Crazy In Love

73º

29.03. Ou seja, traduzindo essa simples data por palavras, era o meu aniversário. E Mykonos seria palco para a comemoração daquela data especial que partilharia com o meu namorado, e com os meus melhores amigos antes do nosso regresso à capital inglesa. Memórias era a palavra-chave, ou talvez fosse o principal objetivo daquela viagem, mas naquele dia em particular, apenas queria guardar o máximo de recordações para que futuramente olhasse para o passado com orgulho, e para que nunca me arrependesse das minhas decisões. Anteriormente, os meus aniversários eram interessantes tendo em conta que estava reunida com a família, e com os meus melhores amigos, contudo desde o aparecimento do Will na minha vida, esta data em concreto apenas se tornou mais especial. Entrava nos 23 com o coração cheio pois tinha uma família que me apoiava incondicionalmente, quer fosse a família biológica, ou aquela que criei com estas viagens, e porque estava noiva, e em breve seria o meu casamento. O meu único desejo? É que o futuro fosse tão bom quanto o presente.

A manhã do meu aniversário ficou marcada por um ambiente intimista tendo em conta que, assim que acordei, fui surpreendida com um pequeno-almoço na cama que, na realidade, havia sido ideia do meu namorado para que tomássemos aquela refeição sem que nos víssemos obrigados a conviver com os restantes hóspedes, ou para que simplesmente tivéssemos mais privacidade. Posteriormente, ao início da tarde, também fui surpreendida pelos meus melhores amigos que apenas me entregaram uma chave, mas nada comentaram acerca daquele pequeno objeto até que apenas os segui até à entrada do edifício que apresentava motas para que explorássemos a ilha, ou para que tivéssemos outra visão da região. Talvez tivesse sido ideia do meu melhor amigo, ou talvez tivesse sido do meu namorado, ou até mesmo da minha melhor amiga, no entanto eu sabia que aquela mera viagem seria inesquecível. Eu nunca tivera a oportunidade de andar de mota na vida, pelo menos que me lembre, fazendo com que estivesse ligeiramente ansiosa pela viagem, e curiosa com aquela experiência.

Naquele momento, Leah apenas nos entregou os capacetes disponibilizadas pela agência de aluguer, e rapidamente se juntou ao seu namorado, porém reparei que o Will havia entrelaçado as nossas mãos para que me guiasse até àquele veículo para que seguíssemos com os nossos planos. O ambiente estava bastante pacífico à medida que caminhávamos até à única mota que estava livre até que apenas colocamos os capacetes tendo em conta que era perigoso circular pela estrada sem qualquer tipo de proteção, era apenas uma questão de segurança. No entanto, estava surpreendida pelo simples facto que desconhecia tanto a experiência do meu namorado com motas bem como do meu melhor amigo, mas talvez fosse conversa para a nossa tarde, nem que fosse simplesmente ao lanche. Os sons dos motores das motas fizeram com que regressasse à realidade, e rapidamente me sentei atrás do meu namorado como também me segurei firmemente ao seu corpo para que déssemos início à nossa pequena aventura pelo interior da região. Ethan liderava a nossa pequena excursão pelas únicas estradas que nos guiavam à zona rural da região e, tendo em conta que as placas estavam em grego, era complicado para mim desvendar os planos que estavam na mente dos meus melhores amigos, incluindo o destino da nossa viagem. Liberdade era a palavra que descrevia aquela viagem, mas era a adrenalina que percorria as nossas veias à medida que percorríamos as estradas que ligavam os diferentes pontos daquela região até que apenas me concentrei naquelas paisagens idílicas que transmitiam serenidade, e que me cortavam a respiração. No entanto, momentos depois, apenas reparei que estávamos numa zona completamente rural da ilha tendo em conta que não existia nenhum sinal duma pequena cidade até que apenas entramos numa herdade bastante elegante que estava perdida no meio da zona vinícola da região.

Herdades são propriedades rústicas que geralmente servem como refúgio no meio da natureza, e que permitem aos seus visitantes escaparem à realidade, ou aos centros urbanos para que vivenciem uma experiência autêntica, normalmente na zona rural países. Os cães recebiam os seus visitantes à medida que estes entravam naquela propriedade, porém eram menos velozes que as motas fazendo com que desistissem da perseguição àqueles veículos e retomassem à sua posição inicial, mas ignorei esse simples facto para que me concentrasse na herdade que estava diante de mim, e rodeada por vinhas que me relembravam da infância. Entretanto, momentos depois, apenas estacionamos as motas na entrada da residência como também abandonamos aqueles veículos para que seguíssemos até ao interior da propriedade para que fôssemos recebidos pela proprietária que nos iria apresentar o edifício, a sua história, e que nos iria dar a oportunidade para que fizéssemos uma degustação de vinhos.