Crazy In Love

48º

A nossa casa é o local onde encontramos as pessoas que mais amamos, é o local onde o amor está e onde conseguimos encontrar um porto de segurança.

O tempo instável e chuvoso continuará a ser para sempre uma das características principais da cidade de Londres, mas as memórias relacionadas com as aventuras em países tropicais traziam uma certa sensação de calor. Para além disso, os dias na capital inglesa passavam à velocidade da luz desde o nosso regresso do México e, em breve, estaríamos a viajar rumo a um dos meus destinos de sonhos: as Caraíbas. Contudo, apesar disso, optei por aproveitar os próximos dias em casa para tratar de alguns assuntos pessoais importantes como também para estar com a minha família.

Naquela manhã, assim que ouço o som do meu telemóvel, consegui ganhar coragem para abrir os olhos como também sentar-me na cama procurando habituar-me à claridade do quarto até que, momentos depois, a minha atenção fixou-se no aparelho ao meu lado e reparando que se tratava da Leah. Naquele momento, a minha atenção encontrava-se no ecrã do telemóvel procurando compreender o conteúdo das mensagens até que, pouco depois, me lembrei que havia combinado almoçar com esta no centro de Londres e, quando dei por isso, reparei que estava atrasada fazendo com que me apressasse na preparação para conseguir chegar ao destino em questão. Entretanto, assim que estava pronta, segui o meu caminho em direção ao piso inferior e, logo depois, até a garagem para conseguir alcançar o meu carro como também seguir rumo ao centro da cidade. Por fim, algum tempo depois, o trânsito complicou o meu trajeto até o restaurante onde se encontrava a minha melhor amiga e, assim que consegui contornar a situação, consegui alcançar o meu destino, mas também estacionar perto do estabelecimento onde, minutos depois, acabei por entrar procurando pelo rosto da pessoa que me esperava até que, assim que a reconheci, segui em direção à sua mesa acabando por me sentar à sua frente.

-Estiveste a correr a maratona?- esta perguntou assim que desviou a sua atenção na minha direção e, enquanto isso, procurava recuperar o fôlego.

-Desculpa o atraso Leah, mas tinha me esquecido completamente que tínhamos combinado almoçar juntas...

-Está tudo bem, eu compreendo que os últimos dias estejam a ser cansativos e que essa memória já não seja o que outrora foi.

-É verdade, a memória não tem andado grande coisa e não sei porquê...

-Estás a ficar velha Kay, é essa a razão...- esta disse desviando a sua atenção para o prato à sua frente, mas também formando um pequeno sorriso de gozo no seu rosto.- A idade começa a pesar minha amiga...

-Nem me digas nada...

-O que interessa é que ainda te lembras das coisas mais importantes.- esta disse com a sua atenção novamente em mim e um pequeno sorriso ao qual retribui o gesto.

-E tu? Como é que estás?

-Como é que eu poderia estar? Estou cansada e doente, mas também estou feliz.

-Isso é normal Leah, mas irá valer a pena no final.

-Porém, ainda falta imenso tempo para esse final Kay.

-Eu sei, mas tens de ter paciência...

-Não é propriamente o meu forte, mas só sei que serão uns longos meses de imensa mudança na minha vida em diferentes níveis e que tenho de aguentar se decidi embarcar nesta aventura com o Ethan.

-É uma aventura para a vida toda.- disse segurando a sua mão e reparando no pequeno sorriso que se formou no seu rosto.- E, agora que me lembro, como é que correu ontem o jantar?