#59

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Alguns dias depois...

Jade

Ele fez o que eu pedi, parou de vir atrás de mim. Agora não sei se isso é bom ou não... Mas tudo bem. Acho que é até melhor.

Tenho evitado em sair por aqui pelo morro, ando preferindo mais ir nesses barzinhos e baladas na pista, ar novo, pessoas novas...

Conheci até um menino, Léo. Ele é cantor, canta num grupo de pagode. Numa dessas minhas saídas conheci ele numa casa de shows em que ele tinha se apresentado. Fiquei com ele só uma vez, mas ele sempre me manda mensagem. Expliquei até minha situação a ele, ele disse que tá muito interessado em mim pra desistir.

Hoje seria o chá da minha barriguda, e claro, desde cedo eu já tava lá na correria com ela. Lore saiu com a Ericka, foi levar o sobrinho no shopping.

Agora cê vê, aparece uma mandada dizendo que tem filho dele e ele acata assim. É muito otário, mas não tô culpando a criança não, deve tá todo confuso, filho de puta é assim...

Preta: As trufas chegaram. – assenti. Limpei a mão no pano de prato e fui até a porta com o dinheiro.

Dandin já tinha deixado o pagamento de todos os serviços aqui e mais um pouco caso houvesse imprevisto.

Preta e eu, deixamos tudo no jeito. Nanda, tadinha, tava nem se aguentando em pé de tão barriguda.

Fui pra casa me arrumar que já estava quase na hora da festa.

...

Depois de passar meu hidratante de baunilha, vesti uma saia preta com botões um cropped preto e um kimono por cima florido.

Fiz uma make simples, só marquei o olho.

Ajeitei o cabelo que já estava escovado.

Calcei uma rasteirinha da farm, me perfumei e fui pegar as coisas.

Peguei o pacote com um kit além da frauda, lenço e pomada.

Minha mãe estava colocando o brinco.

Jade: Bora, dona Maria?

Jaqueline: Tá bom assim? – exibiu seu vestido longo florido com fenda, uma rasteirinha e um brincão. Tava linda. Minha mãe é toda estilo borro chique, bem burguesinha.

Jade: Tá maravilhosa! – ela sorriu. Ela pegou sua bolsinha e as coisas que comprou pro neném da Nanda.

...

Chegamos lá, cumprimentamos as pessoas e fomos em direção à mesa que estava reservada para o nosso pessoal.

Ericka: Caraca, Jaque, tá linda!

Jaqueline: Deixa de ser modesta, tô simples.

Dudu: Parece até gente da globo, pô, tá gatona.

Jaqueline: Obrigada, gente! – sorriu vermelha. Peguei o pacote dela e as minhas coisas e fui colocar no cestinho de presente.

Sentei junto a eles.

Jade: Cadê a Lore?

Preta: Tá chegando, ela se atrasou por causa do menino – falou meio sem graça – Faz tudo ela, tá sendo uma mãe.

Jade: Ah sim.

Todos acham que eu não acataria a criança. Mas, gente, o menino não tem culpa de nada. E outra, ele tem 4 anos, foi bem antes de me conhecer, sem contar que a criança é uma graça. Eu já até me rendi a ele, todo cortês, amorozinho... Diz Lore que Malvadão tá aéreo ainda, sabe nem o que fazer. Imagino...

Kito: Maior doideira deve ser isso de aparecer doida com filho depois de maior cota né? Eu matava uma desgraça dessa.

Preta: Você sabe como seu amigo é, né. Talvez, ela ficou com medo.

Ericka: Eu acho que ela queria usar o menino pra arrancar dinheiro do Malvadão, mas não conseguiu.

Jaqueline: É até uma pena, porque o menino é muito carinhosinho, sabe? No dia que a Lore levou ele lá em casa, ele comentou a novela comigo o tempo todo. – sorriu.

Ericka: Faladeiro demais ele, adora interagir. – riu também.

Dudu: Falando nele... – olhamos para direção que ele olhou. – E ai, campeão. Tudo mec?

Nathan: Meczada, tio. – disse sapeca.

Ericka: Já estão estragando o menino, ó só...

Lore: Marcelo aos poucos está se adequando ao menino e tá estragando o menino todo com essas gírias. – suspirou ao sentar. Parecia cansada.

Kito: Cadê ele?

Lore: Estacionando. – Nathan cumprimentou todos nós e sentou do lado da minha mãe.

Nanda depois de cumprimentar todos veio sentar com a gente.

Nanda: Ai, não to me aguentando, isso não é uma criança é um bebê dinossauro.

Jaqueline: Pesa mesmo, Jade nasceu com 3.5kg, só cabeça, minha filha, tadinha.

Tikão: Cabeça mudou nada. – mandei logo um dedão pra ele. – Ó, fazendo gesto obsceno na frente do Nathan, ai depois quer falar que é nós que ensina.

Jade: Ele nem viu.

Nathan: Viu o que?

Jade: Nada.

Tikão: O dedo que ela me mandou.

Nathan: Qual? Esse? – mostrou o dedo. Arregalei os olhos.

Lore: Nathan, o que eu te falei?

Nathan: Desculpa, tia.

Malvadão: Coé, moleque pega uma cadeira pra tu lá e deixa eu sentar nessa. – o menino levantou na hora e foi pegar a cadeira. Encarei o Marcelo incrédula. – Qual foi, tô de verde? – fiz cara de desdém e desviei o olhar.

Lore: Malvadão não sabe ser pai não, Deus me livre.

Malvadão: To aprendendo aos poucos, nem sabia que era... – Nathan veio arrastando a cadeira. Bufei impaciente e levantei indo até ele.

Jade: Deixa eu te ajudar. – ele parou e assentiu. Coloquei a cadeira do meu lado, levantei ele para ele sentar.

Ele ficou todo comportadinho. Um amor de criança, esse menino.

Quando os garçons começaram a servir, eu dei graças a Deus, tava numa fome de doida...

Preta: Come pouco pra não ficar torada, ainda tem prenda... – falou pra Nanda.

Nanda: Ihh, me deixa, essa criança me da muita fome.

Dandin: Tudo agora é culpa do meu filho, sempre comeu igual uma crente depois do culto de libertação e tá nessa...

Jade: Isso é verdade. – concordei rindo.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now