Os mortos - Atarah

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Tive três ótimas semanas, nada de Lyan me contar o motivo de colocarem pó de pedra de Dhara na comida, realmente não me incomodo. Nós nos casamos há dois dias, mas ainda não consumamos o casamento... Preciso contar desse pequeno detalhe.

Eu e Mei nos damos muito bem, e devo admitir que sou uma professora excepcional. Até a mãe deles está gostando de mim agora. Uma nova vida. Uma que está dando certo.

– Mãe, por favor. Eu não estou com fome. – Reclamava Meira.

– Se não comer não vamos levar você. – Disse meu marido.

Hoje vamos para a fazenda, de novo, gosto de lá, cuidamos dos animais, eu dou comida e Lyan os limpa. Mei vai apenas para se divertir, e posso dizer que nunca brinquei tanto de pega-pega na minha vida, lá estamos sempre rindo e nos divertindo já que a senhora Hollis detesta aquele lugar.

Lyan não fugiu do casamento, e nunca me senti tão confortável na presença de alguém como me sinto na sua, desde a festa de nosso casamento, que não foi nada grandioso, nos tornamos inseparáveis. Assinei a papelada normalmente... Então se eu morrer o Norte pertence ao rei. Lyan. Sinceramente não acho que ele seria um rei ruim.

Gosto dele, sinto que posso ser eu mesma, ou a nova eu, já que sou Virginia. Temos muitas coisas em comum, desde nosso gosto literário até o musical, meu marido também é um pintor, não tão bom quanto eu, mas sabe o que está fazendo. Sua mãe me deu a missão de convencê-lo a assumir o negócio da família, e sinto que sou capaz de convencê-lo.

No início ele achava que só era mais uma menina egocêntrica do Norte, tola e que desejava o mínimo, agora o homem diz que se arrepende duramente de ter pensado isso, já que está amarrado a uma mulher que não deseja o mínimo, mas que deseja tudo, e que se ele não me der eu mesma irei conquistar.

O Norte sempre foi muito menos machista do que o Leste, aqui as mulheres não trabalham, em maioria, não suporto os chás da tarde com aquelas fofoqueiras. Elas me lembram Faolan. Só que tudo o que o Feérico fofocava era realmente interessante. E as mulheres que trabalham devem dar todo o dinheiro para os maridos. No meu país já é diferente.

As mulheres podem trabalhar e ficar com o dinheiro e dificilmente elas são donas de casa, apenas as mais ricas em geral fazem isso.

– Virginia. Diga para eles que eu não preciso comer.

– Diga você, não tenho nada haver com suas decisões tolas.

A menina se jogou contra o encosto e cruzou os braços, e mesmo com sua mãe a mandando comer não serviu de nada. Estávamos atrasados para ir. Só que acredito que a senhora Hollis não estava nem um pouco interessada em ficar com sua filha.

– Vá com eles, mas se não jantar, vou fazer você encerar está casa inteira.

Coloquei meu vestido rosa claro para aquele dia, era melhor para me mover na fazenda. Já na carruagem Mei estava estranha, olhando para os lados a todo momento, mas não questionei.

Meu marido e eu ficamos nos estábulos enquanto a garota saia por aí, ela conhece este lugar tão bem quanto as próprias palmas das mãos. Só que Mei estava tão aérea.

– Acha que tem algo de errado com ela? – Perguntei enquanto colocava comida para o último cavalo.

– Sempre tem algo acontecendo com minha irmã. Sabe que ela ama chamar sua atenção. E faz de tudo para tê-la ao seu lado.

Era verdade, Mei havia me pedido para ensiná-la a fazer todos os penteados que sabia, e ensinei, ela está aprendendo a ler partituras, pois vou ensiná-la a tocar piano. Todas as noites a coloco para dormir. E sinceramente não me incomodo em fazer nenhuma dessas coisas, gosto tanto da companhia dela quanto ela gosta da minha.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now