#61

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Jade

Cheguei em casa depois de mais um dia de trabalho, estava morta de cansada, mas o Léo me chamou para jantar. Resolvi ir. Falei pra ele me buscar no pé do morro, porque não quero murmurinhos.

Tomei um banho longo, passei um óleo de rosas e champanhe. Me sequei, coloquei um par de lingerie branco. Fiz uma make iluminada, com os olhos marcantes, mas nada que chamasse muito atenção. Ajeitei o cabelo, coloquei um brinco pequeno e uma gargantilha com umas correntes maiores.

Vesti um cropped faixa tomara-que-caia preto, uma calça de cós alto skinny rasgadinha. Me perfumei; peguei uma bolsinha de lado e coloquei algumas coisas.

Léo me mandou mensagem que já estava lá em baixo e eu avisei que já estava indo. Calcei um coturno de salto tratorado preto, dei mais uma conferida no espelho.

Jade: Mãe, tô indo. – ela me olhou apreensiva.

Jaque: Cuidado, minha filha. Depois eu quero conhecer esse menino.

Jade: Não, mãe... – fiz careta.

Jaque: Claro que quero, vai que ele é um maníaco.

Jade: Mas ai ele vai achar que temos algo sério.

Jaque: E você não quer?

Jade: Não é isso, é que... Af, você sabe...

Jaque: Uma hora tu ia ter que seguir e ele tem que aceitar isso.

Jade: Eu sei, mas é que...

Jaque: Ou você não quer seguir?

Jade: Ihhh, mãe, ó... Tchau, tô indo. – sai de casa logo. Dona Jaqueline é terrível para me deixar neurótica.

...

Avistei o carro do Léo e fui de encontro. Os soldados do Malvadão viram, af, daqui a pouco tem surto.

Cumprimentei o Léo com dois beijinhos.

Léo: Tá linda, hein, isso tudo é pra mim?

Jade: Para, bobo. – ri sem graça. – Às vezes tem que fazer uma gracinha, né? – tentei descontrair.

Léo: Gracinha? Tá é cheia de graça, Ave Maria.

Jade: Esqueço seu dom de fazer cantadinhas por ser pagodeiro.

Léo: Que isso, até parece que sou um galinha... – olhei ele de lado e ele riu. – Se você quiser eu cisco só no eu terreno.

Jade: Leonardo, vamos logo? – apelei rindo.

Léo: Tá toda vermelhinha. – passou o dedo na minha bochecha. Ele se inclinou, fiquei nervosa achei que ia me beijar, mas ele deu um cheiro no meu pescoço. – Muito cheirosa. – disse com a voz rouca. Eu estava estática. Aquilo era estranho, ainda tinha que me acostumar com outro, que não era o Marcelo.

Jade: Claro eu sou... Mas vamos logo que eu tô com fome, e eu fico muito brava com fome! – empurrei ele e fiz um bico falso. Ele riu e deu partida.

Léo: 50% ódio, 50% tremedeira, igual um pinche. – gargalhou.

Jade: Olha só, garoto! – acabei rindo também.

Léo era muito divertido e o fato dele me descontrair, me fez continuar a conversar com ele.

...

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now