Fim de jogo - Atarah

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– Precisamos de ajuda! – Disse Blyana.

O garoto o qual a acompanhava sangrava, então eu e Adenna nos levantamos do chão. Havia me entregado, sim, ela ficou bem surpresa, mas estou cansada desta luta infantil. Os dois pararam quando me viram.

– Posso ajudar. – Uma oferta tola, eu sei, torturei ambos.

– Não queremos nada que venha de você. – Disse minha antiga dama.

– Certo. – Olhei o garoto dos pés a cabeça, estava perdendo a cor. – Então ele morrerá.

O corpo do menino vacilou e ele caiu sobre o tapete, as duas garotas se abaixaram, Adenna passou a mão em seu rosto diversas vezes enquanto falava.

– Eu sorri a vinda inteira com você, chorei com você, e se agora você ousar morrer. Balderik...

– O que quer dizer com isso, Adenna?

– É uma forma menos agressiva de pedir para que você não morra. Não ouse fechar esses olhos, entendeu?

As duas falaram entre si, acho difícil que encontrem um curandeiro neste caos, mesmo assim as duas saíram para procurar por um. Estou “rendida”, joguei os ovos para o alto, só estou esperando eles caírem no chão e quebrarem.

Esperei, e esperei, o Bruxo não aguentaria por muito mais tempo. Então me abaixei ao seu lado e comecei a curá-lo, ele protestava.

– Pare seu tolo! Estou salvando a sua vida, poderia muito bem matar você aqui.

– Então por que não mata?

Engoli em seco e olhei para o nada, a única coisa que me veio a mente foi, por que mataria?

– Você não vale o esforço.

– Me curar dá muito mais trabalho.

– Se não ficar quieto vou deixar você aqui, sangrando, até a morte, sozinho.

Quando as meninas voltaram não traziam ninguém, além de guardas para me prender. Assim que dei um sorriso sem dentes estiquei meus braços para as algemas. Enquanto me levavam para as masmorras observava os corpos. Aliado, aliado, guarda, guarda, guarda, guarda, aliado. Estava com um número de mortos balanceado. Quando se olhava por cima, não faço a menor ideia em quantos estávamos.

Aparentemente estava tudo controlado, o que quer que tenha acontecido fez os meus aliados irem embora. Assim que me jogaram em uma cela me deitei na cama de feno. O lugar era pequeno e as paredes de pedra estavam úmidas e fedia a água parada. As barras eram feitas de Pedra de Dhara, não dava para quebrar com magia, mas de qualquer forma também estava algemada. E eu não quero fugir. O jogo finalmente acabará. Fiquei um tempo ali até escutar uma voz familiar.

– Soltem-me seus imprestáveis!

Não chegaram a me empurrar na cela, entrei de bom grado, já meu primo foi atirado ali comigo. Assim que fecharam a porta ele tentou agarrar os guardas. O que não deu certo.

Me sentei sobre o feno para dar espaço para Sorin. Após alguns minutos ele finalmente cansou de gritar. E cedeu ao meu convite. Ficamos muito tempo ali em silêncio, deitei minha cabeça em seu ombro e ele ficou brincando com os dedos da minha mão.

– Pensei que estivesse morta. – Disse meu primo sem me olhar.

– Eu estava. Tinha começado uma nova vida no Leste... Tinha até me casado. Você ia gostar dele. Mesmo não tendo muito em comum, já que Lyan não gostava de vinho.

– Os vinhos do Leste são péssimos. Não o julgo.

Demos uma risada curta.

– Como você está, Sorin?

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now