A melhor rainha - Adenna

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Faz quatro dias que Atarah incendiou a própria cidade e a “salvou” do fogo. Ela conseguiu o que queria, mais apoio, e a única prova que temos de que foi a rainha que causou do incêndio é a palavra de Alastair, que no momento é nosso único informante no castelo, já que todos estão com medo de serem descobertos.

Pelo o que soubemos Blyana está sendo torturada para falar. Ela não era tão importante dentro da causa, então não acho que possua informações relativamente importantes. Realmente espero que não possua. Espero que a moça sobreviva, pois nós vamos tirá-la de lá. Eu vou tirá-la de lá... De alguma forma.

Balderik e a família estão morando conosco, por conta da atitude de Atarah. Precisamos agir. Precisamos tirá-la do tabuleiro, a rainha. Meu amigo estava comigo em um quarto, estávamos deitados na cama, ele como um belo leão. Eu lia um livro sobre o mundo na época em que os Elfos dominavam tudo, e como eles perderam. Minha leitura em voz alta acabou fazendo o Bruxo cair no sono, mas acabou sendo acordado com o estrondo de meu tutor abrindo a porta.

– Adenna. – Quando Cathan viu o leão levou alguns segundos para assimilar que aquilo era Balderik. – Vocês dois. Desçam agora.

Com isso ele saiu, meu amigo rosnou, então fiz um carrinho atrás de sua orelha, desta vez o som foi de um ronrono, não resisti e ri baixinho.

– Vamos. O chefe não parece estar muito feliz. Isso quer dizer que vai sobrar para nós.

Assim que Balderik se transformou novamente em sua forma humana. Disse enquanto caminhávamos para a grande sala de estar.

– Já faz quatro dias. Ele nunca vai cansar?

– Acho que ele não esperava que Atarah fosse fazer algo, ou que se importasse o suficiente para fazer algo... Mas o que você achava?

– Eu sabia que a rainha iria fazer alguma coisa, mas me surpreendeu quando ateou fogo na própria cidade.

Assim que descemos escutamos meu tutor gritar, novamente, e culpar a todos, menos a si próprio. É o mesmo discurso de ontem, e após eu ter “respondido” fui convidada a me retirar. Nunca me senti tão grata por ser indesejada em algum lugar.

Não pretendia ficar em casa, precisava de ar, e no momento, qualquer lugar era melhor que lá. Enquanto andava por Melione me sentia como se alguém me observasse. Escutei alguns boatos de que Keres estava de volta à cidade, nem havia sabido de sua saída, mas em que isso importa? Como fui andando a esmo acabei parando numa parte mais precária de Melione, mas não perigosa, posso dizer que essa parte da cidade é minha, ninguém me atacaria aqui.

Já estava escurecendo e a iluminação dessa área é totalmente inexistente. Acho que já é hora de voltar para casa, mesmo que isso signifique outro discurso de meu pai, mas esse será apenas para mim. Como sou sortuda, não é mesmo?

Havia diversos becos, mas um me chamou a atenção, nele havia luz, chamas, caminhei de volta para ver o porque. Não existia tocha ou qualquer luz mágica, penas uma pessoa completamente coberta por uma capa. Algum instinto meu me induziu a ir para lá, para falar com aquela pessoa. Enquanto caminhava em sua direção perguntei.

– Olá. Precisa de ajuda? Está perdido?

Quando a figura se virou um clarão invadiu meus olhos e uma onda mágica me jogou para trás me fazendo cair no chão, mas quando abri os olhos não estava mais em um beco em Melione, mas sim, em uma sala feita de mármore vermelho com enormes vidraças dos dois lados feitas de vidro igualmente vermelho, tão escuro que não era possível ver o lado de fora. O local não era gigantesco, mas estava bem longe de ser pequeno. Era abafado, e estava muito, muito quente.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now