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Jade

Acho que eu estava precisando dar aquela cossa na Naleska pra lavar a alma. No outro dia eu acordei até leve, disposta a tocar a bola pra frente.

Fiz minhas higienes matinais e desci pra tomar café.

Jade: Bom dia! – sorri.

Jaqueline: Sonhou com um passarinho verde? – retrucou.

Jade: Ai, main, resolvi seguir seus conselhos, sabe? – peguei uns pãezinhos de mel no pote.

Jaqueline: Graças ao Criador! – bebericou o café. – Hoje eu vou chegar um pouco tarde, porque vou sair da ONG e vou lá no feirão comprar umas coisas pra crianças, Malvadão liberou um dinheiro maneiro.

Jade: É, apesar de tudo, ele é muito prestativo pra esse morro.

Jaqueline: Pena que não deu valor ao meu docinho de coco. – revirei os olhos. – E suas roupas, vai pegar quando?

Jade: Ihhh, mãe, devagar, calma... – ela riu.

Jaqueline: Tudo bem, tô feliz por vir você tentando. 

...

Tomei café enquanto conversava com mamãe.

Quando deu minha hora fui tomar um banho pra ir pro salão.

Coloquei um macacão cropped jeans, um cropped branco de manga curta. Calcei uma alpargata rosa da havaianas. Me perfumei, passei uma make basicona, fiz um rabo no cabelo, peguei minha bolsa e sai de casa.

Cheguei no salão, já tinha cliente me esperando.

Jade: Bom dia! – fui me preparar.

           

Naleska

Eu o amava loucamente. Isso é fato. Eu sempre quis o Malvadão, desde quando o conheci, quando ele não era nada. Eu sabia que ele tinha potencial. Então grudei nele. Mas não foi por interesse não, eu o amo de verdade. Eu sentia necessidade de ter o seu amor pra mim.

Sabe quando você ama tanto alguém que você quer só pra você? Mas infelizmente nunca foi assim, mas eu iria fazer o que? Largar o osso? Nada disso, o que importava era que no fim, ele voltaria pra mim, ele sempre voltava... Então, nada mais justo dele me dar uns luxos, né? Aguentava ver o homem que eu amava com outras ainda dava amor pra ele.

Até essa garota aparecer. No início achei que era coisa de momento, mas não sei que amarração essa garota fez, mas ela conseguiu prender o Malvadão. E a minha raiva foi ver ele tratando ela de uma forma que nunca tratou... E eu, mais uma vez, por amar intensamente o Malvadão, aceitei o posto que nunca foi meu, o posto de segunda, de amante, de "mulher da rua". Mas tudo por ter ele, eu queria ter ele nem que fosse só um pouco.

Quando a ratinha nos flagrou, eu senti um alívio. De verdade. Parecia uma pedra que saiu do meu caminho.

Mas o Malvadão mudou, sei lá, ele tava diferente... Nunca ele assim, parecia até que tava sofrendo amor... Mas Malvadão não ama ninguém. Se ele não me ama, ele não ama mais ninguém nesse mundo. Deixei pra lá, o que importa é que ele agora é todo meu de novo. É isso, ele sempre volta pras minhas mãos.

Resolvi ir ao salão, sabia que a ratinha estava trabalhando lá, queria mostrar pra ela que era meu e nem o feitiço dela iria tirar ele de mim.

Acabei me fodendo, porque o Malvadão ficou do lado dela, de novo, e ainda me deu uma coça.

Meu corpo estava todo doído. Até pra chorar doía.

Eu não entendia o porquê disso. Por que ele faz essas coisas comigo mesmo sabendo que eu sou louca por ele? Será que ele ainda não tá convicto de que eu o amo? Tenho que arrumar um jeito de provar pra ele que eu amo ele de verdade, assim ele vai reconhecer que eu sou a única digna do seu amor.


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Quero encerrar esse capítulo com uma análise de uma passagem bíblica que me fez refletir muito sobre uma situação presenciada, que por sinal, me deixou bem abalada e pensativa sobre alguns tipos de relacionamentos.

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo". ( Marcos 12:31)

Acredito, eu, que Jesus Cristo foi/é um grande revolucionário, senão o maior de todos. Quando ele recitou os 10 mandamentos do Novo Evangelho, ficou mais nítido ainda do propósito de sua vinda na terra. Ele veio pra mudar e quebrar paradigmas da antiga escritura. Ele veio através do amor. Ele veio com amor. Ele veio para o amor. Ele é o amor.

Além disso, Jesus era um cara bem didático, ele usava parábolas para transmitir seu conhecimento para que ficasse claro para todos.

Então, ao ler a bíblia, por um acaso, esse versículo me fez refletir sobre a situação de uma conhecida que passa por um relacionamento, que ao meu ver, é doentio. Ela aceita passar por situações horríveis, inaceitáveis, mas ela usa a justificativa do amor.

Cristo disse para você amar o próximo como a ti mesmo, em nenhum momento ele disse para você amar mais o próximo que a ti mesmo.

O amor é algo puro, é algo leve e tranquilizante. O amor não dói, o amor não pesa, não te cansa. Amor, para mim, é sinônimo de liberdade. É quando, independentemente de qualquer coisa, você desejar a felicidade para aquela pessoa. E aquela pessoa, não precisa ser necessariamente um outro alguém, pode ser você mesmo. Queira sua felicidade, queira sua paz. Não se submeta a situações que te sobrecarreguem por amar alguém. Lembre-se de amar-se também. Valorize seu amor. Faz bem pra saúde mental, física e espiritual.

É claro, que quando amamos, queremos cativar a pessoa amada, mas não confunda CATIVAR com CATIVEIRO.

"Se você vive com medo de perder as pessoas é porque inconscientemente você está perdido em si próprio. Quando a gente "se tem", a gente não tem medo de que ninguém se vá porquê estamos completos". (@umbanda_luz)

AME-SE! RESPEITE-SE!

Lembrando que:

A análise feita é unicamente uma visão particular minha. Não há intenções de influenciar ou afrontar nenhum tipo de credo/religião.

Ótima, páscoa, meus amores.

Que possamos ser gratos todos os dias pelo amor do Criador!

Coração sem vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora