Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]

Capítulo 50

"Não há heróis, vilões, a quem culpar
Enquanto rosas murchas enchem o palco
E a emoção, a emoção se foi nossa estreia foi uma obra-prima "

Stole The Show (Traduzida) -Kygo

[Fernanda]

-Repita porque eu ainda não entendi. Por que alguém faria uma coisa dessas com você? -Cristina exigiu saber enquanto fazia um curativo no corte em meu supercílio.

-Aiii. -reclamei quando ela colocou um pouco mais de força no algodão sobre o local.

-Ainda estou esperando uma resposta. -ela insistiu.

Rosnei em sinal de frustração​. Eu não queria discutir sobre o assunto, me sentia cansada de mais para isso. Tudo o que desejava naquele instante era tomar um bom banho, comer qualquer coisa comestível e cair na cama para só acordar no outro dia.

Mas, como dizia minha mãe, querer não é poder, como no meu caso, quando fui arrastada contra minha vontade, por insistência do policial que registrou a ocorrência, de volta ao hospital para fazer uma tomografia por causa da batida.

Luíza e eu rachamos um táxi, já que estávamos indo para o mesmo local e nossos veículos​ haviam sido rebocados, nos deixando a pé.

-Eu não sei, tá legal? Isso é apenas uma suposição elaborada pela louca da Luíza. -rebati saltando da maca hospitalar quando Cristina havia terminado a tarefa.  -Muito obrigada pela ajuda, Cristina. Mas não enche mais o meu saco sobre isso. Minha cabeça já está cheia de mais e eu...

-Me diz que é mentira. -a  voz  dura de Vicente me cortou ao irromper pela porta feito um raio. 

Cristina arqueou uma sobrancelha de modo curioso e irônico ao fitar sua entrada tempestuosa. Vicente deu alguns passos chegando mais perto e quando levantou uma mão fazendo menção de tocar meu rosto, parou o braço no meio do caminho retrocedendo de imediato.

-Meu Deus! Então é verdade. -disse com o rosto em uma máscara de neutralidade, mas que possuía uma pequena rachadura por onde dava-se para notar um traço de preocupação e algo mais que eu não soube identificar.

-Eu sabia que a Luíza era tudo, menos fofoqueira. Como ela foi rápida com a língua para espalhar as novidades. -resmunguei inconformada.

-Ela só trouxe a informação até mim e a mais ninguém, porque achou que era importante que eu soubesse.

-Isso foi o que ela disse, né? Então não conta. -Cristina interrompeu.

-Esse não é o foco agora, doutora Cristina. -ele a cortou antes que viesse com outra observação sarcástica.

-Está bem, doutor. Esquece o que eu disse.

-O mais importante é saber como vai o seu estado de saúde no momento. -disse ao observar meu estado físico em uma rápida passada de olhos por mim.  -O que deu o resultado do seus exames?

-Limpo. Nada de grave apareceu nas imagens. Só me restou um corte no supercílio e um galo na testa.

-Hum... Isso é bom. Muito bom. Fico feliz que esteja bem, Fernanda.

-Obrigada pela preocupação. Vocês dois. Mas será que agora podem me deixar sozinha por alguns minutos?

-Claro, eu já estava de saída mesmo. -Vicente se adiantou.