Coração sem vergonha.

#38

Maratona da madruga: 2/4

Colocamos a bandeja e o cooler na beira da piscina.

Ericka: Se ajeitou o Dandin? – perguntou pra Nanda.

Nanda: Sim, eu que não vou deixar uma puta tirar minha paz com meu marido.

Ericka: Tá certinha. Essas meninas não sossegam enquanto não fazem inferno na vida dos outros.

Lore: Eu tento não bater neurose mais com Tikão por causa delas, mas às vezes não dá...

Jade: Eu tô é ficando esgotada. – disse emburrada. Dei um gole na minha garrafinha.

Nanda: Segura sua onda, irmã. Para de esquentar com que os outros falam, nem tudo é verdade.

Jade: Mas nem tudo é mentira também...

Preta: O negócio é que a gente nunca sabe o que é verdade ou não até pegar no ato. E sabendo do boato, quem procura, acha. Você quer achar? – me olhou. Permaneci quieta e pensativa.

Lore: Vamos parar de falar desses bofes que eles só sabem nos estressar.

Ericka: Ai, nem fala, vontade de tacar a panela de pressão na cabeça. – acabei rindo com as meninas.

Ficamos o dia todo na piscina. Quando a fome apertou a gente tratou de ir agilizar o almoço.

...

Quando fui pra casa já estava escurecendo.

Tomei um banho demoradão pra tirar aquele cloro do cabelo.

Sai do banheiro enrolada, separei um shortinho de moletom e um top.

Passei hidratante no corpo, me vesti, passei desodorante. Passei um pouco de creme pra pentear meu cabelo que tava um pouco ressecado.

Desci, estendi a toalha e fui fazer a janta.

Coloquei música na televisão enquanto eu cozinhava.

Fiz arroz, estrogonofe, abri o pacote de babata.

Mandei uma mensagem bem seca pro Marcelo.

"Vai vir comer em casa? /Eu".

"S /Malvado Favorito".

"Traz refri. /Eu".

Ele nem respondeu mais.

Tirei a música e coloquei na Netflix, num filme bem clichezão, enquanto esperava o outro pra comer.

...

Ele chegou com uma Fanta uva. A melhor!

Colocou no balcão e subiu. Acho que foi tomar banho.

Pausei o filme e fui pra cozinha esquentar a comida.

Coloquei a batata num pote. Dois pratos em cima da pia, as talheres pra eu comer e pra pegar a comida.

Logo ele desceu só de bermuda.

Nós servimos e sentamos pra comer.

Aquele silêncio estava agoniante, mas nem dei o meu braço a torcer.

Malvadão: Quando termina o bagulho lá do teu curso? – perguntou quebrando o silêncio.

Jade: Mês que vem.

Malvadão: E tu vai fazer o que depois?

Jade: Se eles me contratarem eu vou trabalhar lá, se não, eu vou mandar currículo para outros lugares.

Malvadão: Vê um bagulho por aqui, pode não?

Jade: Pode, ué. O negócio é achar.

Malvadão: Hum...

Terminamos de comer. Eu lavei a louça todinha. Ajeitei minha cozinha e fui pra sala.

Malvadão trocou o filme e colocou num outro.

Jade: Você não viu que eu estava assistindo o outro não?

Malvadão: Filme maior chato.

Jade: E dai? Eu gosto, af. – sentei no outro sofá emburrada.

Malvadão: Cara, vem cá, senta aqui.

Jade: Tô bem aqui.

Malvadão: Coé, Jade, vamo parar com isso, cara. Bagulho chato de brigar toda hora.

Jade: E a culpa é minha?

Malvadão: Não tô falando isso, amor. Tô pedido trégua. – fiz uma careta e sentei no sofá que ele estava. Ele me puxou fazendo eu recostar nele. – Tu é infeliz comigo? – olhei pra ele na hora.

Jade: Não é isso, é que essas fofocas me deixam pilhada.

Malvadão: Para de dar ideia. Já te falei... Porra, tu acha mesmo que eu vou te trocar por outra? Eu posso ser o que for, mas jamais deixarei na mão a mulher que faz tudo por mim, dona dos meus sentimentos mais puros.

Jade: Eu não quero te dividir com outra, Marcelo.

Malvadão: Quem disse que vai? Só tu me tem, garota. Sou todo seu. – disse serin.

Porra, eu fico muito confusa come essas paradas. O povo fala, fala, fala... E ele vem e nega tudinho dando a palavra ainda.

Pensei no que as meninas disseram e resolvi ligar o foda-se pro que os outros falam.

Vou focar só no meu relacionamento, que por causa disso, eu tô desgraçando meu relacionamento.

Ele já tinha me envolvido num beijo gostoso que só ele dá.

Passamos o resto da noite assistindo filmes.

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Ihhhh, manas, tão achando que ela tá fazendo papel de trouxa? Hahahaha, há muita água pra rolar... Cês não viram nada ainda!