Maratona da madruga: 1/4Do nada maior barraco da Nanda com a Kerolen, mas logo Dandin deu um jeito. Desgrudei do Malvadão e fui ver o que aconteceu com minha amiga.
Jade: Que foi, mana? Que isso, pode se estressar assim não! – falei indo até ela que estava com maior cara de raiva encarando Kerolen no chão. Dandin estava segurando ela na maior força pra tentar detê-la.
Nanda: Essa puta ai, invejosa do caralho! Tu deixa minha família em paz, hein, sua mandada! – apontou pra ela.
Kerolen: Inveja da sua família? Você nem tem uma! Juntou os trapinhos e veio dar o golpe da barriga na favela! – debochou. Nanda grunhiu de raiva tentando se soltar.
Ah, mas se minha amiga não pode, eu posso!
Já cheguei perto dela dando um bicudão, levantou ligeira ela.
Jade: Tu não abre tua boca pra falar da minha amiga não, sua puta suja de rua. – coloquei o dedo na cara dela. – Tá bolada porque ela deu pra ele o que tu não conseguiu e nem vai conseguir dá: uma família, amor e cumplicidade. Sabe por que tu não vai conseguir dá? Porque tu é suja, baixa e interesseira!
Kerolen: Tá se metendo por quê? Se eu fosse você eu ia se preocupar com os chifres que leva ao invés de comprar a briga dos outros.
Jade: Olha só, tu cala a sua boca pra falar da minha vida, hein! - fui pra cima mesmo. Já tava com raiva de muitas coisas e resolvi descontar nela.
Tomei uns tapas, mas meti uns socos aliviantes pra mim.
Malvadão me pegou e me colocou em seu ombro e saiu do baile no meio da multidão.
Jade: Me solta, caralho! – me remexi. Ele me botou no chão e me lançou um olhar boladão. – Não me olha assim não que quem tem que tá puta aqui sou eu.
Malvadão: Puta, por quê, cara? Comprando briga dos outros.
Jade: "Outros" o caralho! Compro briga da minha melhor amiga a hora que eu quiser!
Malvadão: Ta se arrasando...
Jade: Eu não. Você que tá me arrasando! Com mulher na rua e eu tendo que ouvir merda de piranha à toa.
Malvadão: Você dá muito ouvido pra fofoca, por isso que a gente briga.
Jade: Aham, pô. É por isso sim... Tu nem da motivos, né? Ah ta. – debochei.
Malvadão: Ai, na moral, parei contigo. – saiu andando e me deixando pra trás.
Jade: Quem não tem argumento faz assim mesmo... – falei pra ele escutar.
Vou pra casa nesse caralho também.
Tirei o salto e fui andando mesmo, bom pra espairecer.
Cheguei em casa, fui direto pro banho. Até suei, viado.
Fechei os olhos de baixo do chuveiro e os pensamentos vieram mil.
Ultimamente Marcelo e eu estamos brigando tanto que nem sei... Eu não sei o que está acontecendo, mas também não consigo tomar uma atitude em relação a isso. Eu amo tanto esse homem... Não é de hoje que escuto rumores da traição dele, mas eu nunca peguei, sabe? Ele é filho da puta, sabe que se eu pegar, não tem mais volta.
Mas eu também não posso ficar me sujeitando a esse tipo de coisa, desgasta, a relação perde o sentido...
...
Sai do banho enrolada, vesti uma calcinha e uma blusa dele. Peguei um travesseiro e uma coberta e desci colocando as coisas na sala. Subi novamente e tranquei a porta.
Eu hein, vai dormir no sofá. Do meu lado eu não quero.
Liguei o ar, fechei a janela e o blackout.
Deitei pleníssima.
Acordei mais tarde com o outro socando a porta. Até dei um pulo da cama.
Levantei na maior tranquilidade e fui abrir a porta.
Ele entrou que nem um bicho, diretão, mas nem olhou na minha cara. Eu hein, essa eu não entendi... Mas também não quero entender.
Ele pegou uma roupa e foi pro banheiro.
Sentei na cama e peguei o celular. Fui responder as mensagens das meninas.
Preta tava chamando a gente pra tomar um banho na piscina dela. Me animei logo, um calorão desse.
Fui até o guarda roupas, peguei meu biquíni e sentei de novo da cama pra esperar a dondoca sair do banho.
...
Ele saiu e nem sequer olhou pra minha cara.
Tô nem ai também, quem tinha que tá puta, não tá.
Tomei um banho rapidinho, escovei os dentes, fiz minhas higienes... Me ajeitei e parti pra casa da Preta.
Ericka e Lore foram comprar as bebidas enquanto Nanda e eu ajudávamos a Preta com uns petiscos.
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Coração sem vergonha.
General FictionA gente passa a vida querendo o muito, quando só o pouco nos faz feliz. E o pouco na maioria das vezes é o muito. O pouco. O pequeno. O minúsculo. Normalmente, nossas vidas sempre mudam drasticamente por causa de pequenos detalhes.