Cheguei na casa da minha mãe e ela estava pintando alguma coisa enquanto escutava uma musica orquestrada.
Jade: Mãe?
Jaqueline: Filha! – sorriu. Mas o sorriso se desfez quando ela me olhou. – O que houve? – não me aguentei e comecei a chorar de novo. Só que dessa vez no colo da minha mãe, o melhor desse mundo.
Eu tentava falar, mas o choro saia compulsivamente. Estava doendo tanto!
Poxa, eu dei o meu melhor pra ele, será que não foi o suficiente?
...
Eu já estava há horas chorando, mas agora o choro havia diminuído e eu apenas soluçava encarando o nada.
Jaqueline: Me fala o que houve minha filha, eu estou ficando preocupada. – me olhou apreensiva.
Jade: O Marcelo me traiu... – fechei os olhos sentindo a dor da realidade.
Eu no fundo desconfiava, mas nunca tinha pego no ato, como aconteceu hoje.
Jaqueline: Ô meu amor, que maldade! – me abraçou.
Jade: Eu só queria saber onde foi que eu errei... – comecei a chorar novamente. – Babaca! Sujo! Imundo! – grunhia de raiva. Acho que se eu o vesse na minha frente, com certeza, eu o mataria.
Malvadão
Que doideira, que mancada...
Porra, não era pra ela ter visto isso, não era, eu sou um burro, burro!
Não tive nem coragem de ir atrás dela.
Naleska: Vamos continuar, amor, agora ela já sabe... – sorriu vitoriosa. Fechei logo a cara.
Malvadão: Mete o pé, mete.
Naleska: Mas...
Malvadão: SOME DA MINHA FRENTE, DESGRAÇADA! – ela se amedrontou, catou as roupas, se vestiu rapidamente e saiu.
Me vesti em seguida e sai de lá indo pra salinha central, ninguém na escolta. Filhos da puta!
Fui pra fora e só tinha um moleque caído na varanda. Dei mó chutão, levantou ligeiro o viciado.
Malvadão: Circula, filho da puta, isso aqui não é pensão não.
Olhei em volta e tudo normal, nem uma manifestação dos fofoqueiros, menos mal, melhor pra eu me resolver com a Jade depois.
Ela vai em perdoar, certeza. Ela tem que me perdoar. Ela precisa.
Entrei de novo e já bolei um charutão logo e mandei pra mente. Porra, que merda que eu fiz?!...
...
Cheguei em casa na esperança de encontrar ela, mas nem sinal. Escutei um barulho lá em cima e subi de pressa, mas era a Lorena catando algumas roupas da Jade.
Malvadão: Ou, ou... Que porra é essa? Pode deixar isso aqui. – Lorena me olhou feio.
Lore: Tu não vem de graça não! Todo errado nessa porra, seu vacilão! – jogou na minha cara. – A Jade mandou eu pegar as roupas dela pra levar pra casa da mãe dela.
Malvadão: Vai levar porra nenhuma, parceiro, se ela quiser que ela venha buscar.
Lore: Marcelo, dá um tempo a ela, não dificulta mais as coisas pra menina. – falou mais calma.
Malvadão: Não, porra, eu quero falar com ela! – já tava ficando agoniado já.
Lore: Tu fez merda, agora arca as consequências... – pegou uma mala que ela estava arrumando e saiu.
Na raiva eu dei mó socão na porta, até quebrou, essa merda...
...
No outro dia eu não era ninguém, passei a madrugada toda cheirando, e nada dessa situação sair da minha mente. A verdade é que eu tô com o cu que não passa nem pensamento de medo dela não voltar pra mim...
Tomei um banho responsa, me arrumei na moral e decidi ir atrás dela. Sem minha mulher que eu não vou ficar.
Bati na porta da mãe dela e a mesma abriu com maior carão de brava.
Jaqueline: O que tu quer aqui?
Malvadão: Falar com a Jade.
Jaqueline: Ela não quer falar contigo não.
Malvadão: Qual foi, na moral.
Jaqueline: Qual foi? – me empurrou e saiu fechando a porta. – A minha filha passou a noite toda chorando! – me batia com a toalhinha suja de tinta enquanto falava. – Não sei como ela não desidratou de tanto que chorou, seu animal, imbecil!
Malvadão: Deixa eu conversar com ela, pô, quero me desculpar, de coração. – ela riu no deboche.
Jaqueline: Homem tem dessas, né? Coitado... Vai falar nada com ela não, pelo menos essa semana. – se virou e entrou batendo a porta com força.
Ô caralho, e agora?
...
Sai de lá todo cabreiro. Puta que pariu!
Peguei umas ervas e fui pra casa. Passei o resto do dia todo fumando e bebendo tentando achar uma solução pra essa porra.
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Coração sem vergonha.
General FictionA gente passa a vida querendo o muito, quando só o pouco nos faz feliz. E o pouco na maioria das vezes é o muito. O pouco. O pequeno. O minúsculo. Normalmente, nossas vidas sempre mudam drasticamente por causa de pequenos detalhes.