#52

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Jade

No outro dia eu não aguentei nem ir trabalhar. De tão na merda que eu tava. Ainda bem que a Jane aliviou essa pra mim.

Passei o dia todo chorando, não queria nem comer, só comi porque Matilda veio aqui preparar uma canja pra mim e me forçou a comer e debater com Matilda é ossada..

Alguns dias depois...

Fiquei uma semana em casa sofrendo nem eu aguentava mais essa bad...

Se eu tô bem? Não. Não tem nem como, pô. Peguei o homem que eu amava com outra na cama, na cara dura. O pior é que eu sempre escutava murmurinhos, mas nunca acreditei, porque o povo inventa muito fofoca pra infernizar a vida alheia. Só que dessa vez, não era fake news, era real oficial.

Perdi total a vontade de sair da cama, minha mãe já não sabia mais o que fazer, as meninas tentavam me animar sempre, mas porra, não dá!

Jaqueline: Jade, eu acho bom você reagir! – me dava sermão pela milésima vez na semana. – Eu também passei por isso, minha filha, mas eu fui covarde, eu fugi da raia, fui me esconder lá na puta que pariu. Não cometa o mesmo erro que eu. Tu é nova, não tem filho, não tem mais macho pra te prender, vai viver a vida, vai escaralhar por ai, aproveita as oportunidades que a vida tá te dando de conhecer gente nova. 

Jade: Mãe, eu tô tentando, tô indo no meu tempo. – disse enquanto me ajeitava para ir pro salão.

Jaqueline: Tentando? Você não bota a cara nem na rua. Preferiu comprar roupa do que ir buscar as suas na casa dele. Isso não existe! – falou indignada. 

Jade: Melhor ficar em casa que ficar escutando piadinha na rua, já basta as que escuto dessas mandadas no salão. – rebati.

Jaqueline: E daí? Elas pagam as suas contas? Manda elas irem pastar! Quem tem que ter vergonha nessa história não é você não, você não fez nada de errado, meu amor.

Jade: Eu sei, mas não é tão fácil assim! – choraminguei.

Jaqueline: Eu sei que não, mas se você não tentar sair dessa, vai ficar mais difícil ainda. – funguei respirando fundo.

Jade: Tá, tô indo pro trabalho. – terminei de ajeitar o cabelo e fui pro banheiro. Lavei o rosto pra dar aquela disfarçada na cara de choro. Peguei minha bolsa e parti.

...

Era muito complicado estar trabalhando e ficar escutando piadinha, às vezes a Jane nem aguentava e ela mesma dava um corte.

O dia estava bem tranquilo até o satanás entrar no salão, ela mesma, Naleska. Ah, viado! Respirei fundo 100000000x. Já tava até sacudindo o pezinho, essa daí é só socão bolado na cara.

Naleska: Jane, tem horário pra depilar a laser? Vou fazer uma surpresinha pro meu amor hoje.

Núbia: Quem é o bofe?

Naleska: O mesmo de sempre né, o Malvadão. Aquele que sempre foi meu, não tem jeito, pode rodar na mão dessas emocionadas ai, mas sempre volta pra mim. – o sangue tava subindo.

Jane: Naleska, se for pra arrumar caô, tu vai lá pra fora, aqui dentro não.

Naleska: Ihhh, gente, eu sou cliente, vou pagar. Uó esse povo que fica infeliz com a felicidade alheira.

Preta: Você só ta esquecendo que ninguém é feliz em cima da infelicidade dos outros...

Naleska: Ué, ninguém mandou se meter com o macho dos outros, agora fica ai, com essa cara de corna sofrida. – me olhou no deboche. Ah, mas eu não aguentei.

Levantei igual um bicho, agarrei pelos cabelos e arrastei pra fora do salão.

Naleska: Solta meu cabelo, sua maluca! – ela pegou no meu cabeço. Mas terror nenhum, eu tava possessa. Arranjei força não sei de onde pra acertar a costela dela. Ela soltou rapidinho, me ajeitei e prendi meu cabelo num coque e voltei pra cima dela. Ela veio de tapa...

Jade: Briga igual mulher, sua puta! – fechei a mão dando um socão na cara dela. Ia dar sequencia, mas ela virou o rosto e foi nas costas dela fazendo ela cair. Nem aproveitei. Sentei em cima dela, agarrei no cabelo e comecei a quicar a cara dela no chão. – Tu não é a bichona, desgraçada? – dei outro socão na cabeça dela. Mas ela agarrou no meu tornozelo e virou comigo me fazendo rolar no chão.

Naleska tentou subir em cima de mim, mas eu dei uma joelhada empurrando ela. Ela cravou as no meu pulso impedindo o meu movimento pra levantar, demônia. Mas a outra tava livre e eu tentava socar a cara dela e ela desviando e tentando segurar minha mão.

Naleska: Paraaaaa, sua maluca!! – gritou.

Jade: Maluca, né? Tu não viu nada! – puxei minha mão com força, aposto que ela cortou com a unha, mas foda-se. Fui com a mão no pescoço dela. Ela desesperou e foi com as duas mãos pra tirar a minha mão do pescoço dela. Ela tava vermelhinha já. Tava cega de ódio, queria matar ela na mão.

Só soltei quando senti uns braços me puxarem. Me sacudi me soltando na hora.

Jade: Você não encosta em mim, não! – coloquei o dedo na cara dele. Que me olhava com um olhar diferente. Na verdade ele tava diferente.

Na merda, pra ser mais exata, com a barba sem fazer, olheira, mais magro...

Ele continuou me encarando, mas caguei pra ele, me ajeitei e sai do meio da muvuca que tava na rua. Entrei no salão indo direto pro banheiro, tranquei a porta e sentei no vaso.

Chorei igual uma criança arrependida... era mistura de ódio, vergonha, arrependimento por passar esse tipo de situação, de brigar na rua por causa de provocação dessa mandada.

Jane: Jade? Tá viva? – bateu na porta.

Jade: Sim! Já tô saindo. – levantei do vaso, lavei meu rosto, sequei. Mas nem desfaçou nada. Sai do banheiro e as meninas estavam do lado de for me esperando. – Desculpa pelo auê.

Jane: Que nada, tu ainda aguentou muito. Eu tinha pegado ela aqui dentro mesmo.

Lore: Ah, eu enfiaria a chapinha quente no rabo dela.

Ericka: Acho que ela vai ficar um tempinho sem arrumar caô contigo agora, Malvadão meteu a madeirada nela ali na frente.

Jade: Não guento nem escutar o nome desse zinho ai. – falei com cara de nojo.

Preta: Toma! – me deu água. – Viada, achei que você ia matar ela. – gargalhou.

Ericka: Tinha que ter matado!

Jane: Faltou pouco.

Nanda: Não acredito que o babado acabou! – entrou ofegante no salão. Já foi até sentando.

Lore: Claro, anda igual uma pata com esse barrigão.

Ericka: Gente, a menina não se aguenta, mas pra ver fofoca ela vem que vem.

Nanda: Adoro um barraco, não vou negar, ainda mais da minha amiga.

Jade: Fofoqueira que fala, né? – ela me olhou e me mandou dedo. Até ri.

...

Paramos pra um barraco, mas depois voltaos ao expediente normal. Nanda aproveitou pra fazer a unha e eu fiz massagem linfática na Ericka e na Lore.

Coração sem vergonha.Where stories live. Discover now