Odeio o meu trabalho - Merle

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No momento em que pisei em Melione já escutava os deuses em meus ombros "Adenna sabe dos poderes, leve Atarah a Aloisia". Parei de andar no mesmo segundo, bati minhas mãos nas pernas, em sinal de indignação.

- Sério? - Disse em voz alta. - Eu odeio meu trabalho. - Falei baixinho.

Logo em seguida peguei Keir pelo braço. E enquanto o puxava para o caminho que levava ao castelo branco, falava.

- Temos que falar com a rainha. Os deuses falaram que Adenna descobriu algo... Algo que realmente mudará tudo. Vamos.

O caminho até o castelo foi uma corrida, que eu venci. Quando tentaram nos parar, Alastair apareceu, para o meu desgosto. Assim que passamos pelos guardas eles lançaram olhares duvidosos ao seu superior, quando fui passar por ele, não fui rápida o suficiente para evitar que o traidor conseguisse segurar o meu braço.

- O que quer que você esteja planejando fazer, pense bem. - Disse ele próximo do meu ouvido.

- Como disse na outra noite. Não vou matar Atarah. Fique tranquilo traidor, nada que te afete acontecerá.

- Tudo o que acontece neste castelo me afeta, tudo que você costuma fazer, de certa forma me afeta.

- É bom saber que sempre serei uma pedra no seu sapato. - Disse sorrindo. E com isso ele me soltou. - Preciso falar com Atarah, depois disso vou embora, vá visitar sua preciosa Adenna. Hoje foi um dia importante na vida dela. Um dia que mudará a vida inteira...

Ele não perguntou o que era, apenas se virou e foi embora, foi ver o que havia acontecido com a menina, mas duvido muito que ela conte, leva um tempo para assimilarmos tudo, os deuses costumam nos encher de informação e não nos dão tempo o suficiente para absorver tudo.

Em quanto caminhávamos para dentro do castelo Keir estava quieto, quando estávamos a cerca de três metros das enormes e pesadas portas, ele finalmente voltou ao normal.

- Aquele é o pai da Astrid?

- Quem é Astrid? - Logo em seguida me lembrei. - Sim. Ele é o pai da Astrid.

- Ele é tão bonito. - Disse ele com um tom de descepção.

Por algum motivo, achei que deveria consolalo de alguma forma, mas não sou muito boa com essas coisas. Não sou boa em consolar as pessoas, sou boa em dar motivos para alguém consolar alguma pessoa.

- Alastair é um porco traidor. Apenas isso, não importa o quão lindo é por fora, por dentro é tão podre quanto o defunto de minha mãe.

- E eu? Você me acha bonito? Das duas formas.

Parei de andar quando chegamos ao topo da escadaria, enquanto esperávamos as portas do castelo serem abertas. Dei três tapinhas em seu ombro então respondi com a maior sinceridade possível.

- Pelo menos você tem um bom coração. - Então sai andando em sua frente.

- Isso é a mesma coisa de dizer que pelo menos eu tenho saúde! - Gritou ele.

- Você é mais bonito que ele. Satisfeito?

Comecei a caminhar mais devagar para que Keir me alcançasse.

- Sim. Bastante.

Guardas nos acompanhavam, aparentemente a rainha estava em reunião. Então pediram para que aguardássemos em um salão. E nele havia algumas crianças que brincavam, provavelmente filhos de funcionários, mas havia outra coisa no enorme salão.

- Um bebê! - Gritou Keir ao meu lado, quase me deixando surda.

O ladrão correu até o berço cor creme e pegou a criança com todo o cuidado do mundo. Enquanto me aproximava falei.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now