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Malvadão

Hoje eu iria resolver umas pendencias ai do morro e aproveitar pra desenrolar com uns aliados uma segurança mais firmeza pro meu favelão.

Entrei na salinha do FB.

Malvadão: Qual foi, meu chegado. – fizemos toque.

FB: Qual foi, tu nunca aparece, só aparece pra trazer bomba. – se sentou novamente. Sentei numa cadeira de frente.

Malvadão: Então, queria desenrolar uma mercadoria da boa ai pra lá. Tô com a venda boa, dinheiro tá bom pra isso, quero investir, tá ligado? Já me passaram um papo ai  de dor cabeça, quero ta preparado.

FB era o chefe da facção aqui na área.

FB: Tô ligado, tá agindo certo.

Malvadão: Claro, nós brinca, mas não é brincadeira. Quem tentar, vai se foder.

FB: LP me passou a visão do informante ai também... Vai fazer o que em relação a isso?

Malvadão: Vou reforçar a segurança por causa disse mermo. Vou atacar ninguém não, deixa eles virem, vão ter uma surpresinha.

FB: E o recrutamento?

Malvadão: Tá foda, irmão. Essa menózada quer entrar, mas tá achando que o crime é creme. – ele riu. – Já mandei o papo do Dudu fazer cera grossa nessa porra...

Fiquei a tarde toda desenrolando com FB sobre as paradas do morro, já estava até pilhado.

FB: LP já desenrolou com o magnata, vai vir armamento pesado pra nós ai, fica mec.

Malvadão: Então tá 2, é nóis! – fiz toque com ele.

Fiz sinal pros meus seguranças e meti o pé dali.

Cheguei no meu favelão, fui direto pra boca central.

Malvadão: Tá com a vida ganha vocês, caralho? – falei avistando Tikão e Dandin jogando dominó. – Ah, cês tão de caô comigo.

Tikão: Ihh, qual foi?

Malvadão: Levatem o cu dai que tem pepino pra vocês.

Dandin: Sai fora... – eles pararam o jogo

Malvadão: Cadê o Dudu?

Dandin: Tá na boca da 5.

Passei um radio pro Dudu e o Kikito.

Malvadão: Espera as moças chegarem que eu desenrolo de uma vez só.

Tikão: Ai, tem uma mulher lá na tua casa, mãe da Jade, acho. – estranhei.

Malvadão: Caô?

Tikão: Papo reto. Lorena e as meninas tão tudo na sua casa conhecendo ela. – cocei a cabeça.

Fui ler umas mensagens e vi a mensagem da Jade.

"Quero que você conheça uma pessoa".
"Seja simpático, por favor! Te amo! /Dona Neurose".

Rum...

Dudu e Kikito chegaram juntos.

Dudu: Desenrola, chefia.

Malvadão: Seguinte, papo de reforço na segurança. Me passaram a visão que o Rato e o Neneu tão junto ai pra tantar com nós. Então, quero neguin armado até o dente, vigilância total. Da um jeito nesses banana ai, quero soldado atirando no que não viu pra acertar no que viu. – ele assentiu. – Já tô desenrolando uns equipamentos maneiros ai, tu prepara pra levar pra matinha.  Dandin, visão de águia na endola, quero perder mercadoria não. Tikão passa a visão pra geral, e reforça a fiscalização de quem entra ou sai daqui, se tiver x, pode me trazer que eu mesmo quero matar. Kikito, agiliza na contabilidade e faz um levantamento ai, tô com uns planos... – eles assentiram e já foram agilizar a meta.

Esses eram os meus de confiança máxima, sabia que com eles não tinha moleza e nem tempo ruim.

Continuei ali resolvendo umas pendencias e depois fui pra casa. Liberei um segurança e o outro ficou na minha ronda.

Tava fodido de fome e cansaço, mas ainda tinha que fazer média pra sogra...

...

Entrei em casa e tava Matilda, uma mulher que parecia pra caralho com a Jade na versão mais velha e as meninas. Jade estava descendo com uma caixa e quando me viu abriu um sorriso.

É por esse sorriso que eu venho pra casa todos os dias. Posso tá no meu pior dia, mas quando eu chego em casa e vejo o sorriso da minha mulher, pronto, já melhora meu dia pra caralho.

Jade: Amor! – veio até a mim e me deu um beijo. – Essa é minha mãe! – disse toda alegre.

A mulher me olhou dos pés a cabeça. Odeio essa porra...

Malvadão: Coé.

Jaqueline: Jaqueline! – estendeu a mão. Olhei pra mão dela e apertei. – Então é você que namora a minha filha?

Malvadão: Eu mermo.

Jaqueline: Muito obrigada por acolher minha menina.

Malvadão: Que nada, foi papo de coração mesmo, tá ligada?

Jaqueline: Tô "ligada" sim.

Malvadão: Mas em, vou tomar um banho e já volto, marca ai. – subi na pressa.

Precisava de um banho, na moral.

Coração sem vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora