Crazy In Love

40º

"Viajar é nascer e morrer a todo o instante"- Victor Hugo

Viajar não se trata de uma questão de dinheiro mas sim de energia, na existência de um desejo de conhecer o mundo com os próprios olhos como é uma maneira de manter a mente e alma sã. Viajar é uma forma de ensinar a viver a vida e de aproveitar cada momento como se fosse o último. No meu caso, eu nunca soube dar o devido valor às viagens pois sempre pensei que tratava-se de uma forma de fugir à realidade mas, pelo contrário, é uma forma de vivermos a realidade, de conhecer o mundo e, é por isso, que a experiência em Luxor foi das melhores pois fez-me perceber que viajar não se tratava de restaurantes ou passeios mas sim de História, de Cultura e de Arte.

Na realidade, a viagem a Luxor foi incrível pois, para além de me ajudar a escapar de Londres, permitiu-me perceber melhor o trabalho de um arqueólogo chegando à conclusão que não se limitava a pó ou ossos mas envolvendo também a experiência e conhecimento. Contudo, sempre ouvi dizer que aquilo que é bom também acaba depressa e, na realidade, podia concordar com isso pois, quando dei por mim, já me encontrava novamente em solo inglês.

Entretanto, nos dias seguintes após o meu regresso, a minha vida tinha voltado praticamente ao mesmo até que, na semana seguinte, o Will propôs uma escapadela da cidade de Londres e com destino até Dublin na Irlanda. Algum tempo depois, após alguma reflexão, acabei por aceitar a proposta pois, apesar da viagem até o Egito, eu precisava de um momento a sós com o meu namorado onde não exista a probabilidade do trabalho interferir.

Domingo havia chegado e, nos próximos dias, iria encontrar-me a descansar em Dublin acompanhada pelo meu namorado. O sol ainda não se tinha posto e, na realidade, já me encontrava dentro de um avião pronta para seguir o meu caminho até a Irlanda mas, apesar de pronta, acabei por adormecer encostada ao Will devido ao cansaço de ter acordado cedo naquele dia mas, lado positivo, fez com que a viagem passasse mais rápido do que o normal.

Entretanto, algum tempo depois, sinto alguém acordar-me calmamente e, assim que recupero a consciência, vejo que já tínhamos aterrado em Dublin como também o sol já se tinha posto ao contrário do que acontecia em Londres. Contudo, apesar disso, saí do avião acompanhada pelo Will que, assim que saímos do aeroporto, chamou por uma táxi para nos levar até o nosso hotel para conseguirmos pousar as malas e, por sua vez, explorar a cidade tranquilamente.

Dublin era uma cidade calma e, assim que chegamos ao nosso hotel, seguimos até o nosso quarto onde tratamos de pousar as malas como também de descansar um pouco visto que era cedo e não tinha dormido muito naquela noite ou até mesmo na viagem. Entretanto, algum tempo depois, acabei por acordar novamente vendo que, ao meu lado, o Will continuava a dormir calmamente ficando, por momentos, a observá-lo até que, pouco depois, decidi avisar os meus pais que havia chegado e, por sua vez, a Leah que não atendeu. Contudo, visto que esta não atendeu e não tinha muito que fazer, regressei novamente à cama onde, pouco depois, voltei a adormecer envolvida nos braços do Will até que, algum tempo depois, sou acordada pelo som do meu telemóvel vendo, por sua vez, tratar-se da Leah acabando por atender a chamada.

Naquele fim-de-semana, a Leah havia ido até Edimburgo com o Ethan visto que seria a final do campeonato de lacrosse e, este ano, a equipa de Londres tinha sido apurada para além que seria o seu último jogo antes de se concentrar totalmente no trabalho. Porém, naquela manhã, a sua voz encontrava-se diferente do normal, mais triste e desanimada o que queria dizer que algo tinha acontecido entre ela e o Ethan até que, algum tempo depois, esta procurou explicar o que realmente tinha acontecido. Entretanto, algum tempo depois, apercebi-me que o Ethan havia aparecido no quarto pela maneira desta falar acabando por desligar a chamada esperando, por tudo, que estes se conseguissem resolver.

-Está tudo bem?- ouvi a voz do Will perguntar fazendo com que olhasse na sua direção vendo-o sentar-se ao meu lado com um olhar curioso.