#2

27.3K 1.5K 545
                                    







Logo eu já tinha enturmado com a Preta e a Ericka que chegou depois. Elas eram bem legais. Nanda estava bem soltinha e se enturmou mais rápido que eu com o lugar.

"A tropa do Malvadão, deixa as mina maluca! Trepa trepa trepa no pau sua puta, trepa, trepa no pau sua puta..."

Coloquei a mão no joelho e fui até o chão juntos com as meninas. Subi empinando a bunda e jogando o cabelo.

Se tem um coisa que eu amava, era dançar funk.

Tinha umas meninas que não paravam de olhar pra gente com cara de nojo.

Jade: Quem são? – indiquei com o rosto pra elas olharem.
Ericka: Ihhh, num liga pra essas tiriças não. Bando de rata mandada!

Nanda: Devo tá com um piru na testa pra tá me olhando! – disse um pouco alto. Arregalei os olhos, mas depois acabei rindo junto com as meninas.

"Que popotão, popotão grandão... Tu gosta, num gosta?"

Nanda começou a fazer umas dancinhas com uns meninos que ela nem conhecia e eu fiquei remexendo o corpo no ritmo da música, às vezes dava até umas reboladinhas.

Sinto esbarrarem em mim e minha garrafa cai no chão. Olhei pra quem foi e foi uma das meninas que estavam olhando com cara de nojo. Ela deu um sorrisinho debochado e virou. Ah, mas se ela acha que eu tenho sangue de barata, ela tá enganada... Fui atrás dela e agarrei nos cabelos dela e puxei.

Jade: Volta aqui, vagabunda!

XX: Ahhh! – gritou puxando a cabeça. A cabeça dela foi e o cabelo ficou na minha mão. Olhei surpresa e ela me olhou com raiva. As pessoas em volta já riam.

Preta: O cabelo é falso igual à dona. – falou rindo.

XX: Você me paga! – veio pra cima de mim e puxou meu cabelo. Fechei a mão e comecei a socar a cara dela.

Jade: Pode puxar, piranha. Aqui é natural! – disse enquanto socava a cara dela. Minha cabeça já estava até doendo de tanto que ela puxava meu cabelo. Senti uns braços fortes me puxando e nos separando. – Puxando o cabelo é fácil, eu quero ver você vir no soco! – me remexi tentando me soltar. – Me soltaaaa! – gritei.
XX: Quem é você? – disse um homem, que mais parecia um armário de tão alto. Ele tinha uma cara de mau que me dava um medo da porra. Mas eu sou novinha afrontosa e resolvi não baixar a guarda.
Jade: Não te interessa, meu filho. Eu que te pergunto quem é você pra perguntar quem sou eu?! Eu hein. – joguei o cabelo. Ele fechou a cara e as pessoas ficaram olhando apreensivas.

Lore: Celo, a Naleska que começou. – se meteu, mas toda mansa. Ele nem tchum, continuou me encarando. – Ela é minha amiga, primeira vez que vem aqui. Não faz nada, por favor. – olhei pra ela e estranhei. Ele passou as mãos no rosto respirando fundo e pude ver que ele estava armado. Meu corpo gelou. Ele notou que eu estava olhando pra sua arma e sorriu.

XX: Baixou a guarda agora, piranha?

Jade: Olha, você não me chama de piranha não...
XX: Vai ficar de gracinha, caralho? – me interrompeu. Bufei.

Naleska: Amorrr, olha o que ela fez com meu cabelo! – fez maior drama. A olhei incrédula.

XX: Não enche meu saco, Naleska. Amanhã tu ajeita isso. E tu! – aprontou pra mim. – Se ficar arrumando caô na minha favela, tu vai rodar. – saiu boladão. O menino me soltou e as meninas vieram até a mim.
Ericka: Menina de Deus, como tu fala assim com ele?
Jade: Eu lá sei quem é ele?

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now