Capítulo 21

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"Para os erros: um perdão

Para os fracassos: Uma nova chance

Para os amores impossíveis: tempo." -Renato Russo


[Vicente]

-Ei Vicente, atrapalho?

Sua voz era puro escárnio e seus olhos azuis me fitavam desafiadoramente. Retirei minha mão com certa aspereza e cruzei os braços com o semblante irritado.

-Não, não atrapalhou nada na verdade. -eu respondi com uma naturalidade um tanto forçada.

-É mesmo? -perguntou cínica.

Como eu queria dar uma resposta a altura, mas não o fiz. Me limitei a simplesmente ignorar o desaforo e mandei que Viviana se retira-se.

-Mas... -ela protestou.

-Agora. -ordenei sério.

Ela baixou a cabeça intimidada, o que fez com que eu me sentisse um pouco mal e saiu deixando-me a sós com a mulher que permanecia escorada no batente da porta.

-Então quer dizer que o lobo solitário agora é um garanhão de mais de uma?! -ela debochou entrando na sala.

-Mais respeito comigo, Luíza. Ainda sou seu superior, não se esqueça. -a alertei

-Calma aí chefinho, não estou cometendo nenhum crime, é só uma brincadeira. -ela estendeu as mãos em sinal de rendição com um sorriso no rosto.

-Se você se concentrasse mais em se dedicar ao seu trabalho ao invés de ficar brincando, talvez você tivesse passado na prova da residência esse ano.

-Ain, que coisa Vicente. Para de ser rancoroso, eu hein. E além disso, isso vai mudar ano que vem. Aí vamos ocupar o mesmo cargo ou seja, seremos iguais. Por isso não tem que agir como um chefe-mala quando eu apenas estou tentando me socializar com você.

Eu já estava perdendo toda a merda da calma de uma vez por todas.

-Cai fora daqui, Luíza. -eu disse ríspido, louco para que ela sumisse da minha frente.

-O que? -ela indagou estupefata.

-Isso mesmo que você ouviu. Cai. fora. daqui. Agora!

Luíza Mafra fez uma cara de desgosto antes deixar o local batendo a porta em seguida. Mulher abusada.

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Suspiro cansado e irritado. Não faço a mínima ideia de que horas são nesse momento. Já que não irei conseguir dormir ou ter um pouco de paz levanto-me da poltrona e saio daquela sala que estava se tornando claustrofóbica a cada segundo que eu permanecia ali.

Resolvo dar uma olhada no trabalho dos plantonistas desse turno, quero ver se os funcionários são tão competentes quanto dizem ser na ausência de seus superiores. Sei que essa não é a minha função, ainda, mas um dia será.

Subordinados -Os Bertottis #2 [Completo]Where stories live. Discover now