Minha primeira morte - Atarah

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Durante três semanas a vida não poderia ter sido melhor, todos nós nos resolvemos, ainda não contei sobre o meu destino, pois ainda tenho uma pequena esperança de impedi-lo. Por isso comecei a beber pequenas doses de veneno, e as fui aumentando, até o momento ninguém sabe de tal ato. Loucura? Quem sabe. O medo da morte faz isso com as pessoas.

  Ouvi boatos que havia rebeldes trabalhando na cozinha, por algum motivo sinto que algo está próximo de acontecer, algo péssimo. Sorin fez o que eu pedi, ou melhor, ainda está fazendo. Anda se encontrando com Adenna, mas agora não é apenas para ensinar o básico a ela, está tentando conquistar o pobre e ingênuo coração da menina. Coitada, mal sabe que Sorin não tem olhos para nenhuma mulher além de mim.

  Keres e Keir estão na mesma, mas muito mais próximos, já que Faolan finalmente deu espaço para eles. Isso no final teve um custo para mim, tive que mostrar o local da nova adega, ele e meu primo estão consumindo duas garrafas por dia. Isso não pode ser saudável. O Elfo também anda treinando com os guardas, e Keres... Ela continua humilhando a todos, odeia ser comparada com qualquer um daqui, pois a Filha do Caos se considera muito melhor, e ela realmente é.

  Ultimamente as disputas entre o Feérico e a assassina andam boas, ambos são os melhores guerreiros que já conheci, com uma habilidade excepcional, faz anos que não luto ou caço nada. Eu realmente gostava de fazer tais coisas, mas os discursos públicos e as reuniões estão acabando com o meu tempo, e Alastair também, estava pensando em pedi-lo em casamento, sei que parece loucura, mas eu nunca estive tão feliz por ter alguém como estou agora. Na primeira noite em que estive com ele comecei a cogitar, mas agora estou apenas esperando o momento certo.

  Essas pessoas em geral, elas me fazem feliz, e eu achei que isso nunca mais aconteceria, achava que nunca mais seria feliz, que nunca mais iria rir, que ficaria sozinha e me destruiria. Quem sabe os deuses nem me odeiem tanto quanto eu imaginava.

  Faolan fala todos os dias que saio do quarto de Alastair, já que ele se recusa a dormir no meu, o quão fedorenta estou, sempre rimos, perguntei sobre como é viver tanto tempo para o Feérico e não ficar entediado, e pode ser que eu tenha perguntado também se Brylee já teve fêmeas em sua cama. Isso o fez cuspir o vinho e gargalhar alto.

  Sua resposta foi que é impossível se viver quase a eternidade e não provar as duas frutas. Se eu sou... Uma deusa. Viverei mais que a eternidade, mas isso só acontecerá após minha morte nas terras. Como deve ser? Os deuses, o que eles fazem? São tão antigos.

  – Acha que deuses trasam?

  – São criaturas divinas. – Ele respondeu.

  – Então eles possuem orgasmos celestiais?

  – Estou preocupado com você, Atarah. Quando foi que a estragamos? – Disse ele rindo.

  – Acho que quando vocês me conheceram eu já estava quebrada. Vocês me ajudaram a me reconstruir.

  Batemos nossas taças de vinho, e então ele disse.

  – Acho que montamos você toda errada, mas você alegre é algo revigorante.

  Naquela noite eu dormiria só, já que Alastair disse que teria muito a resolver na cidade, a janta foi ótima e muito bem humorada, acho que hoje em dia não invejo Brylee em nada, suas companhias são maravilhosas, mas as minhas são... São simplesmente perfeitas. Tudo bem que não são as melhores pessoas da sociedade, mas são meus amigos e fiéis a mim. Minha família.

  Só que no meio da noite fui acordada, por Alastair, ele me chacoalhava. Quando finalmente entendi que aquilo não era parte de meu sonho o guarda começou a falar.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now