Coração sem vergonha.

#30

           

Jade

Um tempo depois...

Eu estava na fase de estágio supervisionado no meu cursinho. E como o instituto tem parceria com uma clínica escola, eles mesmo nos encaminhavam pra essa clínica.

Estava terminando a aplicação de um botox de uma cliente pra ir embora. Eu só ficava aqui meio período. De 13h às 18h.

Ao terminar, a supervisora deu ok. Ela ficava o tempo todo ao meu lado pra verificar se eu cometesse um erro.

Cláudia: Muito bem, Jade. – sorri em forma de agradecimento. – Bom, você tá liberada por hoje.

Jade: Ufa!

Fui até o vestiário, tirei as luvas jogando na lixeira, tirei o jaleco e estendi. Peguei meu celular chamando um uber e fui catando minhas coisas pra ir embora.

...

Cheguei em casa e só queria deitar, mas fui pega de surpresa com o Malvadão arrumado colocando o relógio. Ele sorriu ao me ver e eu fui até ele dar um selinho no mesmo.

Jade: Vai aonde?

Malvadão: Nós vamos fazer um programinha diferente hoje.

Jade: Nós?

Malvadão: É, nega. Tu anda trabalhando muito, vamos relaxar nós dois. – beijou meu pescoço. Ia negar uma dessa? Jamais.

Jade: Me espera tomar banho.

Malvadão: Não demora muito. – assenti rindo e dei outro selinho nele.

Subi de pressa e tomei aquele banho.

Passei meus cremes, me perfumei. Fiz uma make básica, só pra disfarçar a cara de exausta. Vesti um par de lingerie. Peguei uma calça jenas branca de cós alto com uns rasgadinhos na coxa, um cropped de alcinha rosê. Vesti as roupas, só passei a escova no cabelo. Coloquei uma correntinha e um brincão. Calcei meu Louboutin nude de bico fino que mozão me deu. Peguei uma bolsinha colocando só algumas coisinhas e desci.

Malvadão estava sentado com o boné na cara e de braços cruzados no sofá.

Jade: Tô pronta. – ele se ajeitou e me olhou.

Malvadão: Linda pra caralho. – se levantou e sorriu. – Bora? – assenti.

Saímos de casa trancando tudo e fomos até o carro. Ele deu partida saindo do morro.

Jade: Pra onde estamos indo?

Malvadão: Vou te levar pra jantar num restaurante distante, de um conhecido meu.

Jade: Não é perigoso?

Malvadão: Que nada, o dono é meu fechamento.

Jade: Hum. – murmurei olhando pro retrovisor vendo um carro nos seguir. Era um cara que ficava na escolta do Malvadão.

Fomos o caminho todo em silêncio, eu tava até bocejando.

Malvadão: Pô, amor, tu anda muito cansada ultimamente.

Jade: Trabalhar cansa, ué.

Malvadão: Não quero tu se matando de trabalhar não, tu não precisa disso.

Jade: Mas eu tô gostando, Marcelo, pelo menos saio daquele morro um pouco. – tratei de colocar uma música logo pra eu cantar.

Marcelo enchia o saco com isso... me deixa trabalhar, porra!

Chegamos no tal restaurante e era lindo, era todo rústico e nem tava muito lotado.

Fomos recepcionados por uma mulher, que nos levou até uma parte reservada. Sentamos um de frente pro outro. Há quanto tempo eu não como num lugar tão chique assim? Papai que costumava a me levar muito nesses lugares... Ah, papai, que saudade! Meu coração apertou, fiquei até emocionada.

Malvadão: Tô ligado que eu esculachei, mas não precisa chorar não, pô. – riu. Acebei rindo também.

Jade: Besta! – limpei a lágrima que escorreu. – Acabei pensando numas coisas... Mas amei o lugar. Esculachou mesmo, meu amor. – imitei a gíria dele.

Ele sorriu e me deu um selinho.

O garçom veio nos atender. Fizemos nossos pedidos. Ia tirar a barriga da miséria era hoje.

Malvadão: Sair daqui bora pra um motelzin? – me olhou malicioso.

Jade: Acho digno. Tô enjoada de rotina...

Malvadão: Ih alá, tá tirando onda?

Jade: Tsunami. – ele deu uma risada gostosa.

Comemos a beça, com direito a sobremesa.

Jade: Muito obrigada por esse momento maravilhoso! – disse me espreguiçando na cadeira. Comi que nem uma pedreira agora.

Malvadão: Eu que te agradeço por entrar na zona da minha vida e organizar tudo do teu jeito. Tu é luz, garota. Tô fechadão contigo, ninguém ocupa o teu lugar. – me deu um selinho. Sorri que nem boba o resto da noite todinha.

Saindo dali ele me levou num motel bem chique, o apto tinha até piscina. Aproveitamos o máximo.