Capítulo 58

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"Se você quiser confiança, você vai ter que dar um jeito
Se quiser amor, se quiser amor"

If You Want Love (Traduzida) -NF

[Fernanda]

Nada de grave me aconteceu com a colisão, eu estava usando cinto de segurança e não estava em alta velocidade, então os únicos danos foram alguns amassos na lataria do veículo. Abri a porta do motorista e pulei para fora do carro no mesmo instante em que Vicente estacionou apressadamente ao meu lado.

-Você está louca, mulher? -questionou dando passos velozes até mim.

Sua camisa encharcada por causa da chuva, deixava a mostra seu peitoral esculpido.

-Quer me matar de susto? Responda! -ele parou a escassos centímetros do meu rosto. -Por que tem que ser tão irresponsável assim? Não dá valor a própria vida? Hein?

Vicente cerrou as mãos em punhos ao lado do corpo tentando se manter equilibrado. O que era uma pena, uma vez que nenhum de nós dois ali estava em seu juízo perfeito. Ele estaria fazendo um favor a ambos se batesse minha cabeça naquela árvore repetidas vezes até que tudo se acabasse.

-Vai embora. Me deixa, esqueça que eu existo pelo amor de Deus, Vicente! -disse socando seu peito com as duas mãos fechadas, os olhos embaçados e o coração sangrando.

-Para, Fernanda! Para! Por favor... Para com isso. -ele gritou tentando sobrepor sua voz acima do barulho da tempestade que desabava a nossa volta.

-Eu não consigo, droga! Eu não consigo. Está doendo muito. -choraminguei ao sentir todo o meu corpo vibrar em choque.

O frio atingia meus ossos como agulhas que espetavam sem piedade cada parte frágil e vulnerável minha. Eu só queria que esse pesadelo chegasse ao fim, sem mais medo, sem mais dor, sem mais perdas.

-Eu sei que está doendo, eu compreendo. Mas isso vai passar. Com o tempo, a dor tende a diminuir, e chegará uma fase da vida em que não doerá tanto quanto no início. A dor deixará de ser um sentimento insuportável e passará a ser somente uma lembrança triste, como uma cicatriz de guerra. -ele segurou meu rosto entre suas mãos enquanto falava me fitando intensamente nos olhos.

-E quem é você para me dar algum conselho, hein?! Me diz, que moral você tem para falar sobre o assunto? -cuspi furiosa.

Meus olhos em chamas encaravam os de Vicente com repulsa, raiva e indignação.

Eu estava revoltada com tudo e todos a minha volta desde o acidente.

-Sei como​ se sente, mas se me deixar ajuda-la, tenho certeza que conseguiremos superar isso juntos. -ele prometeu.

-Nada te aconteceu, senhor perfeito. Nada. Você não estava lá conosco, não sabe o que passamos, o que cada um de nós sofreu. Você não sabe de nada! Você não perdeu ninguém. Então não venha me dizer que entende como me sinto, porque você não sabe. Ninguém sabe.

-É você quem não sabe de muita coisa, Fernanda! Porque eu entendo sim a sua dor, porque eu também já perdi alguém que eu amava mais do que tudo nessa vida. Eu perdi minha irmãzinha, meu bem mais precioso e vivi com essa dor por longos e longos anos. Jamais diga que eu não sei como é esse sentimento de perda irreparável, porque eu sei, sei muito bem como é.

Ele sacudiu meus ombros com força, fazendo com que consequentemente minha costas se chocassem contra o tronco da árvore atrás de mim.

-Eu... -minha voz falhou. -Eu só quero que esse buraco em meu peito se feche. Que não doa mais. -sussurrei baixinho enquanto as lágrimas banhavam meu rosto e se misturavam com a água da chuva.

Assim que suas mãos soltaram meus ombros, caí de joelhos no chão chorando convulsivamente. Completamente molhado da cabeça aos pés como eu, Vicente se abaixou até ficar na minha altura e envolveu meu pescoço com as mãos me puxando para um abraço apertado.

-Eu estou aqui. Está tudo bem, pode chorar. Eu sempre estarei aqui para você. -ele afagou meus cabelos e beijou minha testa como tipo de promessa silenciosa.

Não sei quanto tempo se passou desde o momento que ficamos abraçados daquela maneira sem nos movermos ou falarmos algo, até que Vicente me pegou no colo, me levou para sua caminhonete e me colocando no banco do passageiro, deu a volta no carro e arrancou com o veículo. 

Não liguei para o fato do carro de vovó ter ficado para trás batido e abandonado. Outra hora eu resolveria esse problema, por hora, só queria desfrutar da sensação de segurança e proteção que o toque da mão de Vicente entrelaçada a minha, me trazia naquele momento.

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Hi, people! Saudações terráqueos, tudo bem por ? Então tá bem. Não esqueça de deixar sua estrelinha e seu comentário, tá bem? Então é isso. Que a força esteja com você ;)

Beijos borrocados de batom 😘😘

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin