Malvadão
É, irmão, perdi mesmo... As palavras dela não saiam da minha cabeça. Eu vacilei pra caralho! Tinha uma mina que fazia de tudo por mim, coisa que a Naleska nesse tempo todo nem se esforçava para fazer.
Resolvi deixar ela na dela, se for pra ser, um dia vai ser. É o que o Kikito falou, se eu ficar em cima, ela vai ficar com mais raiva ainda.
Passou mais um mês longe dela, e dessa vez foi pior. Eu tava na merda. Aceitar perder não é fácil.
Meu mau humor tava nas alturas, até eu não tava me aguentando.
Dudu: A mina tá chegando ai. – assenti.
Na semana passada, uma menina apareceu aqui pedindo pra entrar pro tráfico. Até ri da cara dela no dia, mas a mina foi broncuda e desafiou. Aceitei o desafio dela. Ela infiltrou lá na matinha pra ver o que tava pegando lá. Hoje ela pareceu aqui, ou ela descobriu algo ou veio pedir arrego.
Ela entrou toda cabreira olhando pros lados, observando o lugar... Ela tava com um shortinho jeans que mostrava suas coxas grossas com algumas tatuagem, uma blusa da Hurley de manga ¾ coladinha que ressaltava seus seios. Se falar que ela não era gostosa, é caô.
Malvadão: Qual foi, mina, desenrolou algo ou veio pedir arrego? – ela revirou olhos.
Mariella: Vim trazer um presentinho pra você... – disse sem humor. Jogou uns envelopes na minha mesa. Mina folgada...
Abri os mesmos e tinha várias fotos.
Malvadão: Que porra é essa? – fechei a cara.
Mariella: Se tu não começar a agir logo, tu vi rodar, patrão. Não atacar só tá dando mais tempo a eles. – encarei ela por uns segundos e ela sustentou o olhar.
Malvadão: DuF!
DuF: Fala, patrão.
Malvadão: Pega um brinqueinho pra ela. – disse sem tirar os olhos dela.
Se ela não fosse tão cabreira, diria que ela queria sorrir.
Quando recebeu a arma, ela ficou toda feliz. Parecia criança em dia de Cosme e Damião.
...
Na hora do almoço fui pra casa tomar um banho, já que fiquei o dia todo com Mariella, treinando ela. Ela eu mesmo queria treinar, mas alguma coisa não me descia nessa mina, então queria ela mais perto o possível.
Chegando na porta de casa, dei de cara com um garotinho, sozinho sentado na minha porta. Ele tava com alguns mochilinhas, olhando pro chão, apoiando a cabeça nas mãos.
Malvadão: Ô rapá, qual foi? – ele me olhou e ficou quieto. – O que tu tá fazendo aqui, cadê sua mãe?
Menino: Ela disse que eu vou ficar com você.
Malvadão: E por quê eu ficaria contigo?
Menino: Ela disse que você é o meu pai. – quase engasguei com o ar.
Malvadão: Que? Não, tá doido... Tenho filho não, pô. Cadê tua mãe?
Menino: Ela foi embora. – soltei um riso nervoso.
Malvadão: Não... Que isso... Só pode ter alguém de brincadeira comigo... Olhei em volta, mas nada. – Qual teu nome?
Menino: Nathan.
BINABASA MO ANG
Coração sem vergonha.
General FictionA gente passa a vida querendo o muito, quando só o pouco nos faz feliz. E o pouco na maioria das vezes é o muito. O pouco. O pequeno. O minúsculo. Normalmente, nossas vidas sempre mudam drasticamente por causa de pequenos detalhes.