu início do lado de fora e, um pequeno tumulto começou a se formar no trânsito. Só então é que pude notar a gravidade do que ocorrera. Meu carro estava a uns cem ou cento e cinquenta metros do ponto inicial da colisão e o outro veículo a uns dez metros de onde estava o meu.

-Que merda foi essa, sua barbeira? Não sabe dirigir, não? -primeiro houve o grito raivoso, logo depois foi a vez da dona da voz descer do veículo com muita raiva.

Com o rosto tingido de vermelho, seja por ira ou pelo medo do ocorrido, a mulher veio em minha direção balançando seu rabo de cavalo ruivo furiosamente no ar.

-Eu não acredito! Era só o que me faltava. -resmunguei me sentindo meio tonta e abri a porta do carro saindo logo em seguida. Forcei meus pés a pousarem sobre o asfalto quando ela parou a minha frente aparentando surpresa.

-Fernanda? Mas que raios aconteceu com você? Você está bem? Está ferida?

-Luíza, justamente minha favorita em todo mundo. Que sorte a minha, não? -resmunguei com ironia.

-Você tem um corte no supercílio. -ela afirmou e eu constatei o óbvio ao elevar uma mão​ até o local e sentir a textura viscosa de sangue.

-Não é nada de mais. Provavelmente só foi superficial.

-Me deixe dar uma olhada nisso. -ela se aproximou, seus saltos batendo contra o asfalto me deixavam ainda mais nervosa do que a situação em que nos encontrávamos.

-Não! Eu vou chamar a polícia para resolver isso aqui e daqui a pouco cada uma de nós vai estar em nossas casas sem mais complicações. Pode ficar tranquila que irei acionar minha seguradora e pagarei pelo conserto dos estragos em seu veículo.

-Estou mais preocupada no momento, é com a possível concussão que você possa ter sofrido durante a batida. Você como médica, mais do que ninguém, sabe como uma simples pancada pode ser perigosa na maioria dos casos. -ela disse parecendo realmente preocupada.

Ah, que se dane ela e a sua falsa preocupação!

-Eu me viro sozinha, Luíza. -rebati ríspida sem me conter.

-Como quiser, sua mula teimosa. -a ouvi resmungando ao cruzar os braços em um postura contrariada.

Virei as costas para ela com o celular já na orelha, disquei os​ números rapidamente e esperei a ligação completar. Após passar o endereço e a situação para a pessoa do outro lado da linha, encerrei a chamada e voltei para perto do carro.

-Sabe, eu estou pouco me lixando para isso aqui. -Luíza fez um gesto com o indicador apontando para ambos os veículos. -Tenho seguro, não preciso do seu.

-Mas eu faço questão. Já que fui eu quem causou o acidente. -respondi impaciente.

-E o que aconteceu com você? Ficou doidona e decidiu acertar meu carro por birra?

-Primeiro de tudo, o sol não gira em torno de você, Luíza. Segundo, eu nem havia percebido que era você no veículo da frente ou teria batido com mais força. Terceiro e último, não sei o que houve, o carro simplesmente não quis parar e eu fui para cima de você. -dei de ombros.

Na realidade, eu sinceramente não sabia o que havia acontecido mesmo. Não entendi porque o carro não quis parar quando pisei no freio. Era quase como se estivesse...

-Espera aí... -caminhei até o capô do carro e o abri.

Luíza que até o momento batia os saltos no asfalto de maneira entediada, me seguiu vindo parar ao meu lado e passou os olhos com curiosidade para onde eu estava olhando naquele instante.

-Qual foi a última vez que você levou esse carro a revisão, Fernanda? -ela questionou tocando em algumas peças com um pequeno graveto que havia pego do chão.

-Uns dois meses atrás, eu acho. -respondi sem dar muita atenção para o assunto.

Ela continuava a fuçar nas peças como se estivesse mexendo no próprio veículo.

-Por Deus, olha isso aqui, Fernanda! -ela exclamou alarmada.

-Isso aqui o que, criatura? -questionei exasperada e segui o olhar até o local que ela indicava.

-Meu Deus! -sufoquei um grito de pânico. -Isso seria praticamente impossível de passar batido na revisão. -divaguei em voz baixa, porém Luíza ouviu e me fuzilou com seus olhos azuis em uma mistura de impaciência e incredulidade.

-Você é tonta ou o quê, Fernanda? Isso está mais óbvio que sua normal falta de inteligência.

Olhei para Luíza com o ar indignado, pronta para faze-la engolir sua arcada dentária perfeita e reluzente, quando o que ela disse em seguida caiu como uma constatação verídica em minha mente, contudo eu tentava desacreditar, mas que era verdade e Luíza também já havia percebido.

-Seu carro foi sabotado, Fernanda.

✿✿✿

Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem por ? Então tá bem. Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário, tá bem? Então é isso. Que a força esteja com você ;)

Beijos borrocados de batom 😘😘

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora