A estrela mais brilhante - Merle

59 5 2
                                    

Estava no alto da arena quando o leão, Amadrya, levantou vôo, animal desgraçado, quando suas imensas asas se moviam para ele conseguir voar para longe, quase me derrubou, mas estava mais irritada por conta dele ter me decepcionado, não que eu quisesse que ele tivesse comido a Atarah, pensando bem... Teria sido um milhão de vezes mais interessante assim.

Andei sobre a fina estrutura da arena até conseguir ter uma visão dos rebeldes, estavam se espalhando. Nenhuma novidade. Sempre que as coisas ficavam difíceis esses ratos fogem, mas o que me intrigou foi Adenna subir em seu belo leão caramelo e partir para a saída da cidade. A menina está indo. Isso quer dizer que nós também. Ela pela estrada e nós pelo meu brilhante atalho.

“Os avise, pequena tormenta”.

Logo em seguida desci, passei primeiro por Keir, que estava tremendo e branco como neve, Alastair estava como sempre, com aquela cara neutra, mas sei que interiormente estava todo cagado, poderia ter morrido, a sua rainha poderia ter morrido. Atarah estava intrigada, ainda olhava para onde o leão esteve. Ela não sabe o que é, mas até Amadrya sabe. Quem não serviria a uma deusa?

– Adenna acabou de partir sobre outro leão, um mais sem graça. Recomendo que façamos o mesmo... – Não digo para ninguém em específico.

– Onde vamos arranjar um leão em tão pouco tempo? Atarah espantou o nosso único. – Disse Keir.

O ladrão parecia realmente preocupado, e realmente acreditava que estava falando sério em relação a irmos montados em leões até Aloisia. Neguei com a cabeça antes de tentar responder a dúvida tola de Keir, mas Atarah falou primeiro

– Vamos voltar para o castelo e pegar os cavalos. Sairemos logo em seguida.

A rainha apenas saiu, após dar sua ordem. Dei de ombros e a segui. Seu guarda sempre dois passos atrás. Toda vez que pisava o barulho da água que o encharcava aparecia, eu achava insuportável, já o ladrão estava se segurando para não rir. Devo concordar que a cara que Alastair fazia era realmente engraçada, pois estragava totalmente a sua postura de homem sério, e o deixava mais parecido com o que ele realmente era, um ser patético.

Passamos todos em nossos quartos para pegar uma muda de roupa, mesmo eu achando muito improvável que parássemos, e nossas armas. Quando descemos o guarda colocava em sua mala comida, mas era apenas para ele e a rainha, já que me passou algumas maçãs e as garrafas de água. Dividi com Keir, pois me recuso a levar tudo sozinha.

Quando Atarah finalmente desceu ainda estava deslumbrante, mas não em um fino vestido, mas com um conjunto branco... De calças. E sobre uma espécie de casaco comprido que ia até o final de sua cocha. A coroa foi substituída por um rabo alto, mas ainda usava a marca real na testa, e levava consigo apenas um arco dourado, muito bonito.

Sem perder mais tempo partimos para Aloisia. A rainha cavalgava absurdamente bem, e não tinha medo de velocidade, corremos até o anoitecer, mas tínhamos que parar, desde pelos cavalos, mas até por nós mesmos, minha bunda e minhas costas estavam me matando.

Alastair havia feito uma fogueira e montado o acampamento junto com Keir. Depois que já estava tudo pronto a rainha e o guarda acabaram indo dormir. Eu ficaria de guarda, mas o que iria nos atacar em um campo completamente vazio?

Enquanto estava deitada apreciando as estrelas o ladrão apareceu e se deitou ao meu lado.

– O que está fazendo?

– Apreciando as estrelas, o céu está lindo.

Aprendi a apreciar o céu quando estava servindo a um navio, junto e Ywa... E Faolan. Aprendi o valor que as estrelas possuem na navegação. A viajem foi terrível, mas mesmo assim valeu apena por conta da experiência exaustiva e desagradável. Aprendi que nunca mais iria trabalhar em um navio.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now