#24

16.1K 1K 108
                                    




           

Malvadão

Eu só queria relaxar. Fiquei suavão no lança e no red bull. Naleska não saia do meu colo nem pelo caralho. Mas não tava enchendo o saco, então tá mec, deixei ela.

Quando avistei a Jade dançando, já me liguei. A filha da puta dança bem pra porra e ainda provocava e nem olhava na minha cara. Quando eu vi um moleque passando e sarrando, esperei ela tomar partido. Ela não tomou.

Malvadão: Qual foi daquele moleque de aba reta vermelha? – perguntei pro Gasolina.

Gasolina: Playboy, patrão. Sobre o morro atrás de aventura.

Malvadão: Se ele chegar perto da Jade de novo eu vou mostrar pra ele o que é aventura. – fechei a cara. Naleska bufou e ficou sacudindo o pé. Nem dei trela, senão ia rebocar ela. Quando vi a Jade ir até o chão e pagar calcinha, foi o meu limite. Levantei empurrando a Naleska e fui na direção da Jade.

Peguei ela pelo braço e arrastei lá pra fora. A mina é broncuda, mas acabei com a bronca dela em dois tempos.

Mas depois ela quis se fazer de pão, então deixei o baile seguir. Vou ficar atrás? Logo eu... Só que desse vez a Jade extrapolou na bebiba. Eu fiquei puto e com razão, a mina tava passando maior vergonha.

Joguei no ombro e levei pra casa. No caminho ela apagou.

Quando cheguei em casa eu coloquei ela em baixo do chuveiro gelado. Logo, logo ela tratou de acordar.

Jade: Ain, tá frio, poxa! – disse embolado. Ela tava toda manhosinha, deu até vontade de agarrar, mas tá bêbada e não gosto de trepar com mina inconsciente.

Tirei a roupa dela e ela ficou maior cota parada embaixo do chuveiro de cabeça baixa. Segurei no queixo dela levantando o rosto dela.

Malvadão: Ô, rapá, tá dormindo em pé? – ela abriu os olhos e me encarou. Ela deu um sorriso.

Jade: Eu te amo. – nem acreditei quando ela disse isso.

Malvadão: Tá doidona... – falei sem jeito.

Jade: Tô. – riu frouxa. Ela nem tava raciocinando o que tava dizendo.

Malvadão: Vem, chega de banho. – enrolei ela na toalha e levei pro quarto.

Sequei ela, coloquei uma cueca e uma camisa minha. Ela se jogou na cama e apagou.

Neguei com um sorriso bobo no rosto. Bêbado não mente, molecada. Essa dai é minha pra caralho.

Tomei um banho naquele pique. Vesti um cueca e deitei do lado da Jade.

Acordei no outro dia e ela ainda estava dormindo. Levantei, tomei um banho, coloquei uma cueca vermelha e uma bermuda preta. Passei perfume e desodorante.

Mandei colocarem alguém de tocaia aqui na porta de casa pra não deixa a Naleska entrar, quero esquentar a cabeça hoje não.

Comi um biscoito qualquer que tinha no armário e fiquei assistindo TV, de bobeira.

...

A paz acabou quando o LP chegou lá em casa desenrolando maior treta. LP era gerente da favela do outro lado, mesma facção, fechamento total.

Malvadão: Manda.

LP: Levantei umas informações ai, que o Rato e o Neneu tão de frente. Infiltrei um x na favela deles, e a visão foi que eles tão armando maior cilada pra gente. Papo de sequestro e tudo. Ou seja, eles vão fazer de tudo pra nos atingir e chegar na gente, tem que ficar em alerta. – encarei o nada pensativo.

Malvadão: Tô com uns armamentos ai pra chegar, mas não sei se são suficiente pra reforçar a segurança do morro.

LP: Vou mandar o papo pro Magnata pra ver se ele da uma ajuda ai.

Malvadão: Mais essa... – cocei a cabeça. – Tá ligado que as milícias tão querendo tomar essa porra também né?

LP: Caô?

Malvadão: Ó, papo 10. Na ultima tentativa me acertaram de raspão.

LP: Filhos da puta, mané. Eu já comecei a reforçar na segurança até da patroa, meu medo é eles pegarem ela, tá ligado? Meu ponto fraco no serinho. – ri.

Malvadão: Mas é um Zé mesmo.

LP: Ah, qual foi, vai falar que tu não fica neurótico com tua patroa?

Malvadão: Nem patroa eu tenho. – falei rindo.

LP: E essa dai é o que? – olhei pra direção da escada e vi a Jade descendo. Porra, nem pra tocar de roupa, filha da puta. Fechei logo a cara.

Malvadão: Essa dai é complicado... – fiz careta.

LP: Então, irmão, abre o olho. Se eles tentar, na faixa de gaza só vai dá nós.

Malvadão: Nós é cria, meu parelha, não num é criado não.

LP: É isso. Então, vou meter o pé que tô muito tempo fora da minha faval já, tenho que enfrentar pista ainda. – se levantou. Levantei junto e fiz toque com ele.

Malvadão: Jaé, meu mano. Qualquer coisa só chamar no probleminha que nós resolve.

LP: Tamo junto, tudo dois, fé.

Malvadão: Tudo nosso, fé pra tudo. – ele saiu e eu fui atrás da Jade. Ia sentar no esporro, mas a mina não lembrava de nada, então achei melhor deixar pra lá.

Depois que ela foi embora, tive que pedir Dona Vera me entregar comida aqui. Pensei que a maluca ia fazer um rango maneiro, mas nem rolou.

Passei a tarde toda fazendo porra nenhuma. Resolvi ir da um rolê na minha favela pra ver se estava tudo nos conformes.

Eu amo muito minha favela, cada pedacinho. Hoje em dia geral quer tá onde eu estou, mas aposto que ninguém quer passar pelo o que eu passei pra chegar até aqui, suei pra caralho. Neguim só olha pro teus dias de glórias e esquece dos dias de luta. Mas eu escaldado, não confio em qualquer um. Sei que pode apertar minha mão hoje e amanhã quer me passar a perna. Na minha tropa só tinha os selecionados, mas mesmo assim não são todos que são da minha confiança e nem boto a mão no fogo por qualquer um. A vida do crime é louca, vive dando suas voltas e reviravoltas.

Tô tranquilin descendo o morro quando vejo um furduncinho. Quem mais seria? Naleska... E Jade no meio. Tsc, só estresse!

Não queria saber quem tava certa ou não, eu não tava com cabeça, mandei logo as duas pra casa. Jade foi de birra, mina abusada. Mas o dela tá guardado, tá ensaiando muito já.

Botei geral pra circular e fui pra boca da maconha. Ia aproveitar pra colocar um balão pra cima.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now