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Jade

Acordei e Malvadão já tinha ido. Acordei até mais cedo do que o despertador. Aproveitei pra dar um grauzunho na casa e deixar o almoço no esquema pra mais tarde.

Esse negócio de comer na rua não é comigo... Meu estômago pede arrego.

...

Terminei a massagem na cliente, a ultima da parte da manhã.

Jade: Jane, tô sem cliente pra agora, posso adiantar minha hora de almoço que vou comer em casa?

Jane: Vai lá, mona. – assenti. E fui pegar minha bolsa.

Jane era uma ótima patroa, super de boa ela. Toda certinha, com ela não tem erro.

Cheguei em casa e coloquei o arroz no fogo e coloquei o feijão pra esquentar, fui fazendo a salada e depois ajeitei o filé de frango e a batata pra fritar.

...

Mandei mensagem pro meu amor e ele disse que não daria pra vir comer em casa. Pois, bem, vou comer e vou levar comida pra ele, fazer um agradozinho a ele.

Montei meu prato e fiquei mexendo no celular enquanto comia. Odiava comer sozinha, solidão do cacete.

Ao terminar lavei as louças e peguei um potinho pra por a comida do Marcelo, arrumei direitinho e coloquei na sacola.

Subi rapidinho pra escovar os dentes e desci. Peguei minha bolsa e a sacola e fui andando pra boca.

É muito amor eu subir essas escadarias todas só pra dar comida pra esse homem... O que a gente não faz quando ama, né?

Enfim cheguei, ainda bem que o sol não tava lascando, mas tava calor do mesmo jeito.

Jade: Malvadão tá ai? – o menino nem olhou pra mim só assentiu e continuou a enrolar o baseado dele. Tô dizendo, viciadão...

Entrei na tal casa disfarçada de espelunca. Lá fora tu não dá nada pela casa, mas por dentro o contexto muda.

Não tinha ninguém ali, af, viciado deve ter ficando fixado na droga e nem viu o Marcelo sair. Me virei pra sair quando escutei uma coisa que me doeu na espinha, fez meu corpo paralisar e meu coração acelerar.

Minhas pernas bambearam, meu coração me mandava ir embora, mas meu cérebro me mandava ir confirmar.

Respirei fundo e segui os gemidos, olhei pra porta trancada e fiquei encarando aquela maçaneta por alguns minutos, eu não queria abrir, tava com medo de ver o que eu já desconfiava.

Um bolo se formou na minha garganta e eu fechei os olhos tomando coragem. Num movimento rápido eu girei a maçaneta e abri a porta com tudo.

Flagrado. Sujo! Imundo! Baixo! Cachorro! Sem vergonha!

Ao me ver ele arregalou os olhos, deu um pulo e empurrou a Naleska longe.

Malvadão: Amor... Jade... O que...? Espera... Deixa eu... – sem deixar ele terminar toquei o pote com a comida quente nele. – Ai caralho, que isso!

Jade: Seu almoço! – disse seca tentando me manter dura.

Malvadão: Jade... Deixa eu... – eu não queria ouvi-lo. Sai de lá segurando o máximo pra não chorar.

Aumentei meus passos pro salão e fui tentando cortar por alguns becos.

Ao chegar no salão, já era, não aguentei mais. Ainda bem que tava vazio por conta do almoço, porque eu desabei no chão e chorei feito uma criancinha.

Preta: Amiga? O que houve? – eu não conseguia falar, só chorar.

Como ele foi capaz? O que eu fiz pra merecer isso? Onde eu errei?

Jane: Minha filha, o que aconteceu? Alguém morreu? – veio até a mim com um copo de água.

Mas eu só chorava compulsivamente.

...

Não sei como não sequei de tanto chorar, mas depois do choro veio a raiva. Ah, mas que raiva que veio. A vontade era de mata os dois, eu estava com nojo, N O J O do Marcelo.

Preta: Agora fala o que houve, mulher, pelo amor de Deus, tô ficando preocupada.

Jade: O que houve? O que houve é que eu peguei aquele desgraçado do Marcelo com a Naleska, amiga, no ato!

Jane: Ih... – fez careta.

Preta: Onde?

Jade: Eu fui levar almoço pra aquele filho da puta desgraçado, mas ele já tava comendo aquele lixo lá. Ahhhhrrrgg! – grunhi de raiva.

Jane: Jade, é melhor tu ir pra casa resolver teus problemas, trabalha de cabeça quente não dá, né.

Jade: Não, mas eu tô bem.

Jane: Não tá não, cara. Ainda mais do jeito que a fofoca rola aqui, com certeza alguém já sabe disso e vai fazer piada e tu vai perder o controle. Pode ir, tá de boa, a gente segura as pontas aqui.

Jade: Tudo bem. – me levantei enxugando meu rosto. – Eu vou pra casa da minha mãe. – falei olhando pra Preta.

Preta: Tudo bem, vai, mais tarde passo lá com as meninas. – assenti. Ela me abraçou forte. – Vai ficar tudo bem.

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Coloquei fogo no parquinho, é agora!! 🔥🔥🔥

Coração sem vergonha.Onde histórias criam vida. Descubra agora