#82

10K 655 89
                                    




No outro dia, depois de deixar Nathan na escola, fui pra casa. Tava um calor da porra... Coloquei um shortinho e um top, não dava pra usar mais que isso não... 

Tirei uma carne pra descongelar pro almoço e passei a vassoura na casa, rapidinho, gosto de varrer todo dia e mesmo varrendo todo dia, todo dia tem sujeira. 

Depois fiquei jogada no sofá vendo série e de conversinha com o Léo. Ele provoca, mas sempre na disciplina. 

Aí, eu tô numa seca de louca!

Senti meu celular vibrar e era o Léo, ele me mandou uma mensagem bem fofinha. Gente, ele é um príncipe! Sorri boba... 

Malvadão: Tá rindo sozinha igual uma doida, por quê? - levei até um susto. 

Jade: Ihhh, Marcelo, sai do meu colo! Não é da sua conta. - Marcelo é doido, gente, entra na minha casa a hora que quer, quando quer... Muito inconveniente! 

Ele tava com uma cara de bicho do caralho, mas, na maioria do tempo ele tá com essa cara...

Malvadão: Tu brinca muito... - o celular começou a tocar e tava o nome do Léo no visor. Ele viu e fechou a cara. Atendi. 

Jade: Oi, Léo. 

Léo: E ai, minha gatinha. Vai fazer o que mais tarde? 

Jade: Não sei... Por que? 

Léo: Vamos dar um rolé? 

Jade: Vamos sim. Quando tiver indo me arrumar, eu te fal... - Marcelo pegou meu celular e tacou longe. 

Ela me pegou no braço e me jogou na parede e colocou o dedo na minha cara. 

Malvadão: Você não vai pra porra de lugar nenhum, tá me entendendo? Eu te mato, Jade, eu te mato!

Jade: Marcelo, a gente não tem nada! - disse de olhos fechados e dentes cerrados. Tentei empurrar ele. - A gente não tem mais nada. Sabe por que? Ou você tem amnésia? Se a gente tinha chances de voltar, você destruiu essas chances... E não foi agora não, isso faz tempo. Você me chifrou quando eu fazia tudo por você e depois você me usou como se eu fosse seus lanchinhos do morro... Marcelo, eu não admito mais isso! Eu cansei de me submeter a isso, e isso faz tempo. Mas você parece que não se manca. Me deixa viver, me deixa seguir a minha vida. Eu não aguento mais você! De verdade, você tá fazendo com que eu tome nojo de você e não me faça ter nojo, porque quando eu pego nojo, acabou... 

Malvadão: Você vai jogar tudo o que a gente viveu fora assim? Tudo que a gente tem? 

Jade: Você quem jogou fora, Marcelo!  Foi você! E a gente não tem mais nada. 

Malvadão: A gente tem sim, Jade, claro que a gente tem, você sabe que a gente tem tanto que mês passado você não se conteve e veio parar na minha cama...

Jade: Aquilo foi um erro. Um puro deslize. Marcelo... - passei as mãos no rosto nervosa. Respirei fundo. - Eu tô com o Léo agora. Entendeu? E de verdade, quero que você aceite isso numa boa. Assim como eu tenho que te aceitar com outras numa boa. O que a gente teve foi ótimo e eu jamais vou me esquecer, mas é uma pena que foi só ilusão. Não foi de verdade... 

Malvadão: Qual foi, cara... Não fala isso!

Jade: Foi ilusão sim, Marcelo. E ilusão pra mim! Que fazia tudo por você e você fazia o que por mim? Me corneava. Eu tentei crescer na vida pra não se um encosto pra você, pra não depender de você e com a sua ajuda eu cresci, isso pode ter certeza que não sou ingrata e vou sempre te agradecer por isso. Mas isso não justifica os chifres que você me colocou. Doeu, Marcelo, doeu. Porque eu dediquei quase 4 anos da minha vida a você e o que você fez? Me enganou. - ficamos em silencio por um tempo. - Não dá mais, isso tá exaustivo. Vamos parar com isso. - choraminguei. 

Malvadão: Tudo bem, Jade. É isso que tu quer mesmo? - assenti. - Beleza. Eu vou sumir da sua vida, pode ter certeza... Mas o Nathan não vai mais ficar com você. - arregalei os olhos. 

Jade: Mas... 

Malvadão: Ele é o MEU filho. Esta ligado a mim, se tiver problema com ele terão que reportar a mim. E você não me quer mais na sua vida, então você não quer o meu filho. 

Jade: Marcelo, isso é golpe baixo. Que isso! O Nathan não tem nada a ver com isso!

Malvadão: Claro que tem, ele é o meu filho. E a partir de hoje, não quero mais você perto dele. 

Jade: Você não pode fazer isso! - já tava chorando. Eu criei tanto amor a esse menino, gente, parece que saiu de mim... 

Malvadão: Posso sim, ele é o meu filho. - silencio. - Pode seguir a sua vida. Você pra mim morreu aqui, nesse exato momento. - desgraçado. Ele fala como se a culpa disso tudo fosse minha.

Ele saiu lá de casa, parecia que tava encostado... Me bateu um desespero, não... Ele tá brincando. Ele só pode tá brincando. Ele não faria isso... Ele não seria capaz...

Sentei no sofá e fiquei encarando o chão pensando em várias coisas... Será que eu vou atrás dele? Mas se eu for, vai ser fácil demais pra ele... Mas é o Nathan que está em jogo... Não ele não seria sujo assim...


Malvadão 


Reuni os meus de confiança pra deixar eles a par de tudo. Acabou que acabamos conversando sobre algumas coisas já, algumas estratégias... Sai da reunião com a cabeça fervendo, resolvi piar na casa da Jade... Saudade dessa mulher. Mulher da minha vida, pô, vai voltar pra mim ainda. Voltar não, né. Uma vez minha mulher, não tem essa de virar ex não, tomanocupalá. 

...

Mais uma vez perdi a cabeça? Talvez... Mas irmão, bateu desespero. Eu não quero acreditar que esse bagulho da Jade com aquele pagodeiro talarico do caralho vai a frente. Botei pressão mesmo, agi na sujeira, mexi logo no calo dela. Agora eu quero ver... Nathan vai me odiar, mas pô, se ela for ficar com aquele viadinho, eu não quero ele perto do meu filho e nem ela, acabou. Esse povo tá achando que nós é bombom... bombom o caralho, vou dar de corno por ai, vou nada. 

Se ela quer ficar livre pra seguir a vida, pode seguir pô, mas meu filho não vai seguir com ela não, filho é meu, pô, M E U. 

Foda-se, quer ficar com o pau no cu lá? Vou dar rl e esquecer que ela existe também, buceta é o que não falta... 

Porra, ser dispensado abala o ego do sujeito, mas essa mandada não vai me desestabilizar não, pô, não vai mesmo.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now