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Maratona da madruga: 3/4


Na semana seguinte, eu estava subindo a escadaria, estava chegando do estágio. Encontrei com Matilda no meio do caminho. Estranhei a presença dela.

Jade: Matilda? – a chamei. Ela me olhou e veio até a mim de pressa.

Matilda: Menina, tava te procurando, quase me perdi. – me abraçou e eu retribui.

Jade: Que saudade!

Matilda: Muita saudade! – ela beijou meu rosto. – Depois que sua amiga fez aquilo com Soraia, ela perece que indemoniou. A casa parece um inferno!

Jade: Por que não sai de lá?

Matilda: Eu já sou de idade, menina, não vou achar emprego tão fácil. E outra que eu preciso do dinheiro.

Jade: Vou ver se arrumo algo melhor pra você.

Matilda: Agradeço. Mas vim aqui falar de outro assunto com você.

Jade: O que? Não, pera. Vem, vamos lá pra casa, que a gente conversa melhor. – ela assentiu e terminamos de subir alguns degraus e viramos no beco da minha casa.

...

Peguei um copo de água pra ela e a entreguei. Sentei do lado dela no sofá.

Ela deu um golão e respirou fundo.

Matilda: Então, tenho uma pessoa pra te apresentar.

Jade: Quem?

Matilda: Na hora você vai ver.

Jade: Mas pra que tanto mistério?

Matilda: Por que é especial. – sorriu.

Jade: Então eu confio em você. – sorri de volta. Malvadão entrou em casa com um fuzil nas costas, Matilda arregalou os olhos e ele ficou todo sem graça. – Matilda, esse é o meu namorido, Marcelo.

Matilda: Conheço pela fama. – falou na lata. – Precisa ficar com essa arma dentro de casa? Tira isso.

Malvadão: Qual foi, tia?!

Matilda: Não vem falar gíria comigo não, eu hein. Vamos, tira isso, respeita seu lar. – falou num tom autoritário. Matilda quando queria... Meu Deus do céu! Uma vez ela trouxe Nanda e eu pra casa pela orelha porque a gente tava apertando a campainha dos outros.

Marcelo me olhou e eu dei de ombros. Ele tirou a arma e foi lá trás colocar.

Matilda: Vou trazer sua surpresa amanhã. Qual horário você pode?

Jade: Eu tô estagiando numa clinica, vou pedir pra faltar a amanhã e depois complemento num outro dia. Ai eu fico a tarde toda aqui.

Matilda: Tudo bem.

Jade: Marcelo, a gente está precisando de uma empregada.

Malvadão: Não estamos não.

Jade: Estamos sim. – ele me olhou no deboche.

Matilda: Precisa não, Jadinha. Eu me viro com a jararaca lá.

Jade: Não, Matilda, que isso. – Nanda entrou lá em casa falando algo, mas quando viu a Matilda correu pra abraçar ela.

Nanda: Matilda, que saudade!

Matilda: Tá buchuda, filha?

Nanda: Já da pra ver a barriga?

Matilda: Não, seu nariz que tá inchado mesmo.

Coração sem vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora