Ela está morta - Atarah

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No meu sonho estava em um belo campo, nada parecido com o Norte ou as terras em geral, estava de pijama e o vento soprava meus cabelos, o sol brilhava, mas não era quente, na verdade o dia não tinha calor ou frio, nem se quer uma briza mais gelada, nada. Vi uma mulher vindo, ela me era familiar, era minha mãe.

O mato estava alto e com seu vestido pesado não deveria estar fácil se movimentar, caminhei até ela, mas quando tentei tocá-la não consegui, era como se a rainha não estivesse ali. Abaixei a cabeça para olhar minhas mãos em sinal de desapontamento, quando levantei o olhar, minha mãe sorria, e então começou a caminhar em frente, para lugar nenhum, já que não havia nada em lugar algum mesmo.

- Sei que tem perguntas, mas, eu sou apenas um sonho. Uma lembrança.

Corri para alcançá-la, ela andava tão rápido. Quando cheguei começamos a caminhar juntas.

- Eu sei.

- Atarah, você anda solitária, sempre andou. Isso não te incomoda?

- É melhor ficar só quando se é um perigo para os outros. Se você está aqui tem alguma coisa que, inconscientemente, eu queria me avisar. Então diga-me de uma vez.

Odalis respirou fundo em tom de decepção, mas disse sem perder mais tempo.

- Atarah, querida, todos temos luz e trevas, mas o que importa é o lado para o qual decidimos agir. Não seja aquilo que esperam de você.

- Serei aquilo que precisar ser para sobreviver... Eu estou com... Com tanto medo, mãe.

- Eu sei, mas medo do que? Você, minha filha, é muito mais forte do que acredita, de muitas formas diferentes. Saiba. O final só chegará quando você decidir que acabou. E você decidirá o fim, apenas você.

- O fim de que?

- Da sua história, o destino está escrito, mas você decide como e quando ele acontecerá. Seu destino não necessariamente significa seu fim. E espero que esteja ciente disso.

- Devo estar, já que estou fazendo você afirmar isso em meu sonho.

- Adeus, querida.

E com isso, acordei, já estava de manhã, os convidados em geral já haviam ido embora há seis dias. Hoje completa uma semana que sou rainha, e uma semana que torturamos a infeliz da minha dama nas masmorras. Ela não fala, a poção fez com que ela não pudesse mentir, mas não a impede de não querer não responder as perguntas. Ela ainda está sendo interrogada nas masmorras, mas imagino que estejam pegando um pouco mais leve com ela... Por enquanto.

Alastair está sendo uma boa companhia, pelo que escutei, todas as noites ele deixa o castelo, aposto que possui uma amante, já que quando perguntei o guarda ficou visivelmente nervoso. Hoje em dia posso dizer que somos amigos. E gosto disso.

Sorin irá tomar o café da manhã comigo, e partirá para Brielle, pois a Grã-Duquesa Anne estará o aguardando, a expectativa de tempo de viajem é de nove a doze dias, e não esperamos que ele se atrasasse, o convite foi feito pela mulher, e estou verdadeiramente curiosa para saber o motivo. Deixei as empregadas me arrumarem, nada de mais, vestido branco sem armação, leve, com pó de ouro, minha coroa e algumas tranças.

Decidi que preciso ficar fora do palácio, pelo menos por alguns minutos, não tive tempo para nada nesses últimos dias. Agora entendo porque os reis se casam, é coisa de mais para se fazer sozinha. E eu ainda estou tendo o meu primo para me ajudar, já que ele era um príncipe é totalmente capacitado para fazer o que faço, mas ele irá partir hoje. Não sei como farei a partir de agora.

No pátio, que um dia Adenna incendiou, estava posta uma pequena mesa redonda coberta por uma toalha branca, sobre ela diversas comidas. O clima estava ótimo. Sorin já estava à mesa, e bebia vinho, quando me viu ergueu a taça e fez uma reverência com a cabeça enquanto sorria. Retribui o sorriso e me sentei na cadeira a sua frente, ele servia uma taça para mim enquanto falava.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin