A deusa - Atarah

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Assim que acordei o dia não estava quente e iluminado pelo sol, era um dia cinzento, mas nem uma nuvem que mostrasse que iria chover. Durante a manhã tudo parecia comum, o café e até o almoço, mas quando estava entardecendo, algo que aconteceu cedo já que o dia estava nublado.

Brylee decidiu que havia mais um lugar que eu deveria conhecer, concordei em ir, quando chegamos, após passar por um portal, estávamos em uma praia e havia apenas um chalé, pequeno e que estava se deteriorando pelo tempo. Olhei para a rainha que apenas concordou com a cabeça, então seguimos juntas para ele.

A Feérica que bateu na porta, o portal se fechou e junto com ele os guardas sumiram. Quando a porta foi aberta por um idoso fiquei surpresa, nunca havia visto um Elfo velho, quantos anos ele teria? Três mil, nove mil anos?

Sua pele era enrugada e o senhor era completamente corcunda, mas nos recebeu com um sorriso simpático, parecia uma boa pessoa, tirando que provavelmente tenha escravizado Bruxos, mas me recebeu de bom grado dentro de sua pequena casa.

Ele nos guiou até três cadeiras, cada um de nós se sentou em uma, o velho ficou na maior. O lugar era apertado e estávamos todos bem próximos. O chalé de madeira possuía uma lareira que estava acesa e era quase que totalmente responsável pela luminosidade do lugar. Todos fizemos silêncio, acho que nenhum de nós sabia como começar.

– Vou te contar uma história, rainha Atarah. Mesmo sem saber se reconhecerá o valor disso. – A voz do Elfo era cansada, mas não falhava. – Ela conta sobre a vida de duas princesas, duas rainhas, mas de apenas uma deusa.

O feérico respirou fundo e se ajeitou na cadeira, lancei um olhar de dúvida para Brylee que apenas disse com os olhos “preste atenção”.

– Era uma vez há um tempo atrás, dois jovens apaixonados. Um amor puro e verdadeiro. Um veneno... Eles casaram e se tornaram rei e rainha, o povo os amava, todos adoravam os reis que amavam o seu reino. Anos se passavam, mas a rainha não conseguia engravidar, e isso era um imenso problema. Já que uma mulher infértil é quase pior que um filho mestiço. A rainha queria um herdeiro, precisava de um, mas as esperanças estavam acabando, então tiveram que recorrer à última escolha, a mais desesperada e tola de todas. Os deuses.

“Os mesmos que há muito já haviam abandonado as rédeas das terras. Foi então feito um acordo. Uma maldição. Um destino escrito a magia e sangue... O fogo nascerá na mesma noite que o gelo, a prata e o ouro se enfrentarão até a morte. E no fim, tudo será o custo. De seu egoísmo e de seu mundo. Se tentarem evitar o destino, serão castigados... Destino rainha Atarah, não é algo mutável. E assim nasceu uma princesa, linda, dos olhos de uma deusa. A alma de uma rainha, e o poder de mil bruxos. Uma tempestade. Alguém capaz de destruir o mundo.”

Quem contava agora era a própria rainha Feérica.

– Era uma vez uma princesa que tinha medo do próprio poder, mas que amava seu reino, que amava a sua vida por mais difícil que fosse, mesmo que todos negassem tais dificuldades. Uma princesa conhecida como o ouro do Norte... Mesmo destinada a cair ela lutaria, mesmo com os deuses a testando. Atarah iria lutar contra seu destino, pelo seu reinado, pela sua coroa.

Engoli em seco, por que de certa forma sentia que já havia escutado aquela história? Sobre aquele destino cruel escolhido para mim. Olhei para os dois e continuei a minha história.

– Era uma vez uma rainha que enfrentaria os deuses, e o destino... Já que irei morrer, por que não fazer disso história?

A Elfa pegou minhas mãos, fazendo toda a minha atenção ir aos seus olhos azuis pálidos.

– Adenna é o seu destino, sempre foi. Acha que ela a mataria? A única coisa que a princesa de prata precisa é da sua coroa.

Me soltei de Brylee e revivi o momento em que esfolava aquele Bruxo com Keres. É... Adenna me mataria.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora