Malvadão
Tá fácil não, acho que a mulher não quer nem ver mais minha cara.
Que vacilo que eu dei!
O pior é que toda vez que tento chegar perto dela, alguém impede. Mas eu não vou sossegar até bater de frente com ela e tentar reverter isso...
Tava na boca pra fechar a contagem desse mês, tava louco pra mandar um pra mente, mas não posso vacilar nessa porra de contagem, bagulho aqui é sério.
Dudu: Essa porra de ter alguém no asfalto vendendo rendeu 50 mil esse mês.
Malvadão: Mas tem que ver essa parada ai, pô, mais fácil de dar ruim. E se der ruim?
Tikão: Só instruir os menó pra não correr pra cá, pra não atrair polícia.
Kito: A pica é que e se eles perderem dinheiro, carga, tudo... pros canas?
Dandin: Sei lá, arriscado até os assaltos são, pô.
Malvadão: Mas assalto é um bagulho que não tem que prestar contas a diretoria. E se eu perco carga ou dinheiro, como vou prestar contas ao FB? Ai nós roda.
Dudu: Bora a melhor forma de melhorar isso ai. Por enquanto manda os moleques da um tempin, vende na escadaria. Quem quiser que suba.
Malvadão: É isso, então. Se alguém tiver alguma ideia, só falar.
Dandin: Outra coisa, sobre os assaltos, avisar esses emocionados pra ir com calma, tá ligado? Ficar se sujando com coisa pouca vai foder com nós.
Malvadão: Kito dá um jeito nisso. O que tá martelando na minha mente é os cu azul que tão na deles demais, sem ataque nenhum... Isso é estranho...
Tikão: Isso ai eu mando um X pra lá na moral.
Dudu: Manda mulher, e deixa ela lá só na encolha, se pá manda até jogar um charme. Quanto mais próxima dele ela ficar, melhor.
Malvadão: Porra, Dudu, visão do caralho! – fiz toque com ele.
Tikão: Jaé, irmão, vou providenciar. – o celular do Tikão tocou. – Fala, maluca... Vou mermo, o que tem pra comer ai?... Vou agora! – riu. – Relaxa, mulher, já tô piando... Te amo também. – Ai, vou sanear que a mulher tá me esperando pra almoçar. – aquela porra me deu um sentimento de vazio dentro, tá ligado? Saudade da minha mulher enchendo o meu saco, me chamando pra almoçar, reclamando... Porra!
Prego: Patrão, 01 e 02 caindo na porrada a vera lá na frente do salão da Jane. – chegou ofegante na boca.
Malvadão: Já tô piando. – levantei pegando o rádio e a pistola. – Encerra a contagem ai e depois nós conversa mais sobre esses bagulhos ai. Dandin, vem comigo. Só problema que essas mulheres me arrumam! – esbravejei.
...
Cheguei lá pegando a Jade que estava enforcando a Naleska. A bichinha é brava, rapá, tava quase matando a outra lá. Mas ela virou igual um pinche nervoso mandando eu soltar ela.
Tava com uma saudade dela, a vontade era de pegar ela e abraçar até ela esquecer daquela merda. Mas eu fui um merda, consegui nem me mexer. Ela me encarou por um tempo e depois saiu virando as costas indo pro salão. Cocei a cabeça enquanto olhava ela ir. Que vontade de ir atrás dela...
Naleska: Amor... Você viu o que essa piranha me fez? – olhei pra ela e nem dei bola.
Preta: Mas é bem feito, ninguém mandou ficar de piadinha.
Naleska: Cala a boca, o siriema! – Preta ia pra cima dela, mas Dandin impediu.
Malvadão: Tu tá caçando problema por que, caralho? Tu quer rodar? – já peguei pelo cabelo colocando de pé. – Da próxima vez que tu vir de treta com a Jade, tu vai apanhar até a morte. Já falei que não quero você no caminho dela! – coloquei o dedo na cara.
Naleska: Você é um otário mesmo... – nem deixei terminar, já sai colocando um socão na cara dela que ela apagou na hora.
Malvadão: Leva ela pro quartinho! – dei o papo pro Prego. Naleska estava se crescendo demais, vou colocar ela no lugar dela é pra já.
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Coração sem vergonha.
Ficción GeneralA gente passa a vida querendo o muito, quando só o pouco nos faz feliz. E o pouco na maioria das vezes é o muito. O pouco. O pequeno. O minúsculo. Normalmente, nossas vidas sempre mudam drasticamente por causa de pequenos detalhes.