Coração sem vergonha.

#45

           

Malvadão

Ontem mesmo já passei a visão pra uns soldados ficar na cola da Jade, tá maluco, já tava surtando com essa porra desses cu azul querer invadir minha área.

Mas terror nenhum, deixa arder, disposição nós tem a vera.

...

No outro dia eu fui pra boca cedin pra acertar com uns contatos, deixei  o RD no comando, atravessei o fuzul nas costas e fui dar um rolê pelo favelão. Aproveitei pra dar ordem pros olheiro ficar esperto e os menó lá da entrada também.

Só parei pra almoçar na dona Vera e voltei pra boca, pra terminar de acertar as mercadorias que vão chegar hoje de madrugada.

Terminei de ver essa porra era quase 15hrs já.

Coloquei um balão pra subir só pra relaxar.

Rádio apitou.

# 04 subindo pra falar com tu.

Caralho... O que essa maluca que aqui, doido?

04 era o código que eu dei pra Joice.

Pô, antigamente o pai aqui tinha várias na listinha, Joyce era a 04, 01 era a Naleska, até a Jade chegar e tomar a porra toda.

Joice entrou toda toda na boca.

Malvadão: O que tu quer aqui? – ela tinha sumido há uns 2 anos.

Joice: Preciso conversar com tu na moral mesmo. – falou olhando em volta.

Malvadão: Qual foi?

Joice: Tem um negocinho ai pra mim não?

Malvadão: Tem nada pra tu aqui não, caralho, fala logo, tô com tempo não. – ela sentou nervosa. Começou a sacudir a perna e a mexer nos dedos. Parecia uma viciada...

Joice: Quando eu sumi, eu tava grávida...

Malvadão: Que que eu tenha a ver com isso?

Joice: Deixa eu falar, o filho é teu. – soltei um riso nervoso. Não acreditando.

Malvadão: Você tá doida, isso sim. Viciada do caralho, cheirou tanto que ficou maluca?

Joice: Eu tô falando sério! – coçou a cabeça. – O menino é a tua cara. Nathan, o nome. – levantei já pegando no pescoço.

Malvadão: Olha só, tua piranha, é melhor tu meter o pé daqui que eu não tô pra gracinha não. – ela começou a bater na minha mão. Só soltei quando vi ficando vermelha e o olho lacrimejar.

Joice: É sério, eu preciso de dinheiro... – disse se levantando e se ajeitando. – Por favor, é pro menino. – neguei e já peguei a pistola da cintura. Mirei nela.

Malvadão: Some daqui senão eu te mato agora mermo. – ela riu de sei lá o que e saiu quase tropeçando nos próprios pés.

Onde já se viu uma porra dessa? Viciadona querendo meter caô pra pegar dinheiro meu, tá é fodida ela...