Coração sem vergonha.

#8

           

No outro dia, Tikão que nos levou pra escola.

Apresentamos nosso trabalho e teve teste surpresa de matemática no último horário.

Sai da escola e fui andando com a Nanda pra casa.

Nanda: A gente podia pegar uma praia de tarde né?
Jade: Que tal amanhã? Aposto que quando chegar em casa vou escutar gracinha de Soraia e vou ficar só o stress. – Nanda riu.
Nanda: Nem fala... Só de pensar nos sermões da minha tia, dá vontade de pular da ponte Rio-Niterói. – gargalhei.

Compramos um picolé no caminho.

Chegamos no condomínio.

Nanda: Qualquer coisa liga.

Jade: Jaé, parceira. – ela riu. Ela foi pro prédio dela e eu fui pro meu.

Cheguei em casa e papai estava lendo jornal no sofá.

Jade: Oi, pai! – sorri. Ele me olhou e sorriu.

George: Minha menina! – me abraçou. – Como foi a viagem?
Jade: Amei, lugar maravilhoso!

George: Que bom que gostou. – assenti.
Jade: Vou tomar um banho.

George: Vai lá.

Entrei no meu quarto jogando a mochila na cama e entrei pro banho.

Tomei um banho demoradíssimo enquanto pensava no meu final de semana.

Eu que não vou ficar mais com o Malvadão, se ele acha que vou ser lanchinho dele, ele está enganado.

...

Vesti uma roupinha confortável e desci pra almoçar.

Passei a tarde toda assistindo TV com papai, só subi quando Soraia chegou. Subi pra não arrebentar a cara dela na porrada.

No outro dia, ao sair da escola, marquei de ir à praia com as meninas.

Fui em casa só comer e trocar de roupa.

Vesti a parte de baixo franzida branca e a parte de cima cortininha num vermelho escuro. Coloquei um short jeans claro desfiado e um cropped branco caído no ombro.

Ajeitei minha bolsa com algumas coisas, coloquei meu óculos, calcei meu chinelo e desci.

Catei uma maçã na cozinha e desci indo ao encontro da Nanda que me esperava na portaria.

Nanda: Trouxe o bronzeador? O meu acabou.
Jade: Uhum.

Pegamos o uber e passamos o endereço.

...

Ao chegarmos na praia, mandei uma mensagem para a Preta que respondeu dizendo o local que elas estavam. Era meio afastado, com pouca gente.

Ericka estava sentada na cadeira pegando sol, Lore de costas e Preta descolorindo o pelo.

Nanda: Mas é favelada, hein!

Preta: Ih mona, dá em nada. Por isso a gente fica aqui, afastada, pra fazer farofa.

Lore: Tem até salgadinho nessa bolsa ai, minhas queridas. – gargalhei.

Estendemos a canga na areia. Coloquei a bolsa na mesinha que estava em baixo da barraca. Tirei a roupa; passei protetor no rosto e bronzeador no corpo. Me deitei de bruços do lado da Lore.

Nanda: Tem cachaça ai? – Ericka assentiu. – Sei nem porque pergunto se Ercika trouxe cachaça, cachaceira à beça!
Ericka: Cachaceiro é quem fabrica, eu sou consumidora! – ergueu a latinha de Antártica e deu um gole.
Jade: Tá gelada?
Ericka: Trincando.
Jade: Manda uma ai. – ela jogou uma fechada na minha direção. Eu não gostava de cerveja não, mas uma Antártica geladinha desce que uma beleza.

Nanda entendeu sua canga e foi descolorir o pelo com a Preta.

As meninas trouxeram tudo, até radinho. Tinha petisco, salgadinho, cerveja, água, suco.

Queimei atrás e depois a frente, por fim, também descolori o pelo.

A água estava ótima! E como quase não tinha ninguém onde a gente estava, ficamos na água juntas.

...

Só fomos embora quando estava escurecendo, eu já tava preta de tão queimada. Ericka estava com o carro do Dudu, então nos deixou em casa.

           

Após tomar um banho longo. Enchi meu corpo de hidratante. Minha bochecha chega tava avermelhada de tanto que fiquei no sol.

Coloquei um vestidinho soltinho e enrolei uma tolha na cabeça.

Desci indo pra cozinha, abri a geladeira e tinha pudim. Cortei um pedação pra mim e fui fuçar as panelas, eu estava varada de fome.