Perdão - Adenna

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Alastair nos ajudou a fugir, havia ido todos os dias para curar tanto a mim, Balderik e Blyana. Como ele não é um curandeiro ficou meio ruim, mas era o que precisávamos. Dava para fugir. Precisávamos conseguir correr, e de certa forma estava dando. Chegamos à casa dos rebeldes destruídos. Todos se assustaram com as imensas cicatrizes, que não sei se são reparáveis, de meu melhor amigo e ao estado deplorável de Blyana, que era uma mulher linda... Era.

Meu pai apareceu para ajudar e pediu para que levassem cada um de nós para um quarto, mas quando colocou a mão em meu braço parou e me olhou espantado, ele não sabia que palavras usar. Era estranho. Eu não era mágica, e agora sou. Agora existia uma magia para ele sentir. Não pretendia matar Atarah, mas agora esse é meu principal foco. Muita coisa aconteceu nesse curto período de tempo, muitas mesmo.

– Estou disposta a contar se você estiver disposto a ouvir.

Após explicar sobre a deusa e tudo o que veio depois, sobre o jogo, sobre eu ter me esfaqueado para tirar uma pequena pedra de Dhara de dentro de mim. E sobre a tortura... Nunca havia visto meu tutor ficar arrepiado, até hoje.

– Atarah é bem mais... Cruel do que eu imaginava. Então você tinha poder de mais de dez anos em você. E mesmo assim ela segurou tudo...

– Ela tem uma corte agora, dois assassinos, um ladrão, um herdeiro abdicado e Alastair.

– Quem é o segundo assassino?

– Um Elfo.

– O que quer que Atarah esteja fazendo, ou planejando, será pior. Viu o que ela fez com seu amigo...

– Eu a quero morta, pai. Eu quero matar Atarah, e estou cansada de esperar. Vou atrás de uma fraqueza, qualquer coisa. Preciso vingar Balderik.

– E fará, mas precisa de treinamento, precisa de ajuda. É uma criança com o poder de um adulto. Precisa aprender a controlar.

– Hoje eu sinceramente só quero dormir.

Os outros dois dias foram ótimos, Balderik está melhorando e Blyana também. Ando passeando muito pela cidade, já que fiquei mais de uma semana desaparecida. Sou mais que uma pessoa, sou um símbolo, sou a esperança dessas pessoas. Se eu morrer a esperança de muitos irá junto. Preciso mostrar que estou bem. Mesmo não estando.

Estava falando com uma moça simpática até minha atenção se passar para o alto um penhasco, avista de lá é linda, e logo baixo possui a cidade. Apertei um pouco os olhos e... Têm uma pessoa de pé sobre a cerca de pedra!

Pelos deuses. Ela vai pular.

Não tive tempo de me despedir direito da mulher, precisava correr, e correr muito. Empurrei diversas pessoas ao decorrer do caminho, tentei me desculpar, mas acho que nem todos aceitaram minhas desculpas gritadas. Quando cheguei sem fôlego e completamente acabada me vi aliviada pelo garoto não ter pulado. Seus cabelos eram loiros de um comprimento médio, eram familiares.

– Por favor, desça daí. Vamos conversar. – Quando o jovem virou para mim, não sabia dizer quem estava mais surpreso, eu ou... – Sorin?

– Agora com certeza eu pulo. Vá embora Adenna.

– Posso não ser sua amiga, e nem gostar de você, mas desça daí. – Disse enquanto já caminhava em sua direção e o puxava da cerca. – Você não pode fazer isso.

– Por que não? Adenna. Coloque nessa sua cabeça vazia. Eu sou ruim.

Sorin se apoiou na beirada novamente, mas agora olhava para Melione, ele havia chorado, seu rosto estava manchado de lágrimas. E estava com olheiras terríveis, e fedia a vinho.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Onde as histórias ganham vida. Descobre agora