#58

13.4K 796 106
                                    




           

Malvadão

É, irmão, perdi mesmo... As palavras dela não saiam da minha cabeça. Eu vacilei pra caralho! Tinha uma mina que fazia de tudo por mim, coisa que a Naleska nesse tempo todo nem se esforçava para fazer.

Resolvi deixar ela na dela, se for pra ser, um dia vai ser. É o que o Kikito falou, se eu ficar em cima, ela vai ficar com mais raiva ainda.

Passou mais um mês longe dela, e dessa vez foi pior. Eu tava na merda. Aceitar perder não é fácil.

Meu mau humor tava nas alturas, até eu não tava me aguentando.

Dudu: A mina tá chegando ai. – assenti.

Na semana passada, uma menina apareceu aqui pedindo pra entrar pro tráfico. Até ri da cara dela no dia, mas a mina foi broncuda e desafiou. Aceitei o desafio dela. Ela infiltrou lá na matinha pra ver o que tava pegando lá. Hoje ela pareceu aqui, ou ela descobriu algo ou veio pedir arrego.

Ela entrou toda cabreira olhando pros lados, observando o lugar... Ela tava com um shortinho jeans que mostrava suas coxas grossas com algumas tatuagem, uma blusa da Hurley de manga ¾ coladinha que ressaltava seus seios. Se falar que ela não era gostosa, é caô. 

Malvadão: Qual foi, mina, desenrolou algo ou veio pedir arrego? – ela revirou olhos.

Mariella: Vim trazer um presentinho pra você... – disse sem humor. Jogou uns envelopes na minha mesa. Mina folgada...

Abri os mesmos e tinha várias fotos.

Malvadão: Que porra é essa? – fechei a cara.

Mariella: Se tu não começar a agir logo, tu vi rodar, patrão. Não atacar só tá dando mais tempo a eles. – encarei ela por uns segundos e ela sustentou o olhar.

Malvadão: DuF!

DuF: Fala, patrão.

Malvadão: Pega um brinqueinho pra ela. – disse sem tirar os olhos dela.

Se ela não fosse tão cabreira, diria que ela queria sorrir.

Quando recebeu a arma, ela ficou toda feliz. Parecia criança em dia de Cosme e Damião. 

...

Na hora do almoço fui pra casa tomar um banho, já que fiquei o dia todo com Mariella, treinando ela. Ela eu mesmo queria treinar, mas alguma coisa não me descia nessa mina, então queria ela mais perto o possível.

Chegando na porta de casa, dei de cara com um garotinho, sozinho sentado na minha porta. Ele tava com alguns mochilinhas, olhando pro chão, apoiando a cabeça nas mãos.

Malvadão: Ô rapá, qual foi? – ele me olhou e ficou quieto. – O que tu tá fazendo aqui, cadê sua mãe?

Menino: Ela disse que eu vou ficar com você.

Malvadão: E por quê eu ficaria contigo?

Menino: Ela disse que você é o meu pai. – quase engasguei com o ar.

Malvadão: Que? Não, tá doido... Tenho filho não, pô. Cadê tua mãe?

Menino: Ela foi embora. – soltei um riso nervoso.

Malvadão: Não... Que isso... Só pode ter alguém de brincadeira comigo... Olhei em volta, mas nada. – Qual teu nome?

Menino: Nathan.

Coração sem vergonha.Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon