#23

15.9K 1K 29
                                    







Acordei no outro dia com a cabeça explodindo, eu não me lembrava de nada depois que sai do carro do Malvadão. Eu estava na cama dele com a blusa dele. Fiquei confusa. Merda, merda, merda! Lembro de nada! Bufei.

Levantei indo até o banheiro. Fiz xixi, lavei o rosto e a boca. Sai e desci. Ele estava na sala conversando com um cara que eu não conhecia. Ele me olhou feio e eu passei direto pra cozinha.

Bebi quase dois litros de água. Tomei um comprimido e fui fuçar alguma coisa pra comer.

Eu tentava lembrar da noite ontem, mas me deu maior branco.

Virei levando maior susto com o Malvadão me olhando com a cara fechada da porta da cozinha.

Jade: Porra, que susto! – eu estava rouca. Ele continuou quieto. Ele ia virar pra sair. – Marcelo. – ele parou e me olhou. – É... Eu não lembro de nada de ontem, depois que sai do seu carro... O que aconteceu? – perguntei sem graça. Ele balançou a cabeça negativamente.

Malvadão: Depois pergunta as suas amigas, pô. – engoli seco e assenti. Ele saiu e eu fui pro quarto em seguida. Catei minhas coisas, coloquei um short jeans meu que tinha aqui e fui com a blusa dele mesmo.

Cheguei em casa me jogando no sofá.

Acabei cochilando de novo.

...

Acordei renovada.

Coloquei o celular pra carregar e fui tomar um banho demoradão pra tirar o cheiro de cachaça da alma.

Lavei o cabelo e tudo. Coloquei um shortinho de tecido e um cropped de amarrar no pescoço. Sequei o cabelo no ventilador e me perfumei.

Peguei dinheiro na capinha do celular, calcei meu chinelo e fui comprar comida. Tava sem pique nenhum pra cozinhar. Ressaca da porra.

Fui na lanchonete, pedi um x-bacon e uma coca. Só assim pra matar a ressaca.

Depois de comer meu lanche ainda pedi um açaí de 700ml. Que é? Sobremesa...

Na hora de pagar conta ainda comprei uma trufa. Tava indo pra casa da Lore pra ela me contar o que eu fiz ontem, porque até agora eu não lembro.

Naleska me cercou na esquina. Revirei os olhos. Ninguém merece, uma ressaca dessa...

Naleska: Quero só te da um aviso, cadique eu acho que você não tá ligada do que eu sou capaz. – apontou o dedo. – Fica longe do MEU homem!

Jade: Vamo começar abaixando o dedinho que tu não tá falando com sua cachorra não. – bati na mão dela fazendo ela abaixar o dedo. Falei firminha. Eu hein! – Seu homem sabe que ele é seu? Ou só você que divulga isso?

Naleska: Sim, ele sabe que é meu. Tanto que não me deixou até hoje. Tu nunca se perguntou o porquê não? Eu sou a fiel dele, a que sempre esteve com ele. Tu acha mesmo que tem chances? Se afasta, fica mais bonito do que ser lanchinho. – debochou. Tava com raiva? Tava com raiva! Mas o que ela falou, fez sentido. Só que eu que não ia sair por baixo, né, mores?

Jade: Então tu fala isso pro teu macho, é um favor que tu me faz. – já tava formando um montueiro de gente pra ver a fofoca. – Lanchinho? Me poupe, Naleska. Ele que vem atrás de mim, nem preciso fazer nada. Ao contrário de você que quase implora pela atenção dele. Vê bem quem tá passando vergonha nessa história.

Naleska: Olha só, querida! – bateu palminha.

Jade: Ihhh, bateu palminha vai pro inferno. – debochei.

Naleska: Eu só não acabo contigo agora, porque estou indo ver o MEU homem.

Jade: Que bom, flor. Vai com Deus! – debochei no máximo. Ela ficou putinha e na hora de descer a calçada, ela virou o pé no meio fio e caiu no chão. Nem me aguentei. Soltei maior gargalhada. Geral tava olhando. Coloquei a mão olhando ela toda puta no chão.

O ronco da moto surgiu e logo parou do nosso lado. Era ele.

Malvadão: Mas que porra é essa aqui?

Naleska: Essa bruxa me empurrou, amor. – fez maior cena. Nem acreditei naquilo, a encarei incrédula.

Jade: Tu vai mentir, piranha? – perguntei indignada. Ela ignorou.

Malvadão: Mete o pé, Jade.

Jade: É o que? – o olhei feio. – Ela tá fingindo, caralho. – dei maior bicudão nas pernas dela. – Anda porra levanta, age que nem mulher, sua puta! – dei outra. Malvadão desligou a moto e me puxou de perto dela. – Ué, ela não falou que eu bati nela sem ter batido? Agora eu tô batendo de verdade, ué. – me sacudi tentando me soltar dele.

Malvadão: Para, porra! – me segurou mais firme. – Se tu não for pra casa agora eu vou meter a porrada em tu aqui na frente de geral. – disse no meu ouvido. Me soltei dele na maior raiva. Porra, ela caiu sozinha! Lancei um olhar mortal pros dois.

Jade: Tu não aparece na minha reta hoje que eu tô com o capeta no corpo pra você. – respondi pra ele e segui caminho até a casa da Lore. Joguei o cabelo e ainda dei tchauzinho pros fofoqueiros de plantão.

           

Cheguei na casa da Lore e as meninas já estavam todas lá.

Nanda: Mas que cara é essa, mona?

Jade: Naleska, como sempre. Mas agora ela vai conhecer o inferno de perto. Quer me testar? Então deixa estar.

Ericka: Mas o que houve?

Jade: Pera ai. – fui até a cozinha. Peguei um copão de água e voltei pra sala sentando no sofá do lado da Preta. Contei tudo pras meninas.

Lore: Caô que ela fez isso?

Jade: Papo retinho e ele ainda tirou minha razão.

Preta: Ela tá recalcada por que ontem, Malvadão nem deu atenção pra ela só te palmeando.

Jade: Falando nisso, não lembro de porra nenhuma e ontem, o que rolou?

Ericka: O que rolou? – ela riu. – Viado, tu ficou muito louca. Malvadão ficou puto com a gente, porque a gente deixou tu encher a cara sem limites. Dai ele te levou pra casa dele no ombro, ai o que vocês fizeram lá, não é comigo.- bufei.

Jade: E ele me mandou vir perguntar pra vocês. – revirei os olhos.

Lore: Tu deve ter falado merda pra ele e ele não quer contar.

Jade: Será que um dia vou lembrar? – me joguei no recosto do sofá. Nanda riu.

Nanda: O que seria da vida sem a cachaça pra gente fazer história? – acabei rindo.

Pedimos uma pizza e ficamos até uma e pouca lá de fofoca.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now